A Segunda Guerra Mundial é um tema recorrente na sétima arte. Seja nos campos de batalha como o épico “O Resgate do Soldado Ryan (1998)” do mago Steven Spielberg; passando por “A Conquista da Honra (2006)” e “Cartas de Iwo Jima (2006)” ambos do mítico cowboy Clint Eastwood com duas perspectivas, a norte-americana e a japonesa, sobre o conflito e filmes como “O Jogo da Imitação (2014)” com matemáticos decifram códigos secretos nazistas e a criação do primeiro computador; e “O Destino de uma Nação (2017)”, com os bastidores da guerra nos altos escalões do poder.
Agora temos “Oppenheimer (2023)” de Christopher Nolan. Que chamou atenção do público e da crítica com os thrillers psicológicos “Amnésia (2000)” e “Insônia (2002)”, este estrelado pelos veteranos, Al Pacino e o finado Robin Wiiliams. Isso o creditou a realizar a trilogia do Cavaleiro das Trevas Batman. Sendo considerada sua versão definitiva para o cinema, pois é o que mais se aproxima do personagem das HQs. Ele também nos trouxe os impactantes “A Origem (2010)” e “Interestelar (2014)” e “Dunkirk (2017)”. Este baseado num fato verídico, assim como “Oppenheimer”. A diferença entre os dois é que no primeiro vemos os soldados ingleses lutando contra o exército alemão. Já o segundo, relata um dos momentos mais marcantes da história, a criação da bomba atômica. No caso, a que destruiu as cidades de Hiroshima e Nagasaki na terra do sol nascente Japão.
Baseado no livro “Oppenheimer: O Triunfo e a Tragédia do Prometeu Americano (2005)” de Kai Bird & Martin J. Sherwin, Nolan além de dirigir se responsabilizou pela adaptação do conto. Para ser J. Robert Oppenheimer temos Cillian Murphy (o Tommy Shelby da série “Peaky Blinders, 2013 a 2022”) e ao lado dele, o Jason Bourne Matt Damon como o coronel Leslie Groves. O militar chama Oppenheimer a participar do Projeto Manhattan, a construção de uma arma pode acabar com o conflito contra a Alemanha de uma vez por todas. Completam o elenco o eterno Tony Stark Robert Downey Jr. como empresário e almirante Lewis Strauss, a bela Emily Blunt (da franquia “Um Lugar Silencioso”) é a esposa de Oppenheimer, Kitty e Florence Pugh (a nova Viúva Negra do Universo Cinematográfico Marvel) faz Jean Tatlock, amante de Oppenheimer.
Oppenheimer é obcecado pelas estrelas da nossa constelação. Estudando a fundo seu nascimento e intrigado quando elas se apagam. Indo para a Europa constantemente para discursar o assunto com estudiosos como ele, Niels Bohl (Kenneth Branagh) e Werner Heisenberg (Matthias Schweighöfer).No seu retorno, se encontra com Groves e fica ao mesmo tempo, intrigado e interessado, a participar de um projeto secreto para o governo da terra do tio Sam. Este sugere para irem a um local isolado de tudo e de todos, para não saberem o que estão fazendo. Vão até Los Alamos no Novo México. Ela leva consigo a esposa Kitty e o filho pequeno. Além de recrutar junto a Groves, as melhores mentes no campo de energia nuclear. Como Edward Teller (Benny Safdie) e Richard Feynman (Jack Quaid) por exemplo. Instalados, montam uma cidade e um campo isolado, os primeiros testes com uma bomba capaz de causar destruição em massa.
Daí a trama inicial de “Opperheimer”, Nolan não faz uma cinebiografia como estamos acostumados. Desconstrói o personagem, exibindo suas neuroses e ambição para ser reconhecido como grande gênio. E trazendo o verdadeiro conceito da física quântica. Cillian está perfeito em transparecer isso em cena. Além de exibir suas inseguranças sobre a montagem da bomba atômica. Ciente das suas consequências para o momento que está vivendo e as futuras gerações. Marcando o início da Guerra Fria, em especial entre os anos 60 e 80. Se torna um pacifista e combatendo as tentativas do governo dos EUA a ser uma potencia neste campo. Damon está ótimo como militar que tenta controlar os instintos de Oppenheimer e seguir sua linha militar para atingir seus objetivos pessoais.
Tecnicamente, a película é espetacular. Christopher é conhecido por filmar a moda antiga, com a câmera em punho. Além de usar escalas e locações reais. Isso ajudou nos efeitos especiais práticos e praticamente nada de CGI. Por exemplo, a sequência em que o avião de passageiros explode em “Tenet (2020)”. Ele próprio comprou a aeronave para dar ao espectador, mais realismo em cena. As primeiras explosões do artefato, os devaneios de Oppenheimer sobre sua causa e seu efeito. Até o momento com o teste definitivo do que seria a bomba nuclear que bem conhecemos e tememos. O escocês Tom Conti é Albert Einstein, amigo e conselheiro de Oppenheimer, sua presença é determinante para que ele se conscientize sobre suas ações.
Uma sequencia brilhante, como no velho ditado "o silencio vale mais que mil palavras". Quem se destaca é Downey Jr., de inicio um aliado de Oppenheimer. Vemos como Strauss era um hábil politico, sabendo se aproveitar das franquezas do físico. Neste caso, sua arrogância, ideais políticos e o caso com Jean. Para transformar sua imagem de herói nacional, numa espécie de comunista. Já que era simpatizante, mas que nunca se filiou ao partido nos EUA. Articulando um plano que dar inveja as tramoias que vimos recentemente na politica do nosso país tupiniquim. Escondendo suas verdadeiras intenções.
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