Ao contrario do que parece, não é uma história da antiga Light, companhia que cuidava da energia elétrica na cidade de São Paulo. Para os mais velhos, saberão o que estamos falando. Na verdade é o novo trabalho de Lenny Kravitz, “Blue Electric Light (2024)”. Quebrando uma rotina de lançar novos álbuns de três em três anos, este último sucede o viajante “Raise Vibration” de 2018. São seis anos, sem lançar material inédito. Neste intervalo de tempo, tivemos a pandemia da Covid 19, Kravitz aproveitou o tempo para compor e gravar as 12 canções do disco. Com a retomada gradual das atividades presenciais ao redor do globo, ele se sentiu a vontade para voltar com os shows ao vivo e anunciar o novo trabalho.
Como é de praxe, ele grava todos os instrumentos e contando com o auxilio de seu fiel escudeiro e parceiro musical, o guitarrista Craig Ross. Surgido no fim dos anos 80 e inicio dos 90, Lenny trouxe como proposta musical, para muitos a melhor fase musical dos Stones nos anos 70 e a soul music da época. Com pitadas psicodélicas e o bom e velho blues. Assim tivemos hit como a empolgante “Are You Gonna Go My Way” e a balada “It Ain’t Over Til It’s Over”. Em meio a isso, ele mesclou perfeitamente o rock’n’roll raiz com suas influências vindas da musica negra. Como por exemplo, “Mama Said (1991)” e “Black and White America (2011)”. Assim temos a faixa de abertura “It’s Just Another Fine Day (In This Universe of Love)”, pontuada pelo contrabaixo de Kravitz, cheio de swingue, com direito a solo inspiradíssimo de Ross.
Já “TK421” é puro funk e inspirada no baixinho Prince (1958 – 2016). Juntamente com a referência da saga Star Wars. Seu titulo é baseado no stormtrooper que fica encarregado de vigiar a Millenium Falcon, que está atracada na Estrela da Morte em “Star Wars Episódio IV: Uma Nova Esperança (1977)”. “Honey” é uma doce canção romântica cheia de alma. “Paralyzed”, o lado roqueiro de Lenny aflora, com ares do cover de “American Woman” do The Guess Who, gravada em 1999. “Human” é o pop rock padrão Kravitz. “Let it Ride” transita entre os bites eletrônicos e o psicodelismo dos anos 60.
Seguida da poderosa balada soul “Stuck in the Middle”. E “Bundle of Joy”, é um mix entre o funk, o r’n’b e rock. Dai temos o rock cadenciado de “Love is my Religion”. O swingue está de volta em “Heaven” e o coro dá um ar gospel. O clima é mantido em “Spirit in my Heart” com um ritmo mais desacelerado. Quase uma balada e fechando os trabalhos temos a faixa titulo “Blue Electric Light”. Com toque oitentista, ela caberia perfeitamente na discografia de Prince nos anos 80. Teclados em profusão e Lenny imitando com perfeição o timbre vocal do cantor de Minneapolis. Além de um belíssimo solo de guitarra.
O disco foi gravado em seu estúdio nas Bahamas, isso já uma ideia do seu conceito. Exibindo toda sua maestria como multi-instrumentista e se conectando com as atuais tendências musicais. Assim as adiciona em seu cancioneiro e mantendo suas referencias artísticas. O seu lado rock and roll como conhecemos adicionados ao melhor soul music representada por Marvin Gaye, Aretha Franklin, Prince e Michael Jackson. Lenny confirmou show único na nossa terra brasilis para 23 de novembro deste ano no Allianz Parque, na cidade de São Paulo.
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