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"DRUK: MAIS UMA RODADA"

A vida nos traz alegrias e tristezas. Nesta jornada, vivemos e aprendemos o que é certo e o que é errado. Fazendo amizades que ficam ou que passam fugazmente em nossas vidas, casamos ou apenas ficamos sozinhos com nós mesmos. Literalmente como se diz por aí, “Vamos vivendo a vida”. É assim que somos introduzidos ao filme dinamarquês “Druk: Mais Uma Rodada (Druk, 2020)”. Vemos a rotina de quatro professores de uma escola do ensino médio Martin (Mads Mikkelsen, o Galen Erso de “Rogue One: Uma História Star Wars, 2016”), Tommy (Thomas Bo Larsen), Nikolaj (Magnus Millang) e Peter (Lars Ranthe). 

Fora do ambiente escolar, cada segue sua rotina diária. Martin é professor de história, casado e com dois filhos adolescentes, desgostoso consigo mesmo e como leva a vida em família. Tommy vive sozinho com seu cão cheio de manias. Peter ensina música e busca um jeito para se casar e ter filhos. Enquanto Nikolaj se diz feliz, bem casado com uma linda mulher e três filhos pequenos a tiracolo. Este está celebrando o aniversário de 40 anos com os amigos em um dos melhores restaurantes da cidade em que moram. Quando ele tem a ideia, após ler um artigo que mostra que toda pessoa deve ter no sangue 0,5% de álcool. Isso lhe garantirá um desempenho melhor tanto no âmbito profissional como pessoal.


Assim Nikolaj propõe aos amigos um experimento a respeito. De início, ficam de pé atrás. Mas como o passar do tempo, uma dose de vodka e um copo de cerveja, resolvem fazer a experiência. Martin mais racional, enxerga a oportunidade para dar uma virada na própria vida e se reconectar com a família. 

Em especial a esposa Anika (Maria Bonnevie). Antes de cair na rotina, ele possuía uma alegria pela vida e pelo trabalho. Hoje apenas “vai levando-a”. O resultado da dose 0,5% é satisfatório. Martin volta a lecionar como quando iniciou a vida acadêmica. Instigando e interagindo com seus alunos, que estão prestes a fazer um exame que os levará para a universidade.

Já Tommy consegue ser o técnico de futebol que sempre imaginou ser. Incentivando os jogadores médios e repreendendo aqueles que se acham melhores que os outros. Nicolaj e Peter também atingem resultados esperados em suas aulas. A cada dia, resolvem levar mais a sério o estudo e consequentemente o aumento da dose. Daí a trama inicial de “Druk: Mais Uma Rodada”. Escrito e dirigido por Thomas Vinterberg, que realizou o excepcional “A Caça (2012)”. 

Com quem trabalhou, Mads e agora retoma a parceria. Aqui Vinterberg traz uma ode que celebra a vida. E como a rotina do dia a dia vai nos matando aos poucos e que as vezes é necessário “sair do lugar comum” para voltarmos a sorrir novamente. No caso, a bebida alcóolica. Na verdade, sendo um trampolim para chegarmos ao que desejamos e retomar as rédeas de nossas vidas. 


Mesmo assim, há consequências. E precisamos estar preparados, como os excessos cometidos pelos personagens. A cada dose tomada, começam a perder o rumo do experimento. Martin se deixar levar pela bebida, assim como os outros e antes que notem, suas vidas são afetadas. Enquanto ele acha que está se aproximando de Anika. Quando na verdade, está vendo como se afastaram. Praticamente vivendo separados, mesmo casados. O amor está lá, mas a intimidade de outrora se perdeu no tempo. 

Nicolaj perde o controle de sua vida familiar e a esposa lhe cobra (isso já era uma constante) por isso. Já Tommy se perde totalmente e chega alcoolizado em uma reunião dos professores na escola. Peter até consegue se conter mas pede para seu aluno Sebastian, que está apreensivo com o exame final, tomar algo para se acalmar. Não é uma atitude que pode se esperar de um professor.

Thomas acerta em trazer certo realismo nas ações dos quatro amigos. Onde são cobaias do próprio estudo, não enxergam como isso pode afetar drasticamente às pessoas que vivem no seu entorno. Mais tarde, entendem que não precisam do álcool para atingirem seus objetivos pessoais e serem felizes. Ele é apenas um modo de extravasar determinado momento, tipo reunião de amigos e/ou festas de confraternização. Onde precisamos estar atentos, a “rotina” vai nos matando aos poucos e não percebemos isso. 

Quando enxergamos, pode ser tarde demais. Sendo necessário, lembrando o refrão da canção “deixa a vida me levar, vida leva eu”. Para não seguirmos este refrão e sim, levar a vida como queremos e seguindo nossos corações e nossas almas. Apesar de todos os percalços, temos a alegria de estarmos vivos.


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