O Blur marcou seu nome como um dos principais expoentes do Brit Pop nos anos 90. Além de dividir as atenções com o Oasis dos irmãos Gallagher. Criando na época uma espécie de rivalidade entre as bandas. Em especial Noel e Liam. Comparações eram feitas e os dois disparavam sua metralhadora verbal em cima de Damon Albarn (vocais, guitarra e teclados), Graham Coxon (guitarra e vocais), Alex James (contrabaixo) e Dave Rowntree (bateria). Apesar de tudo, os grupos nunca levaram essa disputa muito a sério. Quem o fez foi a imprensa britânica, relembrando o tempo em que comparavam os Beatles e os Rolling Stones nos anos 60. Com isso dito, Damon partiu para vários projetos individuais.
Além de uma solida carreira solo, ele se tornou um dos mais ativos e ecléticos músicos da sua geração. Formou os Gorillaz em 2001, grupo virtual que se tornou um fenômeno musical mundialmente. Mesclando rock inglês, r’n’b, hip hop ao lado do cartunista James Hewlett. Juntou lendas do punk e do ska no grupo The Good, The Bad & The Queen. De tempos em tempos, volta a trabalhar com Coxon, James e Rowntree. Como em 2013 numa turnê comemorativa e em 2015 com “The Magic Whip”, que dividiu opiniões na época. Fazia 12 anos do lançamento do disco “Think Tank (2003)”. Este já sem Graham, que saiu no meio das gravações. Por esgotamento físico e mental. Além de tratar o alcoolismo. Comentamos no link: https://cyroay72.blogspot.com/2015/05/blur-magic-whip.html
Já livre de seus compromissos profissionais, Damon volta a trabalhar com seus velhos parceiros de banda em “The Ballad of Darren (2023)”. O mesmo vale para James, que deixou de lado seu lucrativo negocio no ramo de queijos, e Dave que soltou recentemente seu primeiro disco solo, “Radio Songs (2023)”. Coxon consolidou sua carreira individual e participou recentemente do ultimo trabalho do Duran Duran, “Future Past (2021)”.
Agora vamos discutir a volta deles na canção que abre os trabalhos, “The Ballad”. Inspirada no segurança deles Darren “Smoogy” Evans, que trabalhou com o grupo e atualmente somente para Damon. Ela exibe tom soturno e melancólico. Já “St. Charlie Square” é pulsante com ares de ArtPop com a guitarra cheia de efeitos de Graham se fazendo presente. “Barbaric” é uma volta no tempo, puro BritPop anos 90. Discute o fim de um relacionamento nos seus mínimos detalhes.
“Russian Strings”, balada ao melhor estilo Blur sobre desesperança. Destaque para o delicado arranjo de cordas e a harmonia dos vocais de apoio. “The Everglades (For Leonard)”, um tributo a Leonard Cohen. Composta a partir de um mural pintado estrategicamente a frente do quarto do hotel de Damon em Montreal (Canada). “The Narcissist” foi o primeiro single e diz muito sobre a temática do álbum. Uma ode sobre a solidão e como este sentimento afete as pessoas das mais diferentes etnias. “Goobye Albert” e “Far Away Island” discutem sobre a melancolia com um ar mais otimista.
“Avalon”, não confundir com a clássica canção de mesmo nome do seminal Roxy Music. Esta surge épica e discute a mitologia entorno da mítica ilha dos tempos do Rei Arthur. “The Heights” encerra o disco, unindo perfeitamente tudo o que Blur produziu ate hoje. Somada ao que fez Damon dentro e fora da banda, Graham mostrando como grande guitarrista que é. James e Downtree exibem a cozinha certa para os dois. Ela mistura muito bem os belos arranjos de cordas e vozes com o riff e a distorção continua das seis cordas da guitarra de Coxon.
Comentários
Postar um comentário