Adaptar um game de sucesso pode não ser uma tarefa fácil. Como exemplos recentes temos “Tomb Raider: A Origem”, “Warcraft: O Encontro de Dois Mundos” e “Resident Evil”, apesar de ser uma instável franquia, e nonagésima tentativa de levar “Mortal Kombat” para o cinema. Agora chegou a vez de “The Last of Us” da Naughty Dog, criado por Neil Druckmann, lançado em 2013. Aqui temos um mundo apocalíptico, onde as pessoas foram infectadas por um fungo que as transformam em seres insanos. No caso, ele atinge o nosso cérebro e a partir daí praticamente viramos animais que precisam se alimentar desenfreadamente. O fungo é chamado cordyceps. Ele existe no nosso cotidiano. Mas não se preocupe, ela atinge as formigas. Elas se tornam zumbis com apetite voraz. E também é usado como medicação na redução da fadiga, distúrbios respiratórios, disfunção sexual e fortalece o sistema imunológico (obrigado Google).
Explicado, chegamos a primeira temporada produzida pelo HBO. Com o próprio criador Druckmann
ao lado de Craig Mazin, que nos
trouxe a impactante minissérie “Chernobyl
(2021)”, adaptarem o game em formato de seriado com nove episódios. Fazendo
seus personagens principais Joel, temos o mandaloriano Pedro Pascal, e Ellie, com Bella
Ramsey no papel. Eles nos trazem a dinâmica que marcou a dupla no jogo.
Juntos por conveniência. Já que Joel enxerga Ellie como um trabalho a ser feito
e reencontrar seu irmão Tommy (Diego Luna, o exterminador REV-9 de “O Exterminador do Futuro: Destino
Sombrio, 2019”). Mesclando momentos que explicam a rápida proliferação do
vírus pelo mundo. Desde do que seria sua origem até chegar ao cotidiano de Joel
e Tommy.
Ambos ex-militares que trabalham juntos e com a filha de Joel, Sarah (Nico Parker), preparando uma festa de aniversário para o pai. Entre idas e vindas, vemos Joel separado dos dois e tentando sobreviver em uma das zonas de isolamento. Tendo ao seu lado, Tess (Ana Torv da série Netflix “Mindhunters, 2017 a 2019”). Já Ellie está escondida a sete chaves e protegida pela organização Vagalumes. Estes são liderados por Marlene (Merle Dandridge). Eles lutam contra o que sobrou do governo norte-americano e são conhecidos como FETRA. Eles controlam as colônias de sobreviventes ao redor do país. Os recursos são escassos, por isso, Joel e Tess precisam sair da colônia para encontra-los e negocia-los posteriormente. Daí que o destino prega uma de suas peças. Joel e Tess precisam de algo que Marlene pode oferecer para ajudá-los. Em troca, levam Ellie para um local seguro.
Eloquente, Ellie os deixa irritados com sua presença. Até que numa ação Tess é mordida por um infectado. Para protege-lo, ela se sacrifica. Daí o início desta parceria improvável. Seguindo a base do game, o relacionamento de Joel e Ellie dita o tom da série. O que começa como um trabalho para Joel, vai trazendo um sentimento esquecido e que vitimou Sarah como bem vemos, no início da crise causada pelo vírus. E ela nascida em meio ao caos, sedenta em saber como era o mundo. Principalmente em ter uma pessoa com quem pode contar. Seja como amigo, seja como um pai. Em determinados momentos para quem joga “The Last of Us”, falas e sequencias foram recriadas em cena. Juntamente ao conto de Joel e Ellie, temos de quem teve seu dia a dia alterado completamente com a infecção.
Como o recluso Bill, feito por Nick Offerman (de "Parks and Recreation, 2009 a 2015"). Paranoico ao extremo, agradecido com o fim da
humanidade, se cercou para evitar o próprio fim. Isolado de tudo e de todos, onde criou um perímetro no entorno do bairro que reside. Cercas,
armadilhas e câmeras. Sua rotina muda quando conhece o andarilho Frank (Murray Bartlett). Com quem se sente à
vontade, para “sair do armário”. Se é
que você me entende. Os dois vivem intensamente este amor até o fim. Que rendeu
um dos melhores episódios, o terceiro “Por
muito, muito tempo”. Além deles, tivemos a participação especial de Melanie Lynskey (a
Rose, namorada de Charlie Sheen na sitcom “Two
and a Half Men, 2003 a 2015”) como a ditadora Kathleen Coghlan, que comanda
o posto da FEDRA em Kansas City, no tenso “Resistir
e Sobreviver”.
Onde temos uma horda de estaladores (estágio 03), liderados por um
Baiacu, o estágio 04 de um infectado. E explicando a origem de Ellie, no
episódio “O que deixamos para trás”,
temos sua melhor amiga Riley (Storm Reid,
a irmã mais nova de Zendaya em “Euphoria”)
num passeio no que sobrou de um shopping center. Somada a presença mais que
especial de Troy Baker e Ashley Johnson, as vozes de Joel e Ellie
respectivamente no game. Ele faz James, o seguidor de um culto de canibais
visto em “Quanto Mais Precisamos” e
ela é a mãe de Ellie, Anna. Apresentada no episódio final, “Look for the Light”. Este reflete a cumplicidade em cena de Pascal e Ramsey. Se de início, era conveniente para os dois, se torna uma relação que ambos desejam. Ele, saudoso pela perda de Sarah, e ela sentindo o amor de Joel como se fosse seu pai.
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