O cineasta britânico Ridley Scott ficou conhecido mundialmente por um olhar diferenciado em seus trabalhos. Uma estética que explorava a fotografia e a direção de arte, que ia além do artificio cenográfico. Onde complementavam a trama, a deixando mais rica e apurada. Isso pode ser visto em “Alien: O Oitavo Passageiro (1979)” e “Blade Runner: O Caçador de Androides (1982)”. Além do policial “Chuva Negra (1989)”, o filme de guerra “Falcão Negro Em Perigo (2001)” e a sfici “Perdido em Marte (2015)”. Mais recentemente se especializou em filmes épicos como “O Último Duelo (2021)” e o controverso “Napoleão (2023)”. Antes disso realizou o exuberante “Gladiador (2000)”.
Um sonho antigo do cineasta. Que sempre desejou filmar as batalhas sangrentas que formaram o Império RomanoComentamos no link: https://draft.blogger.com/blog/post/edit/preview/4739950842846544362/1999359304794216445. Passados 24 anos, Scott retorna à Roma Antiga em “Gladiador 2 (Gladiator 2, 2024)”. Ele externou o desejo de continuar a história de “Gladiador”, só estava esperando o momento certo e especialmente, o roteiro. A partir dos personagens criados por David Franzoni e a continuidade da história por Peter Craig e David Scarpa, a partir do conceito criado por este último. Roma agora é regida pelos implacáveis irmãos Geta e Caracalla, feitos por Joseph Quinn (o abestalhado Eddie Munson de “Stranger Things”) e Fred Hechinger respectivamente. Eles mantiveram o ideal de Cômodo, na expansão do império.
Tendo como líder militar, o general Marcus Acacius, interpretado pelo mandaloriano Pedro Pascal. E numa das incursões, em uma cidade de Numidia, ele enfrentará um adversário que confrontará em breve. O guerreiro Hanno, com Paul Mescal (“Aftersun, 2022”) no papel. Durante o confronto, sua esposa Arishat (Yuval Gonen) é mortalmente atingida. Hanno culpa Acacius e jurando vingança. Ele como outros são feitos prisioneiros e vendidos como escravos. Chamando atenção do mercador Macrinus, interpretado por Denzel Washington (Oscar de Melhor Ator por “O Dia de Treinamento, 2002”).
Um homem de passado obscuro que possui desejos maiores para si. Engenhoso, começa pequeno até chegar ao alto escalão do poder, o Senado Romano. Para isso, precisa de Hanno e suas habilidades de combate no Coliseu. Na arena em que os irmãos aproveitam para cativar as pessoas e justificar as campanhas para ampliar o domínio romano pelo mundo. O problema é que a população está cansada dos jogos. Tudo que é arrecadado, acaba sendo gasto em armamento e atender os desejos mais insanos dos irmãos. Fazendo com que as pessoas passem fome. Acacius já está cansado dos desmandos deles e planeja um modo para usurpar o trono. Para isso tem o auxílio de sua esposa e a verdadeira herdeira, Lucilla.
Que traz Connie Nielsen de volta à personagem. O conto ganha uma reviravolta com a presença de Hanno. Ele é Lucius, filho de Lucilla, dado como desaparecido. Desde a luta entre Comodo e Maximus. Sua mãe arranjou isso, porque estava preocupada com sua segurança. Legitimo herdeiro ao trono, já que é neto de Marco Aurelio. Assim temos o mote inicial de “Gladiador 2”. Onde Ridley aproveita para trazer os bastidores do poder em Roma. Além do tom épico com batalhas de tirar o folego. Exemplificado na cena de abertura, a armada naval de Acacius à Numidia. E como é de praxe no Coliseu, lutas recheadas de violência e sangue jorrando.
Como na sequência da batalha naval. Segundo registros históricos, houveram encenações a respeito. Mas sem a presença de tubarões. Aqui, Ridley tem a conhecida “liberdade artística”. Isso ele sabe fazer bom uso, exemplificado em “Gladiador”. O destaque fica para Denzel como o vilão de vez. Uma pessoa inescrupulosa e sem remorso, passando por cima de tudo e de todos para conseguir o que quer. Mescal exibe a virilidade necessária ao personagem. Não repetindo o que Crowe fez anteriormente, exibindo sua própria força dramática. O embate entre os dois é inevitável e determinante para o destino de Roma.
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