Quando anunciaram que os Titãs estavam se preparando uma turnê para comemorar os 40 anos de carreira, os fãs entraram em êxtase. Ainda mais quando souberam que a banda retomava sua formação original. Isso não ocorria desde 2012, quando celebraram 30 anos numa apresentação única. Comentamos no link: https://cyroay72.blogspot.com/2012/10/titas-celebracao-do-autentico-rock.html. Mais uma vez, reunidos agora com uma turnê que está passando pelas principais cidades de nossa terra brasilis. O que de inicio, seria só um show em São Paulo, acabou fechando em três datas consecutivas. Isso foi ocorrendo desde o começo dela em abril deste ano, em outras localidades também. A última apresentação na terra da garoa ocorreu no domingo (18 de junho de 2023) foi no Allianz Parque, localizado na zona oeste da cidade. Misto de ansiedade e entusiasmo ao ver e ouvir um grupo que marcou uma geração. Este que vos escreve faz parte.
Com uma estrutura de palco de dar inveja ao qualquer artista internacional, os Titãs sobem ao palco e Tony Belotto já começa os trabalhos com o riff matador de “Diversão” e Paulo Miklos (vocais e saxofone) à frente. Nos vocais de apoio, Arnaldo Antunes & Branco Mello; os teclados e vocais de Sérgio Britto; e o retorno da cozinha formada por Charles Gavin (bateria) e Nando Reis (contrabaixo e vocais). O produtor Liminha é o convidado especial nas guitarras. Substituindo Marcelo Fromer, que veio falecer em 2001. Arnaldo assume o microfone para mandar a potente “Lugar Nenhum”. Com a pulsante “Desordem”, surge Sérgio para entoa-la. É a vez de Branco, com a voz rouca, fala da emoção de voltar aos palcos, principalmente com “os amigos de uma vida toda”.
Palavras do próprio. Comenta a recuperação do tumor da garganta e manda “Tô Cansado”. Nando se faz presente com a irônica “Igreja”. Sérgio chama a todos cantarem juntos, “Homem Primata”. Reis e Gavin introduzem “Estado Violência”. É a vez da contagiante “O Pulso” e o swingue de “Comida”, destacando o contrabaixo de Nando. Este assume o microfone, revisa o próprio passado e faz um contraponto sobre o momento politico que vivemos nos dias de hoje, com “Jesus Não Tem Dentes no País dos Banguelas” e “Nome aos Bois”. A última teve a letra atualizada com citação ao ex-presidente que não conseguiu ser reeleito no ano passado. Para quem não sabe, a canção cita os ditadores que fizeram parte da história mundial como Hitler e Mussolini.
Branco retoma o microfone em “Eu Não Sei Fazer Música” e fechando a primeira parte com a icônica “Cabeça Dinossauro”. Um curta com imagens de arquivo relembram Marcelo Fromer. É a deixa para segunda parte em formato ao estilo do extinto “Acústico MTV”. Sergio pede para os luzes do estádio sejam apagadas e o publico liguem seus celulares para cantarem “Epitáfio". Seguimos com “Os Cegos do Castelo”, “Pra Dizer Adeus” e “Toda Cor”. Esta ultima, faz uma homenagem a Marcelo, com a presença da filha Alice Fromer em dueto com Arnaldo. Repetem a dose em “Não Vou Me Adaptar”. Encerrando o set acústico com um tributo a Rainha do Rock Brasileiro Rita Lee com “Ovelha Negra”.
Retornam plugados com os hinos “Família”, “Go Back” e a canção Roberto & Erasmo Carlos, “É Preciso Saber Viver”. Com Branco praticamente sem voz temos “32 Dentes” e o hit “Flores”. Estamos definitivamente nos anos 80 com “Televisão”, “Porrada”, o petardo “Polícia”, “AA UU” e a potente “Bichos Escrotos”. Encerrando os trabalhos temos “Miséria”, “Marvin” e “Sonífera Ilha”. O saldo positivo mostra que além da nostalgia, a música de qualidade não tem idade. O tempo fez bem para o grupo, mesmo com cada em seus respectivos projetos pessoais. Isso só somou para a musicalidade deles dentro dos Titãs. Destaque fica para Branco Mello, bastante rouco e recuperado, manteve o pique e o carisma no palco, que são suas marcas registradas.
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