Quando
Jordan Peele lançou seu suspense
psicológico “Corra” em 2017, nem
imaginou o impacto que sua obra traria para a sétima arte. Sucesso arrebatador,
renovando o gênero terror e ainda acrescentou a crítica à sociedade
norte-americana. No caso, estamos do conhecidíssimo preconceito racial na terra
do tio Sam. Apesar de estarmos no século XXI, isso infelizmente ainda ocorre
por lá. Para saber mais sobre “Corra”
no link: https://cyroay72.blogspot.com/2018/01/o-thriller-psicologico-corra.html
A
expectativa era grande pelo seu próximo trabalho. Assim temos “Nós (Us, 2019)”, estrelado por Lupita Nyong’o (Oscar de Melhor Atriz
Coadjuvante por “Doze Anos de Escravidão,
2013”) e Winston Duke, eles formam o
casal Adelaide e Gabe respectivamente. Eles levam os filhos Zora (Shahadi Wright Joseph) e Jason (Evan Alex) à casa de praia da família. Após
o falecimento da mãe de Adelaide, vão até lá. Visivelmente, ela tem um trauma
de infância. Ao entrar em um labirinto de espelho no parque de diversões local
quando criança, acredita ter visto uma outra versão dela em carne e osso.
Traumatizada,
foi cuidada a superar o trauma. Ao irem
à praia encontram o casal de amigos Josh (Tim
Heidecker) e Kitty (Elisabeth Moss
da serie de TV “The Haidmaid’s Tale”
desde 2017) que têm duas filhas adolescentes gêmeas. Em determinado momento,
Jason anda pela praia e Adelaide se desespera por perdê-lo de vista. Consegue encontra-lo
próximo de um andarilho. Fazendo com que a família volte mais cedo para casa. Ao
colocarem os filhos para dormir, Gabe e Adelaide discutem o ocorrido e ela
revela ao marido o que passou quando era pequena.
Gabe
fica incrédulo com que ouve e tentar entender o que a esposa passou. São interrompidos
por Jason. Dizendo que há uma família na frente da casa deles. Surpreendidos,
os dois buscam por ajuda. Adelaide liga para a polícia, enquanto Gabe tenta
intimida-los com uso de força e postura de macho alfa. Não consegue o efeito
desejado e os invasores vão ao encontro deles. Conseguem entrar na casa e lá o
embate é inevitável. De frente uns para os outros, percebem que os invasores
são exatamente como eles fisicamente.
Daí a trama inicial de “Nós”. Jordan transporta o suspense psicológico para
o horror fantástico. Onde vemos a lenda sobre o nosso outro eu vindo para tomar
nosso lugar. Que tem como base o termo alemão “doppelgänger”, levando o tema a um nível inimaginável. A tensa trilha musical de Michael Abels acompanha a jornada de Adelaide e sua família para
descobrir o que está acontecendo. Veem que isso não é um evento isolado e sim,
mundial.
Lupita está perfeita em dois papéis. Exibindo
fragilidade e determinação na medida certa. Seu alterego se chama Red, em
poucas palavras, olhares e gestos dá o tom de “Nós” a partir do segundo
ato quando ela e seus seguidores entram em cena. Vemos que nosso pior inimigo
somos nós mesmos. Desde o nascimento até nos tornamos adultos. Onde não vemos
nossas ações e que cada vez agimos com violência com o próximo.
Fora
o consumismo desenfreado e o status social que isso acarreta. Daí a critica
social de Peele, indo além do
discurso racial de “Corra”. Ele aproveita
para exibir na tela grande do cinema, referências de grandes clássicos do
cinema como “A Dama de Shanghai (1947”),
passando por “Tubarão (1975)” do mago
Steven Spielberg; “O Iluminado (1980)”,
“Voltar a Viver (1991)”, “O Sexto Sentido (1999)” e “Donnie Darko (2001)” até o videoclipe “Thriller” do rei do pop Michael Jackson.
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