Quando vemos uma opera passando nos canais de nossas TVs por assinatura, tipo Eurochannel ou Arte 1, imaginamos algo incrivelmente dramático e tenso. Operas como “Don Giovanni” de Mozart, “Carmen” de Bizet ou “O Barbeiro de Sevilha” de Rossini. Muitos as acham chatas, talvez por não as compreender completamente. Já a grande maioria, simplesmente as admira pela harmonia e originalidade. Delas surgem grandes talentos como Plácido Domingo, Jose Carreras, Montserrat Caballé, Maria Callas, Kiri Te Kanawa, Andrea Bocelli e talvez o maior deles, Luciano Pavarotti.
Pavarotti é conhecido por popularizar o gênero e leva-lo para pessoas que nunca tiveram acesso a ele. Tanto em concertos pagos ou ao ar livre em parques, Luciano levou a ópera para aqueles nunca a ouviram realmente. Como no projeto “Pavarotti & Friends” realizado entre os anos de 1992 a 2003, para arrecadar fundos para as entidades War Child e as Nações Unidas dos Refugiados. Onde dividia o palco com Bono & The Edge do U2, o slowhand Eric Clapton, sir Elton John, Stevie Wonder, Bryan Adams, Céline Dion, Mariah Carey, dentre outros. Contando com o apoio da finada Princesa Diana. Junto a isso, a luta contra o câncer no pâncreas que o levou em 06 de setembro de 2007.
Daí a ideia para o documentário “Pavarotti (2019)”, dirigido por Ron Howard de “Han Solo: Uma História Star Wars (2018)”. Vencedor do Oscar como Melhor Diretor por “Uma Mente Brilhante (2001)” e filmes como “Willow: Na Terra da Magia (1988)”, “Apollo 13: Do Desastre ao Triunfo (1995)”, “O Código Da Vinci (2006)” e "Era Uma Vez, Um Sonho (2020)".
Ele vem trabalhando no gênero e se dando muito bem. Um exemplo disso é “The Beatles: Eight Days A Week, The Touring Days (2016)”. Exibindo os loucos anos da Beatlemania e a rotina continua de shows dos quatro rapazes de Liverpool. Contando com depoimentos dos mesmos na época e atuais de seus remanescentes, sir Paul McCartney & Ringo Starr. Junto a testemunhos de celebridades como Whoopi Goldberg que relatam seu amor pelos Beatles literalmente. Para saber mais no link: https://cyroay72.blogspot.com/2017/02/the-beatles-eight-days-week-touring-days.html
Agora Ron nos traz um retrato sobre a vida e a obra de Luciano. Onde as duas se confundem. Nascido em 12 de outubro de 1935, filho de padeiro e um grande amante do futebol nos tempos de guerra (a Segunda Guerra Mundial, 1939 a 1945). Onde tentou realizar seu sonho em ser goleiro, percebe que não tinha muito jeito para o esporte. Dá seus primeiros passos como cantor lírico nos anos 60 em sete anos de estudo e prática.
Contando com imagens raras, filmes caseiros e depoimentos de familiares. Em especial da primeira mulher Adua Veroni, com quem teve três filhas, e Nicoletta Mantovani. Sua assistente pessoal, se casaram em 2003. Esta declara seu amor incondional ao "maestro", como era chamado pelos mais próximos. E a emoção de Bono, ao relatar a ligação recebida de Pavarotti pedindo para lhe compor uma canção. Daí surge o dueto “Miss Sarajevo”.
Junto a isso, clips de shows inéditos onde a clássica “Nessur Dorma” de Puccini é interpretada, por exemplo. Como se deu a união de Pavarotti com Plácido Domingos e José Carreras, o trio Three Tenors em 1994. Em um concerto realizado em Los Angeles, com regência de Zubin Mehta. Howard mostra como a persona pública e a privada de Luciano, onde as duas estão conectadas.
Um homem apaixonado pela vida e pela família, pela música e em especial as mulheres. Nicoletta é sua segunda mulher. Antes dela e já com ela, os casos extraconjugais são mencionados de forma sutil. Sua honestidade e jeito de ser, é de uma sinceridade que doí o coração, o olhar mais atento do espectador. Aqui vemos Luciano como uma pessoa comum quem nem você ou a que está próxima (amigo, familiar ou simplesmente um desconhecido) sujeito há falhas. Mas com um coração maior do que ele próprio para ajudar os mais necessitados.
Comentários
Postar um comentário