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O Mestre do cinema & o mitico poeta folk se unem novamente em "ROLLING THUNDER REVUE (Netflix)"


Martin Scorsese é um dos maiores cineastas de sua geração. Ao lado dele o mago Steven Spielberg, o contador de histórias George Lucas, Brian De Palma e Francis Ford Coppola. Uma das suas marcas registradas é o uso de clássicos do rock em suas películas como “Layla” de Eric Clapton em “Os Bons Companheiros (1990)” e “Gimme Shelter” dos Stones na abertura de “Os Infiltrados (2006)”. Ao lado dos ingleses dirigiu o filme concerto “Shine  A Light (2008)”. Antes disso, filmou o show de despedida da The Band, “The Last Waltz (1978)”. 

Em meio a isso, realizou “George Harrison: Living in the Material World (2011)”. Um retrato intimo sobre o quiet beatle e produziu seriados de TV como a aclamado “The Blues (2003)”, uma busca pelas raízes da música (em especial o blues) na terra do tio Sam e o drama “Vinyl (2016)” sobre o mundo empresarial da música. Com isso em mente, fez “No Direction Home” em 2005 que conta o inicio de carreira do poeta folk Bob Dylan, com uma riqueza de detalhes. Misturando cenas de época, entrevistas recentes e antigas com o próprio, personalidades como o escritor beatnik Allen Ginsberg e a cantora Joan Baez. Comentamos no link abaixo:

BOB DYLAN: NO DIRECTION HOME


Scorsese revolve mais uma vez entrar no mundo de Dylan em “The Rolling Thunder Revue: A Bob Dylan Story (2019)”. Ele nos traz os bastidores de uma turnê que não só impactou a carreira de Bob, mas causou certo reboliço nos EUA. Um país em crise com a renúncia do Presidente Nixon e a crescente perda de apoio do povo norte-americano com a Guerra do Vietnã. Estamos em 1975. Iniciada em outubro em pequenos palcos, passando por cidades da Nova Inglaterra e Canada e encerrando com um show monumental no Madison Square Garden em Nova York no dia 8 de dezembro.


Foi uma apresentação em homenagem ao boxeador Rubin “Hurricane” Carter. Condenado erroneamente por ter matado três homens em 1967. Sua história ganhou a canção “Hurricane” e mais tarde foi contada no filme “Hurricane: O Furacão (1999)” com Denzel Washington. Scorsese faz uso do material gravado por David Ayers, Howard Alk, Paul Goldsmith e Michael Levin. Além de cenas do longa que Dylan e  Jacques Levy produziram, “Renaldo & Clara (1978)”. Palavras de Levy: ”O filme ia mostrar o contraponto entre os excessos das pessoas na turnê e a dissolução da sociedade”.

O que se vê em é caos vivido pelos músicos durante as apresentações e ao final delas. O desespero de seus organizadores e empresários juntamente com o convívio diário de outros artistas e pessoas comuns em torno de Bob. O ator e escritor Sam Shepard se fez presente na turnê e ficou conhecido como “The Writer”. Diz que o rock funciona como um remédio. Entorpecendo todos nossos sentidos. Um exemplo disso é quando a cantora Joni Mitchell se junta à trupe e se torna fonte de inspiração para a canção “Coyote”.


The Rolling Thunder Revue” é um misto de fantasia e realidade, como os personagens criados por Dylan em seu cancioneiro. Como a participação da atriz Sharon Stone (a Catherine Tramell do filme anos 90 “Instinto Selvagem, 1992”) que conta seu encontro com Bob em uma das apresentações. Ou a inspiração para a pintura branca no rosto, após ir a um show do Kiss. Aqui temos um retrato mais circense da persona de Bob, saindo da seriedade do período folk dos anos 60.

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