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"O PODEROSO CHEFÃO DESFECHO: A MORTE DE MICHAEL CORLEONE"

O cineasta Francis Ford Coppola nunca imaginou o impacto causado ao adaptar para a tela grande do cinema, a saga da família Corleone em “O Poderoso Chefão (The Godfather)” do escritor Mario Puzo. Trabalhando juntos na adaptação, Coppola & Puzo,  contam a ascensão do jovem imigrante italiano Vito Corleone juntamente com a do seu filho mais novo Michael no submundo da máfia. Para ser Don Vito temos o mito Robert De Niro em sua versão mais jovem e a lenda do cinema Marlon Brando como o personagem em sua jornada final de vida. Para ser Michael, temos outro mito Al Pacino

Dividido em três partes, em “O Poderoso Chefão” vemos Michael se tornando implacável e temido por todos. Na primeira parte (1972), a contragosto assume os negócios da família. Já que seu irmão mais velho, Sonny (James Caan), foi brutalmente assassinado. Seu pai (Brando) já não possui condições físicas e mentais para seguir adiante. Já na segunda parte (1974), Michael ratifica seu poder diante de tudo e de todos. Junto a isso, a chegada de Don Vito (De Niro) à América, de imigrante passando a ser o protetor do seu bairro até se tornar “O Padrinho”. A terceira parte, conclui com Michael legalizando todos os negócios da família e deixando para trás a vida como mafioso. Mas isso não ocorre como imaginado por ele. Para saber mais sobre a saga, no link: https://cyroay72.blogspot.com/2020/05/a-saga-o-poderoso-chefao-por-francis.html


Em celebração aos seus trinta anos, “O Poderoso Chefão Parte III”, lançada originalmente em 20 de dezembro de 1990. Coppola nunca ficou satisfeito o episódio final da saga, por isso resolveu lançar “O Poderoso Chefão Desfecho: A Morte de Michael Corleone (The Godfather Coda: The Death of Michael Corleone, 2020)”. Um dos motivos da insatisfação foi o titulo. Tanto Francis quanto Puzo queriam este titulo, já que entendiam como fim da jornada de Michael como “Padrinho”. 

Porem, a detentora dos direitos, a Paramount Pictures, foi contra isso e acabou ficando “Parte III”. A produção passou por vários problemas, entre eles a saída de Robert Duvall. Este faz o contador e irmão de criação Tom Haden. Que pediu um salario compatível ao de Pacino para voltar ao papel, por isso foi descartado. Sua falta foi justificada por com a morte precoce, sem maiores explicações. Seu lugar, temos o veterano George Hamilton como B.J. Harrison.


Sendo a oportunidade perfeita para Coppola lançar sua versão definitiva para a película. A história se manteve com Michael (Pacino) negociando com a Igreja a administração do fundo “Immobiliare”, que faz parte do banco do Vaticano. Que o tornará um dos homens mais ricos do mundo e deixando para o passado a imagem como mafioso. 

Isso está sendo intermediado pelo arcebispo Gilday (Donal Donnelly) e ao mesmo tempo, conhece o filho ilegítimo de Sonny Vincent “Vinnie” Mancini. Este interpretado excepcionalmente por Andy Garcia. Que possui uma desavença com o gangster local Joey Zasa (Joe Mantegna). Como o pai tem um temperamento explosivo, assim Michael resolve que deve ficar de olho nele. 


E se for caso, prepara-lo para ficar em seu lugar. Isso acaba criando um inconveniente para Michael. Vinnie e sua filha Mary, interpretada por Sofia Coppola, se tornam íntimos. Como ele diz ao sobrinho, “Quando está nesta vida os primeiros que sofreram são aqueles que você ama”.  Em meio a isso, a negociação com o Vaticano pode sofrer atrasos e Michael pode perder tudo o que investiu. Ao mesmo tempo, é atacado por um inimigo invisível. Fazendo com que volte a ser quem era no passado. Assim Coppola pode reconstruir sua história para que se alinhasse com os dois primeiros filmes. Já que a “Parte III” foi muito criticada na época por isso. 

Reeditando a película e deixando o conto mais próximo do que tinha imaginado para Michael. Como por exemplo, tirando a narração em Off de Pacino na abertura e indo direto para a condecoração de Michael pelas generosas doações à Igreja Católica e a conversa com Gilday sobre o acordo da “Immobiliare” intercalado pela fala de ambos. Gilday: “Parece que, no mundo de hoje, o poder de absorver dividas é maior que o poder de perdoar”. E Michael diz, “Nunca subestime o poder do perdão”.


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