Desde que surgiu no cinema o eterno cowboy Clint Eastwood sempre transmitiu uma imagem carrancuda, disposto para a ação quando necessário e lá no fundo (bem no fundo!) uma pessoa de bom coração. Como por exemplo, a trilogia western spaghetti “Homem Sem Nome” de Sergio Leone e posteriormente sendo o policial durão “Dirty” Harry Callahan. Clint aproveitou que estava crescendo na sétima arte, se aventurou no drama “O Estranho que Nós Amamos (1971)” e estreou como diretor no suspense “Perversa Paixão (1972)”. Sendo este sua primeira aventura atrás e na frente das câmeras. A partir daí, montou a própria produtora, a Malpaso, e assumindo o controle de sua carreira no cinema.
Assim
tivemos “Escalado para Morrer (1978)”,
“Doido para Brigar, Louco para Amar
(1979)”, “Bronco Billy (1980)” e o
reconhecimento como cineasta com a cinebiografia do musico Charlie “Bird” Parker em “Bird” de 1988. Onde ganhou a Palma de Ouro de Cannes daquele ano. E
mais tarde com o Oscar como Melhor Diretor pelo gênero que se notabilizou, o
faroeste “Os Imperdoáveis” em 1992. E
se aventurando em outros como o romântico “As
Pontes de Madison (1995)”, a aventura scifi “Cowboys do Espaço (2000)”, os filmes de guerra “A Conquista da Honra (2006)” e “Cartas de Iwo Jima (2006)”, e o musical “Jersey Boys: Em Busca da Música (2014)”.
Ou contando histórias verídicas como “Sniper
Americano (2014)”, “15h17: Trem Para
Paris (2018)” e “O Caso Richard
Jewell (2019)”.
Em meio a isso, como de praxe, dirigiu e atuou no drama “Menina de Ouro (Billion Dollar Baby)” em 2004. Ele é o ex-treinador de boxe Frankie Dunn e hoje possui uma academia para treinar jovens que desejam entrar para o esporte. Junto a ele, seu melhor amigo e ex-boxeador Scrap (Morgan Freeman, que trabalhou com Clint em “Os Imperdoáveis”), que o ajuda a administra-lo. Conhecido pelo seu temperamento difícil e distante da filha. Até que surge uma jovem que mudará isso. Ela se chama Maggie Fitzgerald, interpretada por Hillary Swank (Oscar de Melhor Atriz por “Meninos Não Choram, 1999”). Simples, mas com desejo e determinação para vencer na vida para ser reconhecida pelo seu valor.
Trabalhando desde os treze anos como garçonete, enxerga no boxe a chance de conseguir o que quer. De inicio Frankie diz que não treina garotas. Mais tarde é convencido por Scrap que lhe diz: “Ela cresceu sabendo apenas de uma coisa: que ela é lixo”. Somada a sua força de vontade, Dunn aceita ser seu treinador. Com o passar do tempo, a proximidade faz com que ele enxergue um paralelo com a falta de relacionamento com a própria filha. Já que Maggie o faz com que sinto responsável por ela em determinado momento. Isso é impulsionado com o sonho dela em ser uma lutadora de boxe profissional.
Tendo
Scrap como seu narrador e fio condutor, a película ganha um tom que aproxima o
espectador. Caminhando junto à Maggie em sua jornada para ser quem deseja. A atuação
de Hillary é uma força da natureza. Cheia
de entusiasmo e carisma, ela tem seu melhor momento na frente das telas. Justificada
com o Oscar de Melhor Atriz daquele ano. Sendo um exemplo para todos nós, muito
mais do que um filme sobre boxe como a franquia do eterno Rocky Balboa
Sylvester Stallone, que sempre se destacou pelas frases de efeito como “Não importa quantos socos você leva na vida!
E sim, o quanto você aguenta e se levanta
para seguir em frente!”.
Você não pode se abater no primeiro obstáculo e sim aprender com
ele. E não se importando com os que surjam, onde devemos encara-los de frente
para supera-los. Clint e Morgan completam esse discurso. Onde o
primeiro ao seu jeito, encontra um meio para fazer as pazes com passado. E o segundo
como um contador de histórias em seu tom grave de voz ao narrar à caminhada do
amigo, com um ar de renovação para ambos. Onde saem do local comum e percebem
que ainda têm muita coisa para fazer enquanto estão vivos.
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