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"ERA UMA VEZ, UM SONHO (Netflix)"

O sonho americano sempre foi algo que encantou o próprio cidadão norte-americano. Uma boa família e estabilidade financeira. Mas quando isso entra na realidade do cotidiano, cai por terra. Ainda mais em tempos de pandemia que vivemos atualmente. Você pode contar nos dedos aqueles que conseguiram conquistar o desejado “sonho”. O mais comum é o indivíduo viver endividado e com problemas familiares. 

Em especial com os pais, com quem possui uma relação disfuncional. É assim que chegamos à autobiografia de J.D. Vance, “Hillbilly Elegy”, lançado em 2016. Ela ganhou notoriedade porque contrastou com eleição do Presidente Donald Trump, onde seu tema focou na natureza da sociedade que o elegeu. Isto é, pessoas com ideologias de tradições ultrapassadas e preconceituosas.


Focando em sua origem interior dos EUA, Vance exibe a dificuldade em se relacionar com a mãe Bev. Uma pessoa que sofre de transtornos psicológicos, sendo extremamente amorosa em determinado momento e violenta em outro. Por causa, disso possui um vínculo muito forte com a avó materna Bonnie “Mamaw”. Sendo ela que praticamente o criou. Essa relação de extremos e a situação vivida por Vance fez com que o cineasta Ron Howard (“Han Solo: Uma História Star Wars, 2018”) adquirisse os direitos de filmagem e ao lado do canal das redes sociais Netflix produzisse “Era Uma Vez, Um Sonho (Hillbilly Elegy, 2020).

Para ser J.D. temos Owen Asztalos quando adolescente vivendo com a família e Gabriel Basso em sua fase adulta, tentando se afastar dela. Para ser sua mãe temos a atual Lois Lane do cinema Amy Adams e a avó é interpretada pela polivalente Glenn Close. A caracterização de todos está perfeita, representando perfeitamente o “caipira” norte-americano. Enquanto J.D. adulto tenta se desvencilhar desta imagem. Onde foi fuzileiro naval e agora quer se firmar profissionalmente como advogado. 

Howard nos traz os altos e baixos vividos por J.D., em especial quando está próximo de conquistar o que deseja. Pois precisa voltar para casa e cuidar da mãe doente, que teve uma crise e sua avó já não tem mais condições de fazê-lo. Assim temos o passado e o presente intercalando. 

Onde J.D. vislumbra a própria vida e reflete o que de bom pode tirar de tudo o que passou na adolescência ao lado das duas pessoas que lhe marcaram. Enquanto a mãe representa tudo o que houve de errado, já a avó serve como acalanto. Mas nem tanto assim. Já que Mamaw tem um temperamento forte e também tem seus demônios interiores. Como a lembrança da boa relação com o pai (Bo Hopkins) e por ter ateado fogo no próprio marido devido seu vício em álcool. 


Howard nos vislumbra com as personas de Bev e Mamaw, de acordo com a visão de J.D..  A mãe com sérios problemas psicológicos e que necessita de cuidados constantes, onde Amy conseguiu transparecer isso na tela e nos brindar com uma ótima atuação. Enquanto Mamaw é uma doçura em pessoa, mas que se contrariada se torna o demônio.

Glenn realmente incorporou a personagem, nos traz uma performance cheia de emoção e autenticidade. Exemplificada na sequência que em pula da cama do hospital em que está internada, arrancando os fios dos aparelhos e percorrendo os corredores da instituição como se fosse o “Exterminador do Futuro” de Arnold Schwarzenegger, já citado em outra cena. Completando o elenco Haley Bennett (do filme Netflix “O Diabo de Cada Dia, 2020”) como a irmã de J.D., Lindsay e Freida Pinto (“Quem Quer Ser Um Milionário, 2008”) é Usha, namorada de J.D..


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