Em 2002, o então jovem cineasta Danny Boyle ao lado do escritor e roteirista Alex Garland trouxeram uma nova perspectiva para o dito apocalipse zumbi. Ao contrário do que vimos recentemente com o seriado “The Walking Dead” e seus spin-off, a capital britânica Londres era atingida por uma praga que ficou conhecida como o “vírus da raiva”. Onde as pessoas se tornavam selvagens e atacavam umas às outras. Com a mordida eram transformadas em seres irracionais e piores que animais. Estamos falando de “Extermínio (28 Days Later)”. Sob o olhar do interprete de Cillian Murphy (Oscar de Melhor Ator por “Oppenheimer, 2023”), Jim, vemos como ele tentou sobreviver após os 28 dias em que a pandemia foi iniciada. Ele e um grupo de sobreviventes tentam chegar a um base militar em Manchester. Já em 2007, tivemos a continuação “Extermínio 2 (28 Weeks Later)”, onde militares norte-americanos chegam a Londres para descobrir se o vírus foi controlado e se há a possibilidade dele se espalhar mundialmente.
Passados 18 anos, Boyle e Garland retornam ao universo que criaram em “Extermínio: A Evolução (28 Years Later, 2025)”. A
Inglaterra foi isolada do resto do mundo. Sendo monitorada 24 horas por tropas
militares ao redor do globo. Que uniram para evitar que o vírus espalhasse pelo
resto do mundo. A chamada “quarentena”.
Assim os poucos sobreviventes, criaram comunidades com regras próprias. Entre temos
a família formada por Jamie (o kick ass Aaron
Taylor-Johnson), Isla (Jodie Comer,
a Villanelle da série “Killing Eve,
2018 a 2022”) e o filho deles, Spike (Alfie
Williams). Este ao completar 12 anos, deve sair da segurança do seu lar e
ir ao mundo exterior. Acompanhado por Jamie, Spike descobre que fora da
comunidade, o mundo se tornou um lugar perigoso. A raça humana praticamente não
existe e os infectados se dividiram em grupos.
Como os rastejantes e um grupo de selvagens liderados pelo “Alfa”, que é dotado de certa inteligência. Este se torna o principal adversário da dupla, com Spike matando um rastejante e seguidos pelos selvagens. Ele e o pai conseguem abrigo num casarão abandonado. Do sótão, enxerga uma luz distante. Questionando Jamie, que disse não saber o que é. Após o estouro de manada de animais, a casarão vem a baixa e chamando atenção dos selvagens. Eles correm para a comunidade pelo caminho criado, quando a maré está baixa entre as ilhas. Com o auxílio de todos, um dos selvagens é abatido e os dois conseguem se salvar. Isso é celebrado por todos e Spike está incomodado por isso. Ao mesmo tempo, querendo saber mais sobre a luz que vi. Conversando com o tio Sam (Christopher Fulford) a respeito, lhe diz que a luz é o médico Ian Kelson.
Feito pelo novo M da franquia 007 Ralph Fiennes. Explicando que ele e seus pais o viram uma única vez. Faz com Alfie vá até ele, para ajuda sua mãe se curar. Já ela sofre de alucinações e perdas de memorias recorrentes. Pois não há médicos na comunidade para descobrir o que ela tem. Numa ação arriscada, os dois vão até o dr. Kelson. Juntos, descobrem como a humanidade se perdeu. Os selvagens no encalço deles e o vislumbre do que restou quando a sociedade como conhecemos existia. O nascimento de um bebê por uma mulher infectada e para surpresa de Alfie e Isla, é uma menina normal. Sem sequelas do vírus e a possibilidade de uma cura, talvez. Ao mesmo tempo, encontram Kelson.
Que faz um exame para descobrir o que Isla tem. Já que não possui o equipamento necessário, faz o exame atrás do toque e sua sensibilidade medica. Descobre que Isla tem um câncer em estágio avançado e esse é o motivo da confusão em sua mente. Pois ele se alastrou pelo corpo e celebro. Impactando Spike, fazendo com que reflita se voltará para casa ou continuar num mundo devastado. Daí o mote para “A Evolução” amplia sua temática ganhando um tom mais familiar. Além da vontade de Spike em entender como é viver no limite e descobrir que o mundo que não conheceu está mais próximo do que imagina. Exemplificado com a presença do soldado sueco Erik (Edvin Ryding) que lhe mostra fotos da sua namorada através do seu smartphone. Tecnologia que o jovem nunca teve acesso na vida e lhe deixando curioso a respeito.
Ao mesmo tempo, retoma a pegada insana dos primeiros filmes. A loucura passou a ser novo normal na terra do agora Rei Charles III. Justificada na intensa sequência de abertura com o pequeno Jimmy (Rocco Haynes) vendo sua família inteira ser dizimada pelos infectados. E surgindo adulto (Jack O’Connell, “Os Pecadores, 2025”) que formou uma gangue para caçar os infectados. Spike se junta a eles, sendo a deixa para a continuação “Extermínio: Templo de Ossos” a estrear em janeiro de 2026. Focando no personagem de Fiennes e dirigido por Nia DaCosta. Com Danny como produtor e a participação de Cillian reprisando o papel do filme de 2002. Que deve estrelar a película que concluiu a nova trilogia criada por Garland e Boyle, com este retomando a cadeira de diretor. Um dos atrativos da nova empreitada é a fotografia frenética contando com drones, iPhones e câmeras digitais, graças ao trabalho do diretor de fotografia Anthony Dod Mantle. Em perfeita sincronia com o editor Jon Harris. Além da música, contando com um ar Britpop anos 90 pelo grupo Young Fathers.

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