Um gênero vem atraindo o grande público, o chamado “true crime”. Que é baseado em fatos reais relacionados a um crime. Seja a investigação de um assassinato ou a caçada a um assassino em serie, como bem vimos na impactante minissérie “Dahmer: Um Canibal Americano (2021)”. Pegando carona, o canal das redes sociais nos traz “Bebê Rena (Baby Reeinder, 2024)”. Escrita por Richard Gadd, ele nos traz a própria história vivida. Assumindo o protagonismo como o comediante Donny Dunn. Ele trabalha num pub em Londres como bartender e sua vida sofre uma virada de 360 graus ao conhecer Martha Scott, vivida por Jessica Gunning. Ele a conhece no bar e lhe oferece uma xicara de chá. Diz que não tem como pagar uma bebida, comovido diz que o chá é por conta da casa. Fazendo com que Martha vã todos os dias, religiosamente ao encontro de Donny.
O que para ele parecia uma amizade, vai se tornando seu pior pesadelo. Desde que saiu de seu país de origem, a Escócia, vem tenta fazer sucesso como comediante. O que inclui um canal no You Tube e participando de concursos de stand up. É que Martha consegue seu email e passa a mandar mensagens constantes para ele. Muitos deles com conteúdo pessoal e certa conotação sexual. Incomodado, Donny tenta acabar com a amizade. Em especial, após pesquisar sobre Martha. Ela disse que é advogada, achando estranho que nunca tenha dinheiro para pagar. Descobre que Martha já foi processada por perseguir um casal idoso e a filha deles. Por isso, cumpre uma normativa que não pode mais se aproximar deles. Uma verdadeira stalker, traduzindo uma perseguidora.
Donny tem sido sua vida devastada por Martha, que acessa suas redes sociais e passa a atacar pessoas próximas. Como a ex-namorada Keeley (Shalom Brune-Franklin) e mais tarde sua atual, Teri (Nava Mau). Uma mulher trans que conheceu em um site de relacionamento. Percebendo que será mais complicado do que imaginava, pois ela descobre onde mora. Ficando a sua espera em frente ao ponto de ônibus do outro lado da rua. Um misto de obsessão e um sentimento de culpa dão o mote de “Bebê Rena”. Indo além do que estamos acostumados a ver sobre este tema. Onde a vitima é um homem e que se questiona sobre este status em seus sete episódios. Entendemos melhor seu ponto de vista a partir do “Quarto Episódio”, quando conhece o roteirista Darrien O’Connor (Tom Goodman-Hill). Seu grande ídolo na comedia e passam a trabalhar juntos.
Indo ao seu apartamento a pedido de Darrien. Se tornam próximos e Donny tem sua primeira experiência com drogas. Entre um dialogo e outro, os dois passam a noite juntos. Entorpecido, ele sente que há algo de errado. Ate que numa delas, descobre que Darrien o estuprou. Isso o traumatizou profundamente e afetando sua vida até então. Não relatou o fato para a polícia e nem aos pais. A presença constante e intimadora de Martha despertou novamente este sentimento de medo. Gadd exibe como isso afeta a vida de alguém que sofre este abuso. A vítima que se culpa pelo ocorrido e ao mesmo tempo, é dependente desta dor. Buscando entender como ocorreu e como não consegue se livrar dela. Exemplificando quando Martha é presa e Donny ouvindo detalhadamente as mensagens de áudio enviadas por ela. Que passa a se culpar por Martha estar encarcerada.
Comentários
Postar um comentário