Nos
últimos anos, Roger Waters se
manteve bem ocupado. Seja enclausurado em seu estúdio particular, fazendo novas
versões de clássicos do Pink Floyd como “Mother” e “Two Suns in the Sunset”, e da carreira solo como "The Bravery of Being Out of Range". Durante o período mais agudo da pandemia da COVID 19. Que originou o álbum “Lockdown Sessions” de 2021. E
posteriormente lançou sua versão para a antológica “Confortably Numb”. Aproveitou para fazer mais uma polemica, como de costume, ao anunciar a regravação de “The
Dark Side of the Moon (1973)”. Já que em 2023, foi celebrado os cinquenta
anos da obra prima do PF. Até o batera
Nick Mason comentou positivamente sobre o assunto.
Em
julho de 2022, iniciou a turnê anunciada como sua despedida dos palcos, “This
Is Not A Drill”. Onde revisa material dos álbuns “The Dark Side of the Moon (1973)”, “Wish You Were Here (1975)”, “Animals
(1977)”, “The Wall (1979)” e “The Final Cut (1983)”. Além da sua carreira solo com direito
a inédita “The Bar”. Mais recentemente foi confirmada sua passagem
em nossa terra brasilis, entre os meses de outubro e novembro. Como aperitivo,
tivemos na última quinta-feira (25 de maio de 2023) a transmissão ao vivo do
show na O2 Arena realizado em Praga (República Theca), nas melhores salas de
cinema da sua cidade.
A sessão marcada para às 20h45 e a tela grande do cinema já com o logo da turnê em
exibição. O sinal se estabeleceu e estávamos junto ao público. A expectativa
só crescia com o pronunciamento do próprio Waters,
“o show começará em quinze minutos”. E continua: “se você só
veio para ouvir as canções do Pink Floyd mas discorda da minha posição
politica. Por favor, vá a m....!”. Com sua pontualidade britânica, às 21
horas, as luzes do estádio se apagam, bem como as da sala. Eis que temos a nova
versão de “Comfortably Numb”. Sem o marcante dedilhado de David Gilmour, substituído
por uma sonoridade mais new age. Destacando os teclados e o mítico solo no
final feito é pelas cantoras de apoio. Daí o medley que literalmente arrebata a
todos com “The Happiest Day of Our Lives”,
a pulsante “Another Brick in the Wall
Part II” e “Another Brick in the Wall
Part III”.
Logo em seguida, temos a swingue da politizada “Power That Be” e “The Bravery of Being Out of Range”, canções surgidas após sua saída do PF. A primeira traz imagens de políticos como Ronald Reagan e George W. Bush, alvos recorrentes de Waters. Além de personalidades assassinadas brutalmente como Anne Frank e incluindo nossa Marielle Franco. Uma pequena pausa para conversar com os presentes e explicar a origem de “The Bar”. Composta durante o período mais agudo da pandemia, Roger diz que o intuito dela é se reunir com velhos amigos ou conversar com pessoas que você nunca viu na vida. Ou seja, interação social.
Para fechar
a primeira parte do show, tendo “Wish You
Were Here” como referência nas canções “Have A Cigar”, “Wish
You Were Here” e “Shine on You Crazy Diamond (Parts VI – X)” e a impactante “Sheep”
de “Animals”. Após um intervalo de 20
minutos, a parte final começa com “In The Flesh” e “Run
Like Hell”. Do seu último trabalho “Is
This The Life We Really Want? (2017)”, tivemos a faixa título e “Deja
Vu”. Como é de praxe, as canções
de “The Dark Side of the Moon”, fazem
alegria de todos. “Money” e “Us and Them” tem o guitarrista Jonathan Wilson a frente do microfone e
Waters assume seu contrabaixo. Seguida
da instrumental “Any Colour You Like” e em “Brain Damage / Eclipse”, a reprodução da mítica capa do álbum projetada nos telões.
“Two Suns in the Sunset” fechando essa parte com um pequeno detalhe. Ela nunca foi tocada ao vivo pelo Pink Floyd, quando Roger estava no grupo. Ele assume o piano e disse que “The Bar” teve influência direta de “Blonde on Blonde (1966)” do poeta Bob Dylan.É dedicada a ele, à sua esposa Kamilah e ao irmão falecido John. A conclusão com “Outside The Wall” no melhor clima de final de festa no bar. Numa estrutura nova, com o palco no centro da arena e os telões acima dele, possibilitou que Roger interagisse mais com as pessoas, além de revisar o repertorio mais icônico do PF. Somada ao tributo em memória de Syd Barrett. Antes de “Wish You Were Here”, Relembrando uma história onde ele e Barrett fizeram uma viagem de trem à Londres para conhecerem a cena musical dos anos 60. Que incluiu um show dos Rolling Stones.
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