A Liga de Basquete Norte-Americano NBA é um das mais lucrativas no
meio esportivo. O nível de profissionalismo e os números que ela possui, são de
dar inveja. Mas se você pensou que sempre foi assim, ledo engano. Até o inicio dos anos
80, era uma liga que revelava jogadores vindos das universidades, se tornavam
profissionais até se aposentaram. Obvio que já está cansado de ver isso, aqui
em nossa terra brasilis com os jogadores de futebol. Só que durante o período,
a NBA teve uma revolução que a colocou como é nos dias de hoje. Para isso
acontecer, o empresário de imóveis conhecido como doutor Jerry Buss resolveu
comprar os direitos do time de basquete Los Angeles Lakers.
E ao mesmo tempo, enriquecer com isso e trazer sangue novo para NBA. Este é o tema do livro “Showtime: Magic, Kareem, Riley and the Los Angeles Lakers Dinasty of the 1980s” de Jeff Pearlman, lançado em 2014. Produzido por Max Borenstein, Jim Hecht e Adam McKay, este último realizou o filme Netflix “Não Olhe Para Cima (2021)”, ao lado da HBO Max nos trazem esta história baseada em fatos reais com um tom fictício. Ganhando o titulo “Lakers: Hora de Vencer (Winning Time: The Rise of the Lakers Dynasty, 2022)”. Como Dr. Buss, temos o veterano John C. Reilly, com ele narrando a própria história ao espectador. Apesar da riqueza que ostenta, Buss diz com naturalidade e carisma sempre viveu no limite, quando se trata de dinheiro.
Playboy
por natureza e direto para câmera, dr. Buss teve uma ideia brilhante para
enriquecer de vez. Investir no basquete, enxergando um modo de renovar o
esporte e ao mesmo tempo, lucrar com isso. Junto a isso um jovem Earvin “Magic” Johnson como estrela em ascensão.
Aqui feito por Quincy Isaiah. Seu
personagem sempre foi conhecido pelo rosto sorridente e objetivo em conquistar
seus sonhos como jogador profissional na NBA. Ao lado deles, o veterano e o
maior pontuador da liga de todos os tempos, Kareem Abdul-Jabbar. Interpretado
por Solomon Hughes. Que captou a
essência de Kareem, uma pessoa consciente e politizada. Assumiu o islã como
religião e um dos seus principais representantes.
Além
da luta pelos direitos iguais entre brancos e negros na terra do tio Sam. Buss
em busca de seu espaço na NBA contrata o renomado treinador Jack McKinney (Tracy Letts) com seu assistente Paul
Westhead (Jason Segel, o Marshall
Eriksen da série “How I Met Your Mother,
2005 a 2014”). Eles são chamados porque a primeira opção de Buss, o jogador
veterano aposentado Jerry West recusou o convite. Este indicou McKinney para o
cargo. Ele se torna o gerente esportivo dos Lakers. Servindo de ponte entre Buss,
os técnicos e os jogadores, com Jason
Clarke (de “O Exterminador do Futuro:
Gênesis, 2015”) no papel.
Os métodos de treinamento inusitados de McKinney e apesar de não
concordar com a escolha de Buss em “Magic” como seu principal jogador. As coisas vão se acertando entre o treinador e os jogadores com o passar do
tempo em seus dez episódios. Aqui temos o inicio de Buss e ao mesmo tempo, a jornada
de Magic em ser o que deseja. Ou seja, o maior jogador da NBA. E superior seu
maior rival nos tempos de universidade, Larry Bird (Sean Patrick Small). Este joga no rival Boston Celtics.
Onde seu dono Red Auerbach (Michael Chiklis, o policial Vic Mackey do
seriado “The Shield, 2002 a 2008”) se torna algoz de Buss, que acabam
disputando o comando da NBA. Um dos acertos de “Lakers” exibindo
os detalhes do que rola nos bastidores da liga. A lei do mais forte prevalece,
enquanto aquele que tenta trazer algo novo é deixado de lado. Com Buss, entendendo como o jogo é jogado e se adaptando para deixa-lo do seu jeito.
Do
lado feminino, temos a gerente financeira e marqueteira Claire Rothman (Gaby
Hoffman). Ela ajuda Buss e tenta entender as ações tresloucadas de seu
chefe. A filha Jeanie (Hadley Robinson) acompanha o pai e faz de tudo
para se mostrar competente. A eterna noviça voadora Sally Field é
a matriarca da família. Mãe solteira, ela cuida das finanças desde o nascimento
do filho. A série deixa bem claro que sem elas, dr. Buss não chegaria onde
chegou. Outro ponto que se destacou em “Lakers: Hora de Vencer”
foi sua liberdade artística em relação aos fatos verídicos. Além da primorosa reconstituição de época, parecemos que estamos no final dos anos 70 e início dos 80. Mesmo assim, a
serie foi renovada e a segunda temporada está prometida para 2023.
Por exemplo, a retratação de Jerry West foi criticada por aqueles que viveram aqueles dias de gloria. Seu maior defensor é Kareem, que falou abertamente sobre assunto e sua caracterização no seriado: “Cada personagem é reduzido a um único traço ousado, como se os roteiristas tivessem medo de que algo mais complexo sobrecarregasse a compreensão dos espectadores. Jerry Buss é o Empreendedor Egomaníaco, Jerry West é o Treinador Enlouquecido, Magic Johnson é o Simplório Sexual, eu sou o idiota pomposo. São caricaturas, não personagens”. Magic Johnson disse que se recusa a ver a série, completou: "Você não pode contar a história sobre os Lakers sem os Lakers".
O próprio West, junto aos seus advogados, enviou uma carta à Warner / HBO e Adam McKay protestando: “Retrata falsa e cruelmente o ex-jogador como uma pessoa fora de controle e embriagado. O Jerry West da produção não tem nenhuma semelhança com o homem real. O verdadeiro Jerry West se orgulhava de tratar as pessoas com dignidade e respeito. “Hora de Vencer” é um ataque infundado e malicioso ao personagem de Jerry West. Vocês reduziram o legado de uma lenda e modelo de 83 anos ao de um valentão vulgar e não profissional. O oposto do homem real”. Apesar disso, "Lakers: Hora de Vencer" diverte os fãs do esporte, ao mesmo tempo, exibe sua beleza. Uma dos seus melhores momentos é quando Kareem ensina a Magic, sua famosa jogada, o Sky Hook.
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