A era de ouro do cinema soube retratar os tempos onde Roma era a capital do mundo. Filmes bíblicos que o digam, “Ben-Hur (1960)”, “Spartacus (1960)” e “Cleópatra (1963)” como principais exemplos. Ridley Scott, conhecido pelas scifi “Alien: O Oitavo Passageiro” e “Blade Runner: O Caçador de Andróides”, e o road movie “Thelma & Louise (1992)”, sempre desejou realizar um épico sobre o tema. Eis que surge o roteiro de David Franzoni, “Gladiador”. Criando um conto sobre o imperador Cômodo ambientado em Roma no Segundo Século. Ele era conhecido por divulgar as lutas dos gladiadores no Coliseu e inclusive participando de algumas lutas. Que obviamente eram arranjadas e o sinal que se tornou sua marca. O polegar indicando para baixo e levar à morte, seu adversário.
Isso o tornou um semideus entre os romanos. Franzoni teve como base o livro “Those About to Die (1958)” de Daniel P. Mannix, que dividiu opiniões de historiadores sobre sua veracidade dos fatos. Em meio a isso, temos o general Maximus Decimus Meridius. Uma figura não-histórica colocada na trama escrita que se inspirou em fatos que em não há dados históricos suficientes que se comprovam. No caso, a fase de ouro no Império Romano quando foi liderado por Marco Aurelio (121 a 180) e Comodo (161 a 192). A partir da ascensão e queda de Maximus. Tido como um grande líder estrategista. Por isso, o roteiro de David foi revisado e lapidado por William Nicholson e John Logan.
Eles deixaram o conto mais dramático e envolvente. Para ser Maximus temos Russell Crowe, despontando na carreira. Vindo de um ótimo trabalho no thriller “O Informante (1999)” e Cômodo é vivido por um jovem Joaquin Phoenix. Ao lado deles, o veterano Richard Harris é Marco Aurelio; a bela Connie Nielsen é sua filha Lucilla e irmã de Cômodo; e o lorde inglês Derek Jacobi faz o senador Gracchus. Scott com o filme se especializou como um dos maiores cineastas em sequencias de batalha espetaculares. De dar inveja a Saga do Anel. Exemplificado com a excepcional cena de abertura com Maximus comandando o exercito romano com as forças germânicas, a futura Alemanha.
Incluindo um discurso que é lembrado até hoje: “O que fazemos hoje, ecoa por toda eternidade!”. Sua coragem e honestidade chamam atenção de Marco Aurélio. Os dois iniciam um relacionamento semelhante a de um pai & de um filho. O que transtorna Cômodo e Lucilla percebe isso. Poucos sabem que ela e Maximus tiveram um relacionamento quando mais novos. Mantiveram a amizade e Maximus sente que o regente pretende chama-lo para substitui-lo. Cômodo descobre e assassina o pai. E acusando o general, que é levado à morte. Com auxilio de simpatizantes, consegue escapar. Mas é ferido mortalmente, mesmo assim tenta voltar para sua família. Ao chegar lá, descobre que sua mulher e o filho pequeno foram assassinados pelos homens de Cômodo.
Por isso, desfalece nos campos da sua fazenda. É recolhido por mercenários e vendido como escravo ao mercador Antonius Proximo. Vivido pelo saudoso Oliver Reed, que veio a falecer em meio às filmagens de “Gladiador”. Conhece outro escravo Juba (Djimon Hounsou), criam um forte vinculo de amizade. Proximo também organiza lutas e descobre as habilidades de Maximus. Percebe que pode lucrar com isso e ao mesmo tempo, realizar um sonho antigo. Voltar à Roma em especial ao Coliseu. Já Cômodo ascende no trono, organizando luta entre gladiadores. Graças a performance de Maximus, isso acontece.
Enquanto se prepara para lutar no estádio, revê Lucilla. Ao mesmo tempo, conhece o filho dela, Lucius Verus (Spencer Treat Clark). A partir daí, Maximus enxerga um meio para vingar de Cômodo e a trama de “Gladiador (Gladiator, 2000)”. Com sequencias empolgantes de batalha e a recriação digital do Coliseu deixam o espectador de queixo caído. Scott aproveita soube aproveitar o tema para nos trazer uma história recheada com reviravoltas em seu ato final. Maximus consegue aliados para se vingar e realizar o sonho do velho rei, uma Roma livre de políticos corruptos e as necessidades do povo sendo como foco principal.
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