Em 1971, o mundo do cinema se encantou com a fantasia “A Fantástica Fábrica de Chocolate”, estrelada pelo inesquecível Gene Wilder. Ele interpretava o chocolateiro Willy Wonka e sua marca se tornou um sucesso mundial. A cada sabor diferenciado vindo do cacau, vendia e se esgotava rapidamente. A história do filme traz poucas pessoas que ganhavam um convite exclusivo para experimenta-lo pela primeira vez. Além de uma visita à sua fábrica, para verem como eles são feitos. Conhecemos os animados Oompa Loompas que trabalham freneticamente para Wonka. Este é um incansável pesquisador sobre a essência do chocolate buscando novos sabores e modos para leva-lo ao grande público. Porém, os convites possuem outro intuito.
Encontrar um substituto para assumir a fábrica e assim voltar ao campo de pesquisa. O filme é baseado no conto de mesmo nome de Roald Dahl, de “Mathilda” e “Convenção das Bruxas”. Que mais tarde ganharia uma nova versão em 2005 com Johnny Depp como Wonka e o visionário Tim Burton é o responsável pela empreitada. Agora chegou o momento de contar sua história, como ele se tornou a lenda no mundo dos chocolates. Feito pelo jovem Timothée Chalamet (o Paul Atreides de “Duna, 2021”), impulsionado pela mãe (Sally Hawkins de “A Forma da Água, 2017”), a seguir seu sonho em ser como um grande mestre na arte em criar os mais diversos sabores com chocolate. Por isso, viajou o mundo atrás de receitas para criar a barra de chocolate perfeita em sabor e tamanho.
Willy (Chalamet) percebe que para realizar seu sonho, vai ser mais difícil do que imaginava. Encararando o Cartel do Chocolate formado por Slughworth (Paterson Joseph), Fickelgruber (Mathew Baynton) e Prodnose (Matt Lucas). Empreendedores no ramo de chocolates que controlam os negócios na Galeria Gourmet. Chantageiam o chefe de policia local (Keegan-Michael Key) e o líder religioso, padre Julius (o eterno mr. Bean Rowan Atkinson). Ambos são chocólatras e Slughworth faz uso disso ao seu favor. Além de enfrentar problemas com a dona da pensão em que se hospedou, sra. Scrubbit (Olivia Colman, Oscar de Melhor Atriz por “A Favorita, 2018)”. Ele foi enganado ao assinar pela hospedagem. Um contrato que o obrigava a contrair uma divida com ela.
Sendo paga com trabalhos forçados na lavandeira do hotel. Lá conhece outros que foram enganados também. O contador Abacus Crunch (Jim Carter), a encanadora Piper Benz (Natasha Rothwell), o comediante Larry Chucklesworth (Rich Fulcher) e a telefonista Lottie Bell (Rakhee Thakrar). Ao lado deles, a pequena órfã Noodle (Calah Lane). Com seu auxilio, em especial Noodle, Willy inicia sua jornada para conseguir ser o que sempre sonhou, um grande confeiteiro no ramo dos chocolates. Dirigido e escrito por Paul King, responsável pela adorável franquia “As Aventuras de Paddington”. Ele aproveita o conto de Dahl para nos trazer um sentimento praticamente esquecido nos dias de hoje na sétima arte. Vivemos num mundo marcado por filmes de super-heróis, inclusão social e o discurso politico radicalizado. São os novos tempos, eles se mostram necessários. Mas devem lembrar que o cinema é muito mais do que isso.
Uma película
sobre a família e a luta pelos seus ideais. Reaproveitando o que vimos no filme
de 1971. Pontuado pelo tema musical “Pure
Imagination” composto por Leslie Briscusse & Anthony Newley para “A Fantástica Fábrica” se conectando
perfeitamente com “Wonka”. Ditando o tom do personagem de Timothée, que vai além de ser uma reprodução dos trejeitos de
Wilder. Com o talento característico e carisma, ele assume o papel cantando e
dançando ao seu modo. A trilha musical original composta por Neil Hannon (da banda indie The Divine
Comedy) e Joby Talbot complementa o
trabalho de Chalamet. A controversa participação
do veterano Hugh Grant (a minissérie
HBO “The Undoing, 2020”) como o Oompa
Loompa Lofty. É a introdução da futura parceria entre Willy e os anões que trabalharam
para ele na fábrica. Que é magnificamente recriada no ato final. Hawkins faz uma pontual e emocionante atuação.
Comentários
Postar um comentário