Nos últimos tempos, as series brasileiras tem ganhado muito espaço nas plataformas streaming. O thriller “Os Outros (desde 2023)”, a familiar “Manhas de Setembro (2021 a 2022)”, a policial “Bom Dia Verônica (desde 2020)” e a tensa “Impuros (desde 2018)”. Agora o canal das redes sociais Netflix lança o thriller policial e de ação “DNA do Crime (2023)”. Criada e dirigida por Heitor Dhalia, que nos trouxe a impactante “Arcanjo Renegado (desde 2020)”, se baseou num fato verídico ocorrido em 2017 no Paraguai. Considerado o maior assalto na América Latina. A ação foi coordenada por um grupo de 30 criminosos que roubou a sede de uma transportadora de valores. Ao explodir o cofre e subtrair o valor estimado 11 milhões de dólares (em reais, 125 milhões). Ele aconteceu em Ciudad del Este, na fronteira com Foz do Iguaçu (Brasil) e Puerto Iguazú (Argentina).
Pegando a onda do novo gênero policial, “true crime”, Dhalia aproveitando para nos trazer o conto sobre o policial federal Benício (Romulo Braga) investigando a morte de seu melhor amigo e parceiro Santos (Pedro Caetano). Quando este estava numa palestra no presidio em Foz, que é atacado. Na fuga dos presos, ele foi alvejado. Benicio enxerga que a fuga foi planejada para libertar certas pessoas. Que mais tarde, participariam do elaborado assalto descrito acima. Sua riqueza de detalhes. O plano muito bem montado, inclusive o dinheiro que seria levado. Por exemplo, cédulas especificas. Vemos que é uma ação coordenada por grupos dos dois países. Brasileiros e paraguaios trabalham em conjunto. Eles respondem à “Organização”. Órgão que é falado no decorrer dos oito episódios da serie.
Benício encontra evidencias sobre isso e acredita que conseguirá resolver os dois casos. Ganhando o auxilio de Suellen (Maeve Jinkings), que está saindo da licença maternidade. Ela deseja provar seu valor dentro da corporação e se torna parceira de Benício. Os dois percebem que possuem mais em comum do que imaginavam. Ele é o policial em busca de justiça pela morte do amigo, usando sua experiência com métodos radicais para avançar nas investigações. Já Suellen, ambiciosa quer ser reconhecida como policial, além de ser uma mãe zelosa pela criança recém-nascida. Ambos descobrem que o líder do grupo é chamado Sem Alma (Thomas Aquino) e foi o responsável pelo tiro mortal dado contra Santos.
Dai a trama inicial de “DNA do Crime”. Que se destaca pelas ótimas sequências de ação e a investigação rica em detalhes. Onde pela primeira vez no nosso país tupiniquim foi usada a técnica do DNA, para descobrir os envolvidos pelo assalto. Até então, não foi utilizada. Durante a investigação. Foram recolhidas mais de 457 amostras de material genético e lá foi descoberto que há uma rede do crime que ia além das nossas fronteiras. Conectava os integrantes do grupo, a outras ocorrências dentro e fora do Brasil. No caso, o PCC (São Paulo) e as milícias no Rio de Janeiro. Além do envolvimento de estrangeiros. Desde então, a ciência forense se tornou relevante e determinante para a resolução de casos por aqui.
Rômulo está ótimo como o policial honesto e carrancudo que sai da linha para conseguir ser bem sucedido nas suas ações. Maeve exibe atitude como mulher e mãe, deixando bem claro que é uma policial federal íntegra. Thomas está perfeito como vilão de vez. Um olhar frio que chega a arrepiar o espectador mais desatento e determinação invejável para seguir em frente. Todo elenco passou por um treinamento especifico para encarnar seus papeis. Eles nos transmitem suas emoções, tanto nas perseguições e na excepcional sequencia de abertura no 1º episodio “Barata Voa”. Fazendo inveja a series como “C.S.I.” e “Hawai 5-0”.
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