Existe
aquele velho ditado, “A Vida Imita A Arte”.
De vez em quando o inverso acontece. Como do terror com ares de comedia “O
Urso do Pó Branco (Cocaine Bear,
2023)”. Baseado em um fato ocorrido em 1985, quando um avião carregado com
pacotes de cocaína caiu na Floresta Nacional de Chattahoochee (Geórgia) nos
Eua. Era o auge na guerra contra as drogas no governo do então presidente
Ronald Reagan. Se você lembrou de “Feito
na América (2017)” com o galã do sorriso colgate Tom Cruise, não foi o
único. O que causa certo alvoroço na região, já que pessoas comuns e a polícia
local foram atrás dos pacotes.
Nas
buscas, encontraram um urso que consumiu parte deles e por isso faleceu de
overdose. Daí o mote para a película dirigida por Elizabeth Banks (a Effie Trinket da franquia “Jogos Vorazes”) e a responsável pela mais recente adaptação para o
cinema do mítico seriado anos 70, “As
Panteras (2019)”. De volta à cadeira de diretora, ela traz sua versão sobre
o assunto, com muito humor que é característico de seus trabalhos. Adicionando
uma pitada de terror com a presença do urso totalmente alterado pelo consumo da
droga. Ao contrário do que houve com o verdadeiro, que veio a falecer ao
ingerir a cocaína. Ele se tornou uma atração local, que ganhou o nome de “Pablo EskoBear”. Uma referência ao
notório traficante Pablo Escobar.
Seguindo sua linha do tempo, o piloto da aeronave Andrew Thornton (Matthew Rhys, o Perry Mason da série homônima da HBO) joga os pacotes em pleno ar para se livrar de um flagrante da polícia. Seu chefe Syd, com o veterano Ray Liotta no papel em seu último filme, que veio a falecer em 26 de maio de 2022. Ele descobre o ocorrido, ao ser notificado no noticiário nacional. Correndo contra o tempo para recuperar a droga, chama o filho Eddie (Alden Ehrenreich, o jovem Han Solo de “Han Solo: Uma História Star Wars, 2018”)” e um dos seus capangas Daveed (O’Shea Jackson) para irem até lá. Chegando ao parque, descobrem que os pacotes foram comidos por um urso. Ela altera seu status pacato para se transformar em uma fera incontrolável em busca de mais cocaína. Onde as pessoas se tornam suas presas.
Aqui Banks, com o roteiro escrito por Jimmy Warden, traz o improvável como crível. Qual a estimativa de vermos um animal mudar suas características ao consumir um algo industrializado. Na pratica, descobrimos que o urso na vida real teve falências múltiplas de seus órgãos internos. Já na ficção, ele se torna sem qualquer tipo de inibição e completamente transtornado, atrás de mais drogas. Um reflexo quando uma pessoa comum consome cocaína ou êxtase numa balada. É visível como ficamos totalmente alterados com o uso delas. Em especial, quando passamos dos nossos limites corporais. O urso em questão, além da força sobre-humana, adquire uma agilidade digna dos heróis da Marvel.
O medo
de outrora ganha contorno de humor negro. Completam o conto, a enfermeira e mãe
divorciada Sari, feita por Keri Russell
(a eterna Felicity do seriado homônimo dos anos 90), indo atrás da filha
pré-adolescente Dee Dee (Brooklynn
Prince) e seu melhor amigo Henry (Christian
Convery, o Gus da série Netflix “Sweet
Tooth” desde 2021”). Eles foram até a floresta, em direção à cachoeira
local. Os três também confrontam o urso e serão determinantes para o tenso ato
final da película ao lado de Eddie, Daveed e Syd.
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