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A série "IT'S A SIN (2021)"

Num mundo globalizado e conectado como vivemos nos dias de hoje, é inacreditável como fake News ou mesmo notícias com fundo de verdade são colocados nas mídias sociais e nos órgãos de imprensa. Mais rápido que num piscar de olhos, o boato pode ser real ou falso, de acordo com a checagem feita por pessoas que nem você e eu, ou as que trabalham com jornalismo. Seja rádio, televisão ou internet. Um exemplo recente foi a pandemia do coronavírus, o que seria uma infecção localizada na China, tomou proporções globais e matou milhões ao redor do mundo. Graças a ciência e a tecnologia de hoje, foi possível a criação e a fabricação de vacinas em massa para controlar o vírus. Daí chegamos a série da HBO “It’s  A Sin (2021)”. Que mostra como a AIDS chegou e se espalhou mundo afora como uma grande epidemia.

Em especial, na comunidade gay. Foi criada por Russell T. Davies, de "Queer As Folk (1999 a 2000)", e dividida em cinco episódios. Conta a história de cinco jovens em Londres no início dos anos 80. No auge do governo de Margaret Thatcher, Ritchie (Olly Alexander, vocalista do grupo Years&Years), Clive (Shaun Dooley), Ash (Nathaniel Curtis), Roscoe (Omari Douglas), Colin (Callum Scott Howells) e Jill (Lydia West) se encontram e criam um forte laço de amizade, próximo do sentimento de família. Ritchie (Alexander), recém-saído da sua cidade natal a ilha de Wight, deseja ganhar o mundo se tornando ator. Vai morar com a amiga Jill (West), ao mesmo tempo, quer aproveitar a vida noturna em Londres. Em especial nos bares gays. Seus pais não sabem seu status, pois Ritchie tem medo da reação deles. Vivendo o momento e tendo vários parceiros.


Já Colin (Howells) quer se tornar um alfaiate. Trabalhando como aprendiz em uma convecção e tem como tutor Henry Coltrane. Com Neil Patrick Harris (o Barney de “How I Met Your Mother, 2005 a 2014”) no papel, numa participação mais que especial. Ele descobre que Colin é homossexual, porem este tem vergonha de ser quem é. Explica a ele que “sair do armário” não é tão difícil quanto parece, só é preciso tomar cuidado com quem está ao seu redor. Pois podem tirar vantagem disso e prejudicá-lo. Enquanto isso, Roscoe (Douglas) de origem nigeriana, faz isso na frente de toda família e parte para Londres, onde deseja curtir a vida e se tornar um milionário. Eles seguem em frente para conquistarem seus sonhos.

Em meio a isso, a AIDS vai se espalhando. Se aproximando deles, onde a primeira vítima é Gregory (David Carlyle). Também chamado de “Gloria”, está com AIDS e pede a Jill para ajudá-lo com compras de comida, itens de limpeza e higiene pessoal. Comovida, ela o auxilia. Promete manter segredo sobre a condição dele. Assustada e sem maiores informações a respeito da doença, fica paranoica. Após se encontrar com Gregory, ela toma banho constantemente e lava todos os itens que toca. Até que a família dele chega para leva-lo para casa em Glasgow. Ela quer manter contato, porém é afastada. Mais tarde descobre que Gregory veio a falecer. Começa uma corrida contra o tempo para alertar seus amigos e a comunidade sobre o perigo da AIDS.


Somada a desinformação generalizada, mesmo entre os homossexuais. A AIDS, dita “doença gay”, atinge uma maioria de homens que saem com homens. Ritchie faz parte daqueles que não acreditam que a doença é tão contagiosa como dizem. Mantendo sua rotina de “baladas sem fim”. Seja no próprio apartamento, seja nos bares da cidade. Até a descoberta de Colin ser HIV positivo e sofrer como "o pão que o diabo amassou" com a doença. Diagnosticado com leucoencefalopaia multilocal progressiva, uma doença neurológica que atinge seu sistema nervoso e reduz a eficiência de seu sistema imunológico. Já Roscoe engata um romance com Arthur Garrison, um parlamentar conservador. Que na verdade não assume sua homossexualidade na frente de todos. Feito pelo veterano Stephen Fry. Que é assumidamente gay e sempre lutou pelos direitos daqueles como ele. 

Roscoe enxerga em Arthur, um modo de enriquecer como planejou. A condição de Colin piora e ele morre. Isso faz com que todos realizem o teste para ter certeza se tem ou não a doença. A tristeza de todos, o teste de Ritchie deu positivo. Assim temos a mote para “It’s A Sin”. Com direção de Peter Hoar, ele traz o típico humor inglês com pitadas dramáticas na medida certa e traz à tona o sentimento da época. Onde a desinformação e as notícias falsas como medicamentos milagrosos e terapias alternativas podiam evitar que a pessoa contraísse a doença ou mesmo se curar, caso infectado. A série traz com leveza um assunto sério que não atinge só a comunidade LGTBQA+, mas a todos nós. E que devemos estar atentos para não cairmos em contradições e paradigmas, pois estamos interligados. Não importando credo, religião, raça e convicções pessoais.


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