O dia 08 de junho de 2019 ficou marcado um do mais triste no mundo do entretenimento. O falecimento precoce do cantor André Matos devido um enfarte agudo do miocárdio. Ele era um dos expoentes do heavy metal da nossa terra brasilis quando formou o Viper nos anos 80 e posteriormente o Angra e o Shaman. E após sair delas consolidou a carreira solo. Ele era conhecido pelo vasto conhecimento musical. Na sua formação em música clássica e pianista de mão cheia. Em meio a isso, Anderson Bellini já estava realizando um documentário sobre sua vida e obra, entrevistando o próprio, amigos próximos e pessoas com que dividiu o palco. Após sua morte, com autorização da família Matos, realizou o documentário “André Matos: O Maestro do Rock”.
Lançado em 14 de setembro de 2021 no Theatro Municipal de São Paulo, data que André celebraria seus cinquenta anos de idade. Contando com o auxilio de familiares como o primo e publicitário Eco Moliterno, o irmão e musico Daniel, e o assessor de imprensa de André, Thiago Rahal Mauro, trouxeram imagens de arquivos. Fotos e vídeos pessoais. Para contar a historia de André em seus mínimos detalhes, ela será dividida em quatro partes. A primeira traz suas origens, a família e a formação do Viper. A cidade de Piedade a família possui um sitio e era seu refugio. Além da música, era um apaixonado pela natureza.
Como bem vimos na sequencia onde está sentado numa pedra do sitio e um teclado a tiracolo. Ele é dedicado ao avô de André, Ary Coelho da Silva, de quem era muito próximo e veio a falecer com 100 anos. Começa com uma reflexão sobre a morte e se tivesse que partir, iria feliz e realizado. É um momento emocionante, pois é um vídeo gravado em 2005. A primeira parte de “O Maestro do Rock” possui sete atos. Em “O Réfugio”, discute suas origens no sitio. Daniel e Eco mostram como ele está atualmente. Já em “As Origens” conhecemos seus pais, Sônia Coelho e o fotografo Pedro Henrique. O filho era seu modelo fotográfico na infância. A mãe explicou a escolha dos nomes de seus filhos. Comenta também sobre a paixão de André pela musica e que aprendeu a ler e escrever sozinho.
Por isso, compraram um piano e contrataram uma professora. Ela percebeu que o jovem na época tinha jeito. “A Base”, temos a base escolar de André. O colégio Rio Branco foi onde tudo começou para os irmãos Yves e Pit Passarelli, Kiko Loureito (futuro guitarrista do Angra) estudaram. Yves fala o convívio entre eles. Que contou com depoimentos de amigos feitos naquele momento, Felipe Machado também fala como se conheceram. Daí o embrião para a primeira banda de rock de André, o Viper. Já “A Estreia”, com André no grupo é marcado com a histórica primeira edição do Rock in rio em 1985. Coincidência ou não, o visual dotado por ele é inspirado em Bruce Dickinson.
Jaqueta de couro, calça jeans surrada e longos cabelos. Os primeiros shows como a abertura para a banda de hard rock Platina no Lira Paulistana (um centro cultural da cidade de São Paulo, hoje desativado) em 1985. Além do lançamento do EP, “Kimera Sword (1987)” e do primeiro álbum “Soldiers of Sunrise (1987)”. Aqui temos o famoso show do Viper conhecido como “Show da Tocha” no colégio Rio Branco em 1987. André sobe ao palco com um cabo de vassoura enrolado por um lençol embebecido por querosene e pegando fogo. Para dar mais dramaticidade na canção “Soldiers of Sunrise”. Porem o artefato se desfaz e cai na caixa de som. O rastro de fogo vai passando até chegar a cortina do teatro.
“A Amplitude” traz o Viper em nova formação e o segundo disco “Theater of Fate (1989)”. Este bastante influenciado por “Misplaced Childhood (1985)” do Marillion, “Operation: Mindcrime (1987)” do Queensryche, e “Close to the Edge (1972)” do Yes. Aqui Pit diz que foi André que trouxe a ideia para adicionar musica clássica ao som e o próprio fez os arranjos. Este conta como a canção e maior hit do grupo “Living for the Night” surgiu. “A Separação”, André comenta sua saída da banda, quando estava em ascensão. Sentia a necessidade de se completar musicalmente. Sua entrada na faculdade de música para se formar como pianista clássico foi além. É formado como compositor e maestro. Daí o apelido. Comenta que ficou muito triste por ter feito isso e prometendo aos amigos de grupo, que iria cumprir as datas agendadas para a turnê de “Theater of Fate”.
Completa, que gostava de tocar com eles. Mas que naquele momento não fazia mais sentido. Daí seguiria para a faculdade, que de inicio seriam três anos e se prolongaram para seis. Opção do próprio. O ultimo ato, “O Artista”, fala sobre sua dedicação aos estudos. Mergulhado no piano, André exibe a maestria que se tornou conhecido por todos. Vídeos caseiros demonstram isso. Não perdeu o gosto pelo canto, mesclando perfeitamente os dois. O piano e a voz em uníssono. As técnicas e os métodos de composição, adicionando a regência em suas aptidões. Uma mostra como queria ampliar seus horizontes musicais. Aqui temos uma prova de como André Matos era um artista completo e totalmente comprometido com sua arte. E isso é só a primeira parte. A segunda saiu em maio de 2023 e em breve comentaremos.
Comentários
Postar um comentário