Histórias reais sempre são uma boa fonte para a sétima arte. Vide exemplos recentes como “Air: A História por trás do Logo (2023)”, “O Dia do Atentado (2016)” e “Spotlight: Segredos Revelados (2015)”. Com isso dito temos “O Estrangulador de Boston (The Boston Strangler, 2023)”. Lançado pelo canal streaming Star+ / Hulu. Sobre o caso que assustou a cidade de Boston nos Estados Unidos na década de 60. Uma serie de assassinatos de mulheres idosas, encontradas mortas em seus apartamentos, sufocadas e claramente estupradas. Uma repórter do jornal local fazendo uma pesquisa, reparou que em pequenas notícias do próprio periódico e de seus concorrentes, um padrão sobre o assunto.
Três idosas foram assassinadas com um laço especifico com meias no pescoço da vitima e vestígios de estupro. Assim decide investigar por conta própria em seu tempo livre no jornal. No caso, estamos falando de Loretta McLaughlin, interpretada por Keira Knightley, a eterna Elizabeth Swann da franquia “Piratas do Caribe”. Mesmo contrariando seu chefe e editor Jack, com o veterano Chris Cooper no papel. Quer deixar de escrever sobre o estilo de vida da mulher na cidade. A cada passo dado, Loretta descobre mais do que imagina. Ao relatar suas descobertas com Jack e o dono do jornal, Eddie Holland (Robert John Burke), ficam incrédulos e divididos se devem ou não, divulga-las no jornal.
Decidem que ela deve dividir o trabalho com a jornalista investigativa Jean Cole (Carrie Coon, de “Ghostbusters: Mais Além, 2021”). Com experiente no assunto, Jean auxilia Loretta, já que têm informantes dentro da policia de Boston. Juntas reparam que o alto escalão não está dando a importância necessária ao caso. O detetive Connley (Alessandro Nivola), responsável por ele, comenta extraoficialmente a Loretta que não consegue avançar nas investigações por interferência do próprio departamento.
Com informações mais concretas, a matéria de Loretta e Jean é publicada e o assassino em serie ganha o nome que dá titulo ao filme. Em meio a isso, surge Albert DeSalvo (David Dastmalchian, “O Esquadrão Suicida, 2021”), ele se declara o responsável pelos assassinatos. Loretta investiga mais a fundo e tem acesso aos depoimentos de DeSalvo, percebe que há algo errado. Ele não dá detalhes sobre as cenas dos crimes e não foi reconhecido por uma testemunha. Poucos antes de sua prisão, novas mortes ocorreram, com vitimas mais jovens. De inicio, tudo indicava para DeSalvo, até Loretta acreditava nisso. Posteriormente, descobre que há muito mais no caso do que imaginava. Dai o mote para “O Estrangulador de Boston”.
Além do tom investigativo, Matt Ruskin que escreveu e dirigiu a película, traz o preconceito sofrido por mulheres como Loretta e Jean. Relegadas a época como donas do lar que cuidam de seus maridos e filhos, deixam de lado seus sonhos. Além de estereotipo de sexo frágil e ter certas vantagens ao ir a um ambiente predominante masculino como um bar frequentado por policiais. Com a material ganhou notoriedade nos jornais e aterrorizou Boston, o chefe de policia foi até Jack para acusar Loretta. Onde ela não se identificou quem era e ainda se ofereceu para conseguir informações sobre o caso. Simplesmente revoltante. Uma pena que esta é uma luta constante da mulher, mesmo em pleno século XXI, isso ocorre nas mais diversas esferas do nosso cotidiano.
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