Quem não se emociona ao ver um casal de meia idade exibindo todo amor que sentem um pelo outro. Seja hetero, homo e / ou LGBTQIA+. O que você não imagina como é a vida deles fora do seu raio de visão. Daí temos o casal inglês Susan e Christopher Edwards, interpretados por Olivia Colman (Oscar de Melhor Atriz por “A Favorita, 2018”) e David Thewlis (o professor Lupin da saga Harry Potter) respectivamente. Vivendo na cidade de Lille (França) em situação de quase pobreza. Ele está em busca de um emprego, apesar da dificuldade na língua. Já ela vive seu cotidiano comprando itens raros de cinema.
Como uma foto autografada de seu ídolo, o galã Gary Cooper. Bem como pôsteres e fotos de bastidores dos filmes. Com dificuldades financeiras, Christopher entra em contato com sua madrasta Tabitha Edwards (Kathryn Hunter). Intrigada com a ligação, o enteado explica o motivo dos quinze anos de sumiço. Confessando que ele e Susan assassinaram os pais dela e os enterrou no quintal da casa deles. Logo em seguida, Tabitha alerta as autoridades policiais, aconselhando o afilhado a se entregar. Antes Christopher manda um email para o chefe de polícia Tony Collier (Daniel Rigby). Este fica instigado com a troca de e-mails, perspicaz Christopher não se incrimina e nem a esposa.
Mesmo assim, Collier vai até a casa dos pais de Susan e descobre mais do que imaginava. Além dos corpos enterrados, conversa com a vizinhança. Com o auxílio dos detetives Emma Landing (Kate O’Flynn) e Paul Wilkie (Samuel Anderson), descobrem que a rotina do casal e a dos pais de Susan, William (David Hayman) e Patricia Wycherley (Felicity Montagu), não despertava interesse. Conhecidos por sua discrição e amistosos com os vizinhos. Enquanto isso, Christopher e Susan resolvem voltar para Londres, para encararem juntos a situação. Assim temos o mote inicial da série criada por Ed Sinclair baseada na história verídica de Susan e Christopher. Que em 2014, foram sentenciados a 25 anos de prisão pelo assassinato dos pais dela.
E até hoje se declaram “inocentes” dos fatos. Dividida em quatro episódios, o seriado mescla a primorosa reconstituição com riqueza de detalhes da cena do crime, com que Susan e Christopher criam em suas memorias sobre o ocorrido. A cada passo dado pelos investigadores, juntamente com o interrogatório com os dois, feito em separado. Onde Christopher inteligentemente não deixa que a culpa recaia sobre Susan. Já ela tenta inocenta-lo também, porem acaba falando sobre o que sofreu nas mãos dos pais. Sendo uma justificativa para alveja-los e com a ajuda de Christopher enterrar os corpos.
No caso, foi abusada sexualmente pelo pai na juventude e constantemente quando adulta por ambos emocionalmente. Já que foi uma gravidez não planejada por eles. Colman & Thewlis mostram sintonia em cena. Sua personagem criou seu próprio mundo para fugir da realidade que viveu e vive. Fascinada pela sétima arte, Sinclair e o diretor Will Sharpe aproveitam isso para nos trazer o conto verídico com a imaginação fértil de Susan. Há momentos que o real se mistura perfeitamente com a magia do cinema. Confundindo o espectador mais desatento e chama atenção daquele que está acompanhando a jornada de Christopher e Susan, que fazem de tudo para ficarem juntos.
Onde um protege o outro e é visível o amor incondicional que sentem. Um exemplo disso é a carta enviada a Christopher pelo astro do cinema francês Gerard Depardieu. Imaginando que está se correspondendo com ele. Quando na verdade, Susan conseguiu falsificar sua assinatura e letra. Revelando isso ao seu advogado Douglas (Dipo Ola), pouco antes da sentença ser proferida no quarto e ultimo capitulo. Este expressa sua admiração por ela, mesmo pelos seus atos inconsequentes, Susan não tão “frágil” quanto Christopher nos faz crer. Junto a isso, uma homenagem aos filmes de detetive dos anos 40 conhecidos como “noir” e aos faroestes de antigamente.
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