Filmes que contam a história de uma vida ganharam muita força nos últimos anos na sétima arte. Seja aqui quanto na lá fora. Como exemplos recentes temos “King Richard: Criando Campeãs” sobre as irmãs tenistas Serena & Venus Williams e “10 Segundos para Vencer (2018)”, este conta a jornada de Éder Jofre para se tornar um campeão do boxe na sua categoria. Pensando nisso temos o novo filme do galã George Clooney como diretor, “Bar Doce Bar (The Tender Bar, 2021)”. Produzido ao lado do Amazon Studios, aqui temos a adaptação do livro homônimo escrito por J.R. Moehringer, que traz suas lembranças de infância e o sonho de se tornar um escritor de sucesso.
O roteirista William Monahan, conhecido por trabalhos como “Os Infiltrados (2006)”, é o responsável por trazer a história de J.R. que foi morar na casa do avó (o Doc Brown Christopher Lloyd) em Long Island (NY), com mãe Dorothy (Lily Rabe) que se separou do pai, que nunca conheceu. J.R. apenas o chama de “A Voz (Max Martini)”, já que ele é locutor de rádio. O personagem é apresentado em três fases: na infância é feito pelo estreante Daniel Ranieri, quando jovem é interpretado por Tye Sheridan (“Jogador Nº 1”) e Ron Livington faz a narração em off, quando adulto. Sempre acompanhado de perto pelo tio e irmão de Dorothy, Charlie. Este ganha a pele do canastrão carismático Ben Affleck. Dono do Bar que J.R. se inspira para se tornar aquilo que almeja.
“The Dickens”, o nome do bar é uma homenagem de Charlie ao seu autor favorito, Charles Dickens. Lá o pequeno encontra o conforto e uma relação com o tio próxima a de um pai com seu filho. O orienta e despertando uma paixão por livros, onde obriga a ler todos os livros do bar e na casa, para os dois terem algo para conversar. Em meio a isso, J.R. vai se descobrindo e entendendo que mesmo com a família disfuncional que vive, isso o faz feliz. A mãe lhe dizendo que irá para a faculdade de Yale para se tornar um advogado. Não questiona isso, pois encara o sonho dela como se fosse o próprio.
Porem a jornada de J.R. está apenas começando. Intercalando entre a infância e a juventude de J.R., Clooney exibe um conto familiar com as descobertas e as decepções do personagem. Com Ranieri se mostrando como um talento a ser lapidado, seu carisma e sua força dramática, exemplificam como o amadurecimento precoce e o convívio com o tio, ao lado do amor incondicional da família o ajudaram para isso ocorrer. O maior exemplo é a cena que ele e o pai passeiam de carro e J.R. diz que precisa de uma identidade, já que foi questionado a respeito na escola. O pai apenas lhe responde “consiga uma”. O que incomoda J.R., que detesta ser chamado de Júnior e deseja ser reconhecido pelo próprio.
Sheridan dá o tom do personagem, quando chega o “momento da verdade” se vai ser um
escritor ou apenas cumprir as tarefas como jornalista no New York Times. Somada
o relacionamento com Sydney (Briana
Middleton), sua colega de Yale. Os dois
engatam um namoro que está forjado ao fracasso. Já que ela sempre diz “estou saindo com alguém”. Assim para suas dúvidas e seus questionamentos
tem o ombro do tio para conforta-lo e guia-lo. Ben está muito bem no papel e justifica os elogios que têm recebido
por sua atuação. Na medida certa faz o tio legal que ama o sobrinho e faz de
tudo para que ele siga seus sonhos, não se importando com os obstáculos à
frente. Junto a isso, as histórias que inspiraram “The Tender Bar” focam
neste relacionamento e como J.R. aprendeu para conseguir ser o que sonhou para
si.
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