Os games estão cada vez
mais realistas e interativos, fazendo com que o usuário praticamente se sinta
dentro deles. Uma realidade que até então estava no nosso imaginário. Eis que surge
em 1982 a aventura “Tron: Uma Odisseia Eletrônica”. Onde o
programador Kevin Flynn, feito pelo cowboy Jeff Bridges, é levado para o jogo
que dá nome à película. Foi uma inovação na época, unindo o digital com atores
de carne e osso. Mais tarde, ganhou a nomenclatura de live-action. Passados 28
anos, retornam a este mundo em “Tron:
O Legado (2010)”. Com a busca de Sam
pelo pai Kevin, já que ele foi dado como desaparecido desde então. Assim como o
pai, Sam é levado para o mundo virtual. Chamado “A Grade”. Mas quem vê é a inteligência artificial Clu, que
assumiu o rosto de Kevin. Comentamos os filmes no link: https://cyroay72.blogspot.com/2015/07/tron-o-legado-de-uma-odisseia-eletronica.html
Agora em 2025, “A Grade” vem ao nosso mundo em “Tron: Ares”. A empresa de Flynn, ENCOM é administrada pela CEO Eve Kim (Greta Lee, “Vidas Passadas, 2023”). Já que Sam abriu mão do controle acionário. Ela está em busca do código fonte de Flynn que pode transformar programas em pessoas de carne e osso. E também manter sua ideologia de uma multinacional que defende o meio ambiente e a humanidade. Já sua rival, a DILLINGER, tem como CEO Julian, feito pelo Jeffrey Dahmer Evan Peters, é exatamente o contrário.
Assim como seu avó Ed, é um gênio da informática e inescrupuloso. Qualquer semelhante como Mark Zuckenberg, não é mera coincidência. A empresa segue para o padrão bélico. Desenvolvendo tecnologia armamentista como drones e a mais recente invenção, a Inteligência Artificiai ARES, com corpo e a voz de Jared Leto (Oscar de Melhor Ator Coadjuvante por “Clube de Compras Dallas, 2013”). Julian tem acesso à "Grade", conseguiu que os programas que fazem parte dela, ganharem forma física. Faz uma apresentação à possíveis investidores e ao exército. Julian não contava que sua fórmula só possibilita que os programas ganhem corpo por 29 minutos. Acredita que tem o controle sobre eles.
Porem ARES começa a pensar por si e deseja descobrir mais sobre o mundo externo. Para se integrar a ele como um ser humano. Em meio a isso, ele e Athena (Jodie Turner-Smith, “Star Wars: The Acolyte, 2024”), braço direito de ARES, invadem o sistema operacional da ENCOM. Atras do código de Flynn, chamado “Código da Permanência”, encontrado por Eve no laboratório de sua irmã Tess (Selene Yun) no Ártico. Ela guardou todo material de pesquisa de Flynn e lá estava a resposta que buscavam. Um meio para que os programas ganhem sua forma física em definitivo. Eve está realizando o sonho de Tess, que veio a falecer de câncer, após o sucesso na ENCOM. Daí o mote inicial de “Tron: Ares”.
Dirigido por Joachim Ronning (“Piratas do Caribe: A Vingança de Salazar, 2017”) com roteiro de Jesse Wigutow. A partir da história escrita por ele e David DiGillio. Aqui vemos os embates entre ENCOM e a DILLINGER. Cada uma representando o lado bom e o ruim do negócio respectivamente. Enquanto Eve busca manter a ideologia de Flynn viva e suas próprias convicções. Já Julian quer deixar seu legado através do potencial destrutivo de ARES. É o soldado perfeito nas suas palavras. Não precisa se hidratar, alimentar e descansar. E que pode se desfazer dele, quando bem desejar. Criando uma nova versão ao seu gosto.
Impulsionando uma eletrizante sequencia com as Light Cycles no nosso mundo e a ida de ARES até a versão anos 80 da “Grade” para se aconselhar com Flynn. Que traz a volta de Jeff Bridges, onde descobre mais do que imagina. Um belo tributo à película de 1982. Além da participação da eterna Scully de Arquivo X Gillian Anderson como a mãe de Julian, Elisabeth. Como fundo musical temos o Nine Inch Nails de Trent Reznor, com seu rock cru mesclado ao som industrial na jornada de ARES e Eve entre o real e o digital. Não se conecta diretamente com os filmes anteriores. Os eventos são citados brevemente.
Assim o espectador fica bem a vontade para acompanhar este novo capitulo. Deixando uma “pulga atrás da orelha”, pois abre o leque para a continuidade da história. A partir do ponto de vista de ARES, já que com o auxilio de Eve se tornou o que almejava. E para aqueles que adoram uma cena pós-credito, temos uma. Julian para fugir das consequências de seus atos no mundo real, foge para a “Grade”. Ao despertar e ver o mundo virtual praticamente destruído, vai em direção ao disco que possui sua memória. Ao toca-lo, ele grita “Sark”. Este é um spoiler para quem viu “Uma Odisseia Eletrônica”. Era a versão digital do seu avó Ed Dilinger (David Warner) como o Programa de Controle Mestre.

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