O movimento pelos direitos do afro-americano sempre deixa sua marca na terra do tio Sam. Onde o preconceito racial é a marca registrada da maior nação do planeta. Exemplo recente em meio da pandemia do Covid 19, o assassinato brutal de George Floyd por um policial branco. Assim temos o surgimento do movimento Black Lives Matter, onde negros e brancos se juntaram para protestar sobre o ocorrido. Por isso a luta contra o racismo nos EUA é bem explorado na sétima arte com “Selma: A Luta pela Igualdade (2014)”, “Infiltrado da Klan (2018)” de Spike Lee e “Green Book: O Guia (2018)”.
Assim temos o filme da Amazon Prime Video, “Uma Noite em Miami (A Night in Miami, 2021)”. Com o roteirista Kemp Powers escreveu a peça teatral em 2013 que originou o filme, a partir de um trecho lido na autobiografia do pugilista Muhammad Ali, antes de se converter ao islã se chamava Cassius Clay. Onde ele se encontrou em um hotel com três personalidades conhecidas pela luta contra o racismo: o radical ativista politico Malcolm X, o Mr. Soul Sam Cooke e o astro de futebol americano Jim Brown. Com isso dito, temos o encontro ficcional destes ícones da cultura, dos esportes e da politica. Onde celebram a conquista de Cassius como campeão mundial de boxe dos pesos pesados.
Isso impulsou Regina King, a heroína Sister Night da serie HBO “Watchmen (2019)”, a levar o conto para o cinema e estrear atrás das câmeras como diretora. Para personifica-los temos Eli Goree como Cassius / Muhammad, Leslie Odom Jr. é Sam, Kingsley Ben-Adir faz Malcolm e Aldis Hodge é Jim. Somos introduzidos a cada um deles, em momentos determinantes de suas vidas. Onde mostram sua insatisfação com a situação que estão vivendo nos anos 60. Com a ebulição social vivida entre brancos e negros. Na noite de 25 de fevereiro de 1964, os quatros se reúnem para colocarem o papo em dia.
Com Malcolm sendo determinante para conversão de Cassius (isso é realmente mencionado na autobiografia). Onde o primeiro critica Sam por compor canções para atingiram as paradas de sucesso, junto à aprovação dos brancos. Enquanto isso, os negros lutam pelos seus direitos. Este rebate que é dono de suas composições, por isso enriquece e para assim ajudar seus semelhantes. Um exemplo disso é com a canção “A Change is Gonna Come”.
No caso, ela já havia sido composta e lançada. Mas rende um grande momento no filme, com Leslie a interpretando no programa de Johnny Carson. Infelizmente a gravação original se perdeu no tempo. Jim revela que vai se aposentar do futebol e se tornar ator de cinema. Já que participou de um filme e foi bem remunerado. O que realmente aconteceu, ele investiu no cinema em filmes como o clássico “Os Doze Condenados (1967)”. Dai o mote inicial de “Uma Noite em Miami”, com os quatros discutem a relevância do papel deles no movimento contra o preconceito racial. A atuação deles é a força motriz da película. Onde cada um tem seu momento de destaque. Por exemplo, Goree reproduz com exatidão os trejeitos de Cassius. Odom Jr. está perfeito como Sam, inclusive compôs o tema musical.
Jim (Aldis) é o ponto de equilibrio entre eles. Não discute, mas dentro de si sente a revolta com as injustiças sofridas pelo seu semelhante. Com Malcolm sendo o pendulo. Ben-Adir incorporou muito bem seu personagem. Controverso na frente das câmeras, mas conversando com a esposa Betty X (Joaquina Kalukango) e em especial, quando discute com Sam. Exibindo uma pessoa cheia de duvidas e se questionando sobre o que está lutando. Regina pontua bem os assuntos que são relevantes ao povo afro-americano nos dias de hoje. O racismo, como a economia os afeta profissional e pessoalmente, bem como tanto o negro e o branco relevam sua posição social.
Comentários
Postar um comentário