Val Kilmer, junto a Sean Penn e Tom
Cruise, se tornou uma das referencias como ator. A diferença em relação aos
dois últimos, é que Val não conseguiu
obter o mesmo sucesso na carreira. Enquanto Penn se transformou em um dos
maiores atores de sua geração e vencedor de duas estatuetas do Oscar como
Melhor Ator em “Sobre Meninos & Lobos
(2003)” e “Milk: A Voz da Igualdade
(2008)”. Já Cruise provou ser além de um “belo
sorriso”, exibindo carisma e versatilidade em “Rainman (1988)”, “Jerry Maguire:
A Grande Virada (1996)” e na franquia “Missão:
Impossível”. Enquanto isso, Kilmer teve
vários altos e baixos na carreira. Como por exemplo, a atuação excepcional como
Jim Morrison em “The Doors (1991)” de
Oliver Stone, Doc Holliday no faroeste “Tombstone:
A Justiça Está Chegando (1993)” e com Robert De Niro em "Fogo Contra Fogo (1995)". Dividindo opiniões como Cavaleiro das
Trevas em “Batman Forever (1995)” e ao lado da lenda do cinema Marlon Brando no duvidoso “A Ilha do Dr. Moureau (1996)”.
Surgido nos clássicos anos 80, com a comedia “Top Secret! Confidencial (1984)”, o aéreo “Top Gun: Ases Indomáveis (1985)”, este ao lado de Cruise, e a fantasia “Willow: Na Terra da Magia (1988)”, Val a partir daí, resolveu documentar a própria carreira com horas de filmagem em vídeos caseiros de 16mm feitos por ele, os irmãos e amigos próximos. Junto a isso, testes de câmeras para os filmes citados anteriormente. Em especial o vídeo gravado por ele e enviado a Oliver Stone, quando se preparava para ser Jim Morrison. Assim temos o documentário “Val (2021)”, produzido pela A24 e dirigido por Leo Scott & Ting Poo, aqui eles revelam a faceta de um profissional que lutou pela manutenção da carreira. E em 2017, teve que lutar contra um câncer na garganta.
Superado com sessões de quimioterapia e radioterapia, somada a cirurgias que resultaram em um aparelho de traqueotomia colocado em seu pescoço. Onde perdeu o tom vocal que o marcou. Quando ele mesmo explica os motivos pela sua opção estava entre comer, respirar e falar, arrepia os pelinhos do corpo. Junto a isso, maquiagem pesada para disfarçar os efeitos. Aqui Kilmer se desnuda em seus 40 anos de carreira, onde as vitórias se igualam com as derrotas. Mesmo assim perseverou. Scott comentou em uma entrevista: “Val sempre disse que não o via como um documentário. Ele o via como um filme estrelado por Val Kilmer como o personagem principal. Na história de sua vida, e todos nós concordamos com esse sentimento”.
E numa sinceridade que você sente a dor dele, Val nos relata sobre a perda da mãe durante a produção do documentário: “Meu irmão Wesley e minha mãe estão vivos no filme. Ver aquela filmagem, os filmes e a arte criados por Wesley no contexto do resto da história é extremamente significativo. Perdi minha mãe durante a filmagem, então fico cada vez mais emocionado a cada visualização. Há risos. Há lágrimas”.
“Val” é um retrato honesto e não apenas descontrói a imagem de outsider de Kilmer, exibe como a fama e a fortuna são efêmeras. Iludem como a magia do cinema, mas que se deixar levar por isso, as consequências são severas. O destaque fica com a presença do filho Jack Kilmer, que escreveu o roteiro, e é a voz do pai quando este não consegue falar. E aos 61 anos, Val se mostra sem medo e pleno sobre sua persona.
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