A vida de um indivíduo pode trilhar para o lado bom e/ou para o lado ruim. Isso pode se dizer que se deve como somos criados por nossos pais e eles por nossos avós. E assim gira a roda de 360 da vida. E por uma coincidência do destino, estranhos (ou não) podem conectados a nós indiretamente. Com esse ponto de partida, temos o romance “O Mal Nosso de Cada Dia” escrito por Donald Roy Pollock em 2011. Ganhando agora sua versão para o cinema por Antonio Campos, que adaptou o conto ao lado do irmão Paulo.
Filho do jornalista brasileiro Lucas Mendes, ele dirige esta produção lançada pelo canal das redes sociais Netflix com o titulo “O Diabo de Cada Dia (The Devil All The Time, 2020)”. Somos introduzidos ao personagem Willard Russell (Bill Skarsgard, o espirito maligno Pennywise da franquia “It: A Coisa”), recém-chegado da Segunda Guerra Mundial. Bastante traumatizado precisa lidar com a doença da esposa Charlotte (Haley Bennett) e cuidar do filho Arvin (Michael Banks). Ela vem a falecer e Will precisar lidar a dor da perda, os traumas de guerra e ficar de olho no filho. Isso ocorre na cidade de Knockemstiff (Ohio).
Enquanto isso, temos Helen Hatton Laferty (Mia Wasikowska, a nova Alice de “Alice no País das Maravilhas”), amiga próxima de Willard que foi brutalmente assassinada pelo padre e esposo Roy Laferty (Harry Melling). Eles tiveram uma filha Lenora (Ever Eloise Landrum). Que foi adotada e criada pela mãe de Willard, Emma (Kristin Griffith). Assim, Lenora e Arvin se aproximam, onde se tornam irmãos. Já adultos Arvin (o novo Homem-Aranha Tom Holland) e Lenora (Eliza Scanlen) sobrevivem. Ele tentando superar a perda do pai, que se suicidou após a morte da mãe, e ela se tornou uma devota da igreja local.
Onde atrai a atenção do pastor Preston Teagardin (Robert Pattinson, o vampiro Edward Cullen da saga “Crepúsculo”). Em meio a isso temos o casal Carl e Sandy Henderson, feitos por Jason Clarke (“Cemitério Maldito, 2019”) e Riley Keough respectivamente. Eles buscam por pessoas com o intuito de assassina-los. Eles se fazendo de fotógrafos para atrair suas vitimas, percorrendo as estradas dos EUA. Sandy tem um irmão, o xerife da cidade, o corrupto Lee Bodecker (o Soldado Invernal Sebastian Stan). Este busca uma promoção, mas se preocupa com as ações da irmã e como isso pode atrapalhar seus planos. Assim temos a trama básica de “O Diabo de Cada Dia”.
Pollock serve como narrador do próprio conto, onde foca nos atos de seus personagens. É perceptível que a violência, tanto a física quanto a psicológica, faz parte deles. Sua dinâmica funciona a partir da relação entre Willard e Arvin e como isso o influenciou ao se tornar adulto. É perspicaz ao ver as verdadeiras intenções do pastor Preston com Lenora. E ao ganhar o revolver que o pai usou na guerra, isso acionou um gatilho dentro dele.
Onde no embate entre ele e o religioso, é sentido a tensão crescente dentro do ambiente sagrado da igreja. Destaque para Tom, mostrando que é muito mais que o amigo da vizinhança do Universo Cinematográfico Marvel. Caindo de cabeça no papel, exibindo uma veia dramática como vimos em “O Impossível (2012)”. Bem como Pattinson que se afasta totalmente da sombra de vampiro, para nos entregar um personagem cativante e ao mesmo tempo, vil e detestável.
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