Os sete mares nos encantam. Seja pela sua beleza natural, seja pelos seus mistérios. O cinema soube aproveitar o tema em filmes como “O Velho E O Mar (1958)” e “No Coração do Mar (2015)”. Ainda mais quando tem o esporte como aliado. Um exemplo recente é “Nyad (2023)”. Um drama baseado na história da veterana nadadora Diane Nyad feita por Annette Benning. Para saber mais no link: https://cyroay72.blogspot.com/2024/02/a-historia-real-nyad.html. Como isso dito, temos “A Jovem & O Mar (Young Woman & The Sea, 2024)”. Também um conto verídico sobre a jovem Gertrude “Trudy” Ederle feita por Daisy Ridley, que fez a sucateira Rey na nova trilogia da saga Star Wars. Ela foi a primeira mulher a nadar pelo Canal da Mancha, ligação marítima entre a França e a Inglaterra, em 1926.
Antes, ela precisou superar o sarampo na infância. Aqui feita por Olive Abercrombie. Ao lado dos pais Henry e Gertrude (Kim Bodnia e Jeanette Hain respectivamente), a irmã mais velha Meg (Lilly Aspell) e o mais novo, Henry Jr (Ethan Rouse). Imigrantes alemães, o sustento da família é o açougue do pai. Ela e os irmãos, são incentivados pela mãe, a aprenderem a nadar. Já adultas, Trudy e Meg (Tilda Cobham-Hervey) são levadas à recém-criada Sociedade de Natação Feminina. Conhecem a treinadora Charlotte (Sian Clifford). Por causa da doença e ordem medica, Trudy não pode treinar na piscina. Assim, ela aprendeu a nadar no mar. Perseverou e consegue seu espaço nas competições.
Seguindo as instruções de Charlotte, Trudy bate as pernas e nada mais rápida que todas as alunas. Inclusive Meg, porque antes disso, ela era mais rápida e técnica nadadora. Ao participar das competições, Trudy se destaca. Ao mesmo tempo, se distancia de Meg. As duas fizeram uma promessa, que sempre estariam juntos. Percebendo o talento dela, o empresário James Sullivan (Glenn Fleshler) a convoca para participar do time de natação dos EUA nas Olimpíadas de 1924 em Paris. Este um grande investidor do esporte. Apesar de todos os percalços, conseguiu deixar sua marca. Charlotte impulsiona o sonho de Trudy em atravessar o Canal da Mancha. Ela se inspira no nadador Tim Burgess (Stephen Graham, o Scrum da franquia “Piratas do Caribe”) que fez a travessia em 1911.
Cumprindo uma aposta entre Charlotte e Sullivan, Trudy consegue o patrocínio para a empreitada. Com a imposição dele que o veterano Jabez Wolffe (Christopher Eccleston) seja seu treinador. Os dois possuíam uma desavença. Ele foi o responsável pelo time de nado nas Olimpíadas. Trudy segue adiante para conquistar seu sonho. Dai o mote inicial de “A Jovem & O Mar”, dirigido por Joaquim Ronning e com roteiro de Jeff Nathanson (que trabalhou com Steven Spielberg em “O Terminal, 2004” e “Indiana Jones & O Reino da Caveira de Cristal, 2008”), que adaptou o romance homônimo de Glenn Stout.
Eles reprisam a parceria de “Piratas do Caribe: A Vingança de Salazar (2017)”, para nos trazerem a história de superação de Trudy. Aqui muito bem encarnada por Ridley, com seu carisma característico e competência em cena. Que exibe toda determinação e força (com perdão da palavra) da personagem. Uma mulher à frente do seu tempo, enfrentando e derrubando barreiras. Seja no âmbito familiar, seja no esportivo. Além das próprias limitações físicas, as condições adversas do mar, e de saúde, já que por causa do sarampo perdeu parte da audição. E depois da travessia, a perdeu completamente.
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