Atualmente há uma nova onda onde a historia do cinema começa a ganhar mais relevância. Temos como exemplo “Hitchcock (2012)” que traz os bastidores da produção de uma das maiores obras do mestre do suspense Alfred Hitchcock, “Psicose (1960)” ou “Walt nos Bastidores de Mary Poppins (2013)”, vemos a relação do empreendedor Walt Disney e a criadora da personagem do clássico musical “Mary Poppins (1964)” durante sua produção. Em 2022, tivemos a celebração dos 50 anos do clássico “O Poderoso Chefão (1972)” de Francis Ford Coppola, baseado no Best seller escrito por Mario Puzo.
Para celebrar a data, além do lançamento de uma nova edição remasterizada supervisionada pelo próprio Coppola, juntamente com o canal streaming da sua produtora Paramount, o Paramount+. Destacando a minissérie “The Offer (2022)”, que nos traz como foi difícil e conturbada a realização de “O Poderoso Chefão”. Muito se falou dos problemas vividos por Copolla e Puzo, pois juntos se responsabilizaram por adaptar o conto para o cinema. É sabido que isso despertou a insatisfação da comunidade ítalo-americana e em especial da máfia. Mas o que realmente houve para que um dos maiores clássicos da sétima arte ganhasse vida, pouco se sabia a respeito.
Produzida e criada por Michael Tolkin, ele nos traz o relato de quem acompanhou tudo de perto. No caso, o produtor Albert “Al” Stotland Ruddy. Sendo responsável em levar a adaptação do romance de Puzo para a tela grande do cinema. Feito por Miles Teller (o Rooster de “Top Gun: Maverick, 2022”), ele foi encarregado pelo administrador do Paramount Studios Robert Evans (Matthew Goode, o Ozymandias de “Watchmen, 2009”) para cuidar da produção de “O Poderoso Chefão”. Antes disso trabalhava com TI na empresa Rand. Até que resolveu se envolver no meio artístico com o esboço que se tornaria um dos grandes seriados dos anos 60, “Guerra, Sombra & Água Fresca (Hogan’s Heroes, 1965 a 1971)”. Quem for da geração deste que vos escreve, vai se lembrar dela. Passava na Band (antiga Bandeirantes) nos anos 80.
Além de lidar com os proprietários da Paramount, o CEO da Gulf & Western Charles Bluhdorn (Burn Gorman) e seu executivo chefe Barry Lapidus (Colin Hanks. Sim o filho de Tom!). Que desejam vender o estúdio pela melhor oferta que surgir. Já que ele não está rendendo o esperado. Ruddy contrata Bettye McCartt (Juno Temple) como sua assistente pessoal e vai ao encontro de Mario Puzo (Patrick Gallo) para discutir sobre a adaptação. Este fica deslumbrado com o sucesso do livro e ao mesmo tempo, apreensivo em transforma-lo num filme.
Apesar do contrato assinado com a Paramount que cedia o direito de filmagem. Ao mesmo tempo, Ruddy enxerga que é necessário um diretor ítalo-americano esteja por trás das câmeras. Assim surge Francis Ford Coppola, interpretado por Dan Fogler (o atrapalhado amigo de Newt Scamander, Jacob, da franquia “Animais Fantásticos”). Os três entendem o que é preciso para fazer o filme. Desvincula-lo a um filme de gangster e sim, sobre o valor da família. No caso, os Corleone.
Do outro lado temos o mafioso Joe Colombo (Giovanni Ribisi), que precisa lidar com a situação. Ao mesmo tempo, a reclamação de Frank Sinatra (Frank John Hughes). Descontente com o personagem do livro, o cantor Johnny Fontaine e sua relação com a máfia. Um assunto incômodo para Sinatra, já que é de conhecimento de todos sua proximidade com a comunidade ítalo-americana. Isso faz com que Al corra contra o tempo e todos aqueles que estão contra o projeto. Mesclando ficção com fatos reais, a minissérie traz o cotidiano caótico de Al para conseguir realizar seu sonho em se tornar um produtor de sucesso em Hollywood.
Somada
a insistência de Coppola em Al Pacino para interpretar Michael Corleone. Com
Evans sendo contra sua contratação. Pacino é feito por Anthony Ippolito, que exibe toda sua insegurança em interpretar o
papel que marcou a carreira do então jovem ator. Sendo Francis, seu principal
incentivador. Teller está excelente como
Ruddy, fazendo das tripas coração para conseguir que o filme seja finalizado. Incluindo
uma improvável amizade com Colombo, que o ajudou a apaziguar os ânimos dos ítalo-americanos
e o alto escalão da máfia. Onde acordou que a palavra “máfia” não fosse falada em toda a película. Se você for um
espectador atento, vai perceber que ela não é dita ao longo da trilogia.
“The Offer” aproveita para fazer uma critica aos executivos dos grandes estúdios. Que só estão interessados em quanto ganharão com o sucesso do filme e preocupados por estarem vinculados com a criminalidade neste caso. Muito bem representados pelo personagem de Colin. Um executivo sem qualquer conhecimento sobre arte, que só está preocupado com o retorno financeiro que o estúdio pode oferecer. No final, tem sua redenção ao pensar numa estratégia de marketing que será determinante para o sucesso de “O Poderoso Chefão”.
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