Muito tem se discutido sobre a longevidade de uma das maiores (senão a maior) bandas de Heavy Metal de todos os tempos, o Iron Maiden. Conhecidos pelas excepcionais apresentações ao vivo com a presença do monstro Eddie junto somado ao carisma de seu vocalista Bruce Dickinson; a maestria de Steve Harris em seu contrabaixo; o trio de guitar heroes formado por Dave Murray, Adrian Smith e Janick Gers; e a batida forte e o bom humor do batera Nicko McBrain. Eles já deixaram sua marca no mundo da música.
Se tornando lendas, agora sexagenários. Em 2015 lançaram “The Book of Souls”, que evidenciou uma pegada musical que já estava se tornando uma marca registrada nos tempos mais recentes. Deixando de lado as canções mais rápidas e pesadas como “The Trooper” e “Wicker Man”, para ganharem um ar mais progressivo e melódico em “When The Wild Wind Blows” e “Empire of the Clouds”, por exemplo. para saber mais no link: https://cyroay72.blogspot.com/2015/09/iron-maiden-book-of-souls.html
Com a pandemia da Covid 19 parando o mundo literalmente e a rotina voltou gradativamente ao que era antes, o Iron Maiden se enfurnou no Guillaume Tell Studio em Paris (França) para encerrar as gravações de seu decimo sétimo álbum, “Senjutsu”. Iniciada em 2019 durante uma pausa da turnê “Legacy of the Beast” e lançado neste mês de setembro de 2021. Harris comentou a respeito: “Gravamos este álbum da mesma forma que gravamos no The Book Of Souls, em que escreveríamos uma música, ensaiamos e depois juntamos tudo de imediato enquanto estava fresco em nossas mentes. Há algumas músicas muito complexas nesse álbum, deu muito trabalho para que soassem exatamente como queríamos, então o processo às vezes foi muito desafiador, mas Kevin [Shirley] é ótimo em capturar a essência da banda e acho que valeu a pena! Estou muito orgulhoso do resultado e mal posso esperar que os fãs o ouçam”.
Uma preocupação
de Steve era o vazamento do álbum nas redes sociais. O que ocorreu após o
lançamento do single “The Writing on the Wall”. Mais tarde
descobriu-se que era uma banda cover da Donzela de Ferro, que teve seus ensaios
gravados e ditos como oficiais do grupo. Inclusive com um cover de “I Want Out” do Helloween supostamente tocada
por eles e que seria uma faixa bônus da edição especial de “Senjutsu”. Comprovado que era fake.
Em “The Writing On The Wall”, a surpresa fica para a introdução blues rock aliada à veia heavy progressiva característica dos dias de hoje. “Lost in a Lost World” é a primeira canção individual de Steve. Começa acústica e logo em seguida o contrabaixo pulsante de Steve dá seu tom e Bruce soltando seus graves e agudos na medida certa ao longo de seus nove minutos de duração. “Days Of Future Past”, a parceria entre Adrian & Bruce, este hard rock de riff cortante. “Time Machine” fecha o Disco I, traz de volta a atmosfera heavy progressiva.
No Disco
II, temos a climática “Darkest Hour”, parece saída de um
disco solo de Bruce. Com letra
inspirada no ex-primeiro ministro inglês Winston Churchill, onde diz “conseguiu, mesmo com suas várias falhas
pessoais, impor-se diante da tirania de Hitler” durante o período mais crítico
para a Inglaterra na Segunda Guerra Mundial. Ao ouvi-la lembramos do filme “O Destino de Uma Nação (2017)” com Gary
Oldman (Oscar de Melhor Ator daquele ano).
Com “Death
of the Celts”, temos o início das três canções que encerram os
trabalhos e compostas somente por Steve.
A influência da música celta vai além do seu título. Muitos estão a chamando de
“The Clansman Part II”, devido sua
semelhança musical. “The Parchment” é a mais longa e épica
do disco. Equaliza perfeitamente leveza e peso. Começa em formato acústico e
num crescendo, os instrumentos se sobrepõem com o vozeirão de Bruce. Aqui temos o melhor exemplo da
sintonia musical da banda. Onde todos estão na sua melhor forma como músicos.
“Hell On Earth” sintetiza o atual momento do IM com o legado que eles construíram. A introdução calma, que logo em seguida, entra o ritmo de paulada dos velhos tempos. O canto de Bruce inspirando a todos para se juntarem a ele como uma voz só, como se estivesse em um show lotado. Riffs potentes, a batida marcante de Nicko e o contrabaixo pulsante de Steve regendo as ações da banda. Destaque fica para Dickinson, ciente que a voz não é mais como nos tempos de “The Number of the Beast”, traz uma performance vocal emocional. Smith inspiradíssimo nos solos e no já conhecidíssimo duelo de guitarras com Murray e Gers sendo a ponte entre eles. McBrain mostrando a todos que “senta a mão” nas peles de sua bateria.
DISCO I
1.
Senjutsu (Smith/Harris) - 8:20
2.
Stratego (Gers/Harris) - 4:59
3.
The Writing On The Wall (Smith/Dickinson) - 6:13
4.
Lost In A Lost World (Harris) - 9:31
5.
Days Of Future Past (Smith/Dickinson) - 4:03
6.
The Time Machine (Gers/Harris) - 7:09
DISCO II
1.
Darkest Hour (Smith/Dickinson) - 7:20
2.
Death Of The Celts (Harris) - 10:20
3.
The Parchment (Harris) - 12:39
4.
Hell on Earth (Harris) - 11:19
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