Nicolas Cage ficou conhecido por seu parentesco com o cineasta Francis Ford Coppola. É seu sobrinho e seu nome verdadeiro é Nicolas Coppola. A eterna Adrian da saga Rocky Balboa Talia Shire é sua tia também. Cage realmente despontou em filmes alternativos como “Arizona Nunca Mais (1987)” dos irmãos Coen e “Coração Selvagem (1990)” de David Lynch. Chamando atenção de público e crítica na comedia romântica “Moonstruck: Feitiço da Lua (1988)”, dividindo a cena com a musa Cher. Nos anos 90 viveu o auge da sua carreira como astro de filmes de ação como “A Rocha (1996)”, “Con Air: Rota de Fuga (1997)” e “A Outra Face (1997)”. E em 1995, levou para casa o Oscar como Melhor Ator pelo drama “Despedida em Las Vegas (1995)”.
E estrelou a franquia Disney “A Lenda do Tesouro Nacional”. Nos últimos anos, dividas relacionadas a divórcios e pendencias pessoais, sua carreira entrou em declínio. Atuando nos mais variados gêneros cinematográficos. Às vezes, ele faz bons trabalhos como o thriller “Pig: A Vingança (2021)”, “O Peso do Talento (2022)” e a comedia de humor negro “Renfeld: Dando O Sangue Pelo Chefe (2023)”. Seu mais novo filme “O Homem dos Sonhos (Dream Scenario, 2023)” está entrando em cartaz nas melhores salas de cinema da sua cidade. Aqui ele é o professor escolar Paul Matthews que tem uma vida tranquila ao lado da esposa Janet (Julia Nicholson) e as duas filhas Hannah (Jessica Clement) e Sophie (Lily Bird).
Tudo segue sua rotina até que Paul reencontra Claire (Marnie McPhail) em um teatro, num passeio com Janet. Sua ex-namorada, lhe diz que tem tido sonhos com ele. Causando certo estranhamento de Paul e ciúme de Janet. Os dois marcam de tomar um café para conversar a respeito. Claire relata que nos seus sonhos, Paul surge apenas como espectador. Sem qualquer tipo de interação. Intrigado, descobre que tem mais de mil mensagens no Facebook. Onde pessoas que nunca viu na vida, estão sonhando com ele. E dizendo o mesmo relato de Claire, que aparece em seus sonhos como mero observador. Isso acaba viralizando e Paul se torna uma celebridade nas redes sociais.
Daí a trama inicial de “O Homem dos Sonhos”. Escrito e dirigido pelo norueguês Kristoffer Borgli, aqui temos o fenômeno virtual elevado a uma escala inimaginável. O entusiasmo de Paul a sair do lugar comum em que está, para ser alguém com relevância social e cultural. Apesar de sentir bem com sua família, há o descontentamento profissional. Trabalhando para sustento de todos como professor e bastante incomodado com seus antigos colegas de faculdade. Estes atingiram o sucesso em suas carreiras, que segundo Paul, graças aos seus conselhos para concluírem suas teses. Ao mesmo tempo, certa ingenuidade da parte dele, em não saber lidar com o sucesso repentino. Até que isso começa lhe causar problemas. No segundo ato da película, Paul se torna o pesadelo das pessoas. Ao melhor estilo Freddy Krueger da franquia terror “A Hora do Pesadelo”.
O filme faz um paralelo sobre o mundo real e o mundo virtual. E como estão intrinsicamente ligados. O fervor das redes sociais a algo inédito, é igual seu fim fugaz e suas consequências. Um homem comum levado ao status de estrela e busca um meio para ascender para satisfação própria sem se preocupar o que seus atos podem causar para aquelas pessoas mais próximas. No caso, Janet, Hannah e Sophie. E já no ato final, Paul entende seu papel. Nicolas entrou de cabeça no papel como o homem descontente com os rumos da própria vida. Mesmo com o sucesso repentino tenta corrigir seus erros do passado e angustias pessoais. Acaba criando novos e perdendo o amor da família.
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