O escritor HP Lovecraft se notabilizou por escrever contos onde a ficção cientifica, a fantasia e o horror se misturam perfeitamente. Com isso em mente, Matt Ruff se inspirou em escrever o romance “Território Lovecraft”, lançado em 2016. Posteriormente foi anunciado sua produção como série de TV, tendo à frente J.J. Abrams (que recentemente encerrou a saga Star Wars em “A Ascensão Skywalker, 2019”) e Jordan Peele dos thrillers “Corra (2017)” e “Nós (2019)”.
A produtora Misha Green como showrunner, que inclusive escreveu e dirigiu alguns episódios, o seriado foi dividido em dez capítulos. Assim conhecemos o jovem Atticus “Tic” Freeman (Jonathan Majors) retornando da Guerra do Vietnã para a casa do seu tio George (Courtney B. Vance) em Chicago. Revê a tia Hippolyta (Aunjanue Ellis) e a prima Diana (Jada Harris), junto a isso seu amor dos tempos de escola, Letitia “Leti” Lewis (Jurnee Smollett, a Canário Negro de “Aves de Rapina, 2019”). Que também está de volta depois de um tempo sumida. Ela tem um reencontro nada amistoso com a meia-irmã Ruby (Wunmi Mosaku). Em determinado momento, o caminho dos Tic e Leti se cruzam.
Tic descobre através do tio que seu pai Montrose (Michael k. Williams) está desaparecido e que a última vez que soube dele, que estava na cidade Ardham (Massachusetts). Fazendo com que Tic junto à George iriam até lá para descobrirem seu real paradeiro. Este escreve guias de viagem para cidadãos afro-americanos (como bem visto em “Green Book: O Guia, 2018”), experiente nas estradas dos EUA. Sabendo onde é possível descansar e comer, já que o preconceito racial na terra do tio Sam está nas alturas.
Leti vai com eles, a contragosto dos mesmos. Chegando lá, descobrem mais do que imaginavam, que existe uma maldição que liga a família de Tic com ritos de magia de um clã racista chamada “Os Filhos de Adão”. Assim o passado, o presente e o futuro se unem na jornada de Tic, onde o destino de todos está nas suas mãos. Com a família de Tic sendo o elo de ligação, com um evento ocorrido na juventude de seus pais e do tio, se conecta diretamente com o futuro dele. Daí a trama para “Lovecraft Country”.
A obra de Matt é cheia de referência ao racismo da época bem como dos tempos atuais e traz com perfeição a influência de HP em seu conto. Onde a fantasia e o horror estão presentes na medida certa. De acordo com a visão de seus produtores. Com Abrams, a fantasia e o ar scifi para Tic chegar a verdade dos fatos. Fazendo uso da “viagem no tempo” e Leti descobrindo que é mais que um rosto bonito. Já com Peele, se junta ao discurso de Ruff contra o preconceito racial de forma clara e direta.
Exemplificando isso com a personagem de Ellis, que encontra a verdade sobre si e como em seus dois trabalhos no cinema, o suspense e o terror estão presentes. Quando você menos espera, está grudado no sofá roendo as unhas. Destaque para Abbey Lee como a vilã da vez, Christina. Descendente direta do líder da seita “Os Filhos de Adão”, que faz tudo para destruir Tic para conseguir o que deseja. A imortalidade, no caso. A serie termina com “gostinho de quero mais”, que venha a segunda temporada!
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