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"PRISCILLA" por Sofia Coppola

O mundo do rock sempre trouxe certo fascínio do grande público. O glamour, a riqueza e as portas sempre abertas. É claro a contínua vida regada com muito sexo, drogas e álcool. Sem esquecer suas consequências. Por exemplo, o vício em drogas que causou o falecimento precoce de três grandes referencias.  No caso, o guitar hero Jimi Hendrix, o poeta Jim Morrison e a eloquente Janis Joplin. Ambos com a infeliz coincidência, nos deixaram aos 27 anos de idade e seus nomes começam com a letra J. Criando uma lenda que o auge de rockstar é chegar aos 27 anos para eventualmente morrer. Obvio que isso não ocorre mais, só tempos em tempos. Discutiremos o assunto futuramente.

A sétima arte de certo modo, demorou para aproveitar o tema. Mais recentemente tivemos “Bohemian Rhapsody: A História de Freddie Mercury (2018)”, sobre o icônico vocalista do Queen, e “Rocketman (2019)” que traz a vida cheia de altos e baixos de Elton John, de acordo com suas lembranças dos fatos. E finalmente tivemos a história do Rei do Rock contada em “Elvis (2022)”. Dirigido por Baz Luhrmann e Presley foi interpretado magnificamente por Austin Butler. Comentamos no link: https://cyroay72.blogspot.com/2022/07/o-rei-do-rock-elvis-presley-pelo-olhar.html. Nos últimos anos, a imagem de Elvis tem sido bem explorada pela sua esposa Priscilla. Que para manter a marca em evidencia, autorizou o filme de Luhrmann, o musical em Las Vegas e agora traz seu ponto de vista sobre a vida ao lado dele em “Priscilla (2023)”. 


Baseado no seu livro de memórias “Elvis and Me (1985)” escrito com Sandra Harmon, foi adaptado por Sofia Coppola ("Encontros e Desencontros, 2003"), além de dirigir a película. Vemos o conto de fadas vivido com Elvis foi uma fantasia marcada com sacrifícios e percalços. Ela é interpretada por Cailee Spaeny (da minissérie “Mare of Easttown, 2021”), já como Elvis temos Jacob Elordi (o Nate da série HBO “Euphoria” desde 2019). Vemos o início do relacionamento, quando ela tinha 14 anos e vivia em uma base militar na Alemanha com a família em 1959. Por coincidência, Elvis foi enviado para lá. Já que nos EUA, o jovem de 24 anos sofria com a perseguição implacável da censura daqueles tempos. 

A convite de um amigo dele, vai à uma festa ao encontro de Elvis. A sintonia é imediata, apesar da diferença de idade, os dois engatam um romance durante o tempo que ele serviu ao exército. De volta aos EUA, perdem contato. Só voltaram a se reencontrar em 1962, quando Elvis lhe faz uma declaração de amor e a chama para viverem sua casa em Graceland (Memphis, Tennesse). Chegando lá, conhece a verdadeira persona de Elvis. Um homem controlador que decide por ela o que vestir, a melhor maquiagem e como agir. Por causa da fama, chega a proibi-la de sair na rua para passear com o cachorro. Evitando os fãs e a imprensa, para não ser questionada sobre a vida deles. Aos poucos, Priscilla percebe que vive presa dentro de uma gaiola dourada. Tem tudo a seu dispor, ao mesmo tempo, não possui nada. Nem mesmo seu direito de ir e vir. 

Assim temos a trama de “Priscilla”. Sofia nos traça um retrato de como era a vida de Priscilla com Elvis. Ao mesmo tempo, exibe suas falhas como indivíduo. A pressão que sofria por ser quem era e isso acabava reverberando em Priscilla. Onde a transformava em sua bonequinha de luxo e cerceando sua liberdade. Dizendo o que fazer e como fazer. Mimado e chegando a ser violento, Coppola não tenta desmistifica-lo. Apenas mostrar que Presley era uma pessoa comum fora dos holofotes. Elordi o faz com perfeição, adicionado ao excelente trabalho em que sua voz se assemelha a de Elvis. O destaque é Cailee que transmitir toda a dor de sua personagem. De forma contida e eloquente simultaneamente. A desconstrução da imagem do príncipe encantado, a desilusão por estar ao lado do amor da sua vida e não sendo correspondida do modo que imaginava. Isso ao som de “I’ll Always Love You” de Dolly Parton.

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