Todos conhecem a canção “Hurricane” do mítico poeta Bob Dylan, tocada constantemente nas rádios rock ao redor do globo e atualmente pelas mídias sociais. Porem poucos sabem sua temática. Baseada na historia do pugilista peso médio Rubin “Hurricane” Carter e sua prisão causada pela morte de três pessoas brancas num bar em New Jersey em 1966. As provas o levaram à prisão perpetua junto a um rapaz, John Artis, que pegou uma carona em seu carro. Eles foram detidos pela policia local, que tinham certeza da culpa deles. “Hurricane” era um pugilista promissor e estava prestes a disputar o titulo mundial da sua categoria. A canção narra em seus oito minutos e trinta segundos, contam sua jornada por justiça. Já que houve provas que sua prisão foi um ato de preconceito racial. Passados 20 anos, ele foi considerado culpado em dois julgamentos e em meio a isso, escreveu a autobiografia “16 Rounds (1974)”.
Traz seu lado da historia, a infância pobre e a perseguição policial sofrida ate a vida adulta. Em especial do detetive Vincent DeSimeone. Ela chamou atenção do jovem Lesra Martin. Mais tarde ele lhe enviou uma carta, agradecendo por tê-la compartilhado. Pois se sentiu muito próximo ao seu relato. Passam a trocar cartas. Os tutores de Lesra, Lisa, Sam e Terry também se interessam e todos se encontram com Hurricane na prisão. A partir dai, o ex-lutador de boxe alimenta a esperança de conseguir provar sua inocência e posteriormente, a liberdade. Assim temos o mote para “Hurricane: O Furacão (The Hurricane, 1999)”.
Dirigido pelo veterano Norman Jewison, que se baseou em “16 Rounds” e “Lazarus and the Hurricane” de Sam Chalton & Terry Swinton, com os roteiristas Armyan Bernstein & Dan Gordon, responsáveis pela adaptação. Para o papel temos o carismático Denzel Washington, que teve auxilio do próprio biografado para poder personifica-lo na sua essência. Contando em formato de flashback, vemos a ascensão de Rubin como pugilista e ao mesmo tempo tendo que conviver com a perseguição implacável do detetive Della Pesca, feito por Dan Hedaya. Este é na verdade DeSimone. Enquanto isso, Esra (Vicellous Reon Shannon) adquiri o livro de Rubin em uma feira de livros usados. O lê quase do dia para a noite. É com ele, que acompanhamos a caminhada de Hurricane, desde a infância pobre até o momento de auge como lutador de boxe.
Sua personalidade forte se equipara com os socos aos seus adversários. A leitura de Esra exibe Rubin como o lutador de boxe peso médio prestes a ser campeão. Somada ao preconceito de Della Pesca, que busca de todos os meios de evitar que isso ocorra. Já em sua cela, se converte ao islamismo. Onde encontrou a paz necessária, para tirar toda raiva e todo ódio que sentiu quando foi preso. Após duas tentativas fracassadas para reverter sua condenação à prisão perpetua. O vinculo com Esra, juntamente o envolvimento de Lisa (Deborah Kara Unger), Sam (Liev Schreiber) e Terry (John Hannah), fazem com que Rubin repense sobre sua situação. Eles retomam as investigações sobre seu caso, descobrem falhas e novas evidências. Relatam suas descobertas aos advogados dele, Myron Beldock (David Paymer) e Leon Friedman (Harry Yullin).
Ciente disso, Rubin decide reabrir o caso. Mas é aconselhado por eles, a não fazê-lo. Caso o juiz não as aceita, serão perdidas para sempre. Tudo dependerá do juiz H. Lee Sarokin, feito pelo veterano Rod Steiger. “Hurricane: O Furacão” traz a tona como o preconceito racial faz estragos. Em especial quando levado a nível pessoal, como bem vimos na película. Indo além de uma ótima cinebiografia, a atuação impecável de Denzel é um retrato disso. As convicções racistas de Della Pesca que tem absoluta certeza que Rubin será um mal para a sociedade. Este exibe o contrario, apenas quer viver sua vida como esportista. Mesmo encarcerado, “Hurricane” mostra todo sua resiliência. A religião o ajudou a acalmar sua alma. Não se deixando se levar pelo ódio e deixando a porta para o amor aberta. Simbolizada com a presença de Esra, Lisa, Sam e Terry.
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