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"TODOS OS HOMENS DO PRESIDENTE (1976)" com Robert Redford & Dustin Hoffman


A terra do tio Sam tem vivido tempos atribulados. Seja pela pandemia e mais recentemente pelo assassinato de George Floyd, junto aos protestos contra o racismo gerados por isso pelos EUA e no mundo todo. A cobertura jornalística foi incansável, que acabou seguindo o passo a passo (literalmente) das manifestações em tempo real. E um dado a mais, estamos em tempos de eleições presidenciais nos EUA. Onde o Presidente Donald Trump corre contra o tempo, e todos aqueles contrários ao seu pensamento politico, para seguir na cadeira da Casa Branca em um possível segundo mandato. Já seu principal concorrente, o democrata Joe Biden, pode atrapalhar seus planos de continuar no governo.

Dito isso, vamos relembrar uma das películas que enaltecem o jornalismo investigativo. No caso, “Todos os Homens do Presidente (All the President’s Men, 1976)”. Baseado no livro de mesmo nome, escrito pelos jornalistas Carl Bernstein e Bob Woodward, sobre o escândalo de Watergate que causou a renúncia do Presidente Richard Nixon, que tinha acabado de se reeleger na época. Isso ocorreu porque o vigia Frank Williams viu luzes e atividades suspeitas no prédio vizinho ao que trabalhava. Que no caso, era a sede do Partido Democrata. Chamando a polícia. Ao chegarem, descobrem que pessoas ligadas a CIA e ao FBI, estavam destruindo documentos oficiais relacionadas a lavagem de dinheiro e espionagem. Onde Nixon tinha ciência disso e fez uso deles para conseguir chegar ao segundo mandato presidencial.



Até então seria um crime comum a princípio, se não fosse pelo faro investigativo de Bernstein e Woodward. O primeiro em início de carreira buscando “A Matéria” para se firmar na profissão e o segundo já estabelecido, sempre indo atrás da “autenticidade dos fatos”. Os dois trabalhavam para “The Washington Post” e foram a fundo no caso. Mais tarde, faria Nixon decidir pela “saída mais honrosa” ao deixar o cargo de “Homem Mais Poderoso do Mundo”.  A parceria no começo se mostra incomoda. Já que Carl, apesar de excelente escrita, é desorganizado. Bob, pela experiência adquirida com o tempo na redação, é um grande redator.


Mas percebe que seu colega escreve melhor, só precisa ser lapidado. Por isso, Bob parte para a pesquisa de campo. Indo atrás de possíveis fontes sobre o que realmente ocorreu em Watergate e deixando todo material relatado para Carl escrever a respeito. Para depois verificar como ficou. O livro foi adaptado pelo roteirista William Goldman de “Butch Cassidy & Sundance Kid, 1969”. Para a cadeira de diretor foi chamado, Alan J. Pakula dos thrillers “Acima de Qualquer Suspeita, 1990” e “Dossiê Pelicano, 1993”. Como Bob e Carl temos o galã Robert Redford (um dos produtores do filme) e Dustin Hoffman (Oscar de Melhor Ator por “Rain Man, 1988”) respectivamente.

A riqueza de detalhes em “Todos Os Homens do Presidente” é de deixar o espectador mais desavisado sem folego. Pois cada passo dado por Carl e Bob em busca da verdade, é visto e revisto para termos a certeza daquilo que estão investigando. A principal fonte é chamada de “Garganta Profunda”, que praticamente dá a deixa para eles descobrirem tudo. E só Bob está autorizado a se encontrar com ela. No caso, ele. Ocorrendo sempre em locais de pouca circulação de pessoas e bem escuros.


Assim Pakula, ao lado do trabalho de edição por Robert L. Wolfe, nos proporciona um thriller eletrizante exemplificado em dois sequencias chaves. Quando Carl pressiona uma das funcionárias que trabalha no escritório invadido e consegue dela, as iniciais dos nomes dos mandantes. Em um plano sequência, Bob ao telefone na redação do “Post”, tenta conseguir informações sobre um cheque de valores astronômicos para a campanha de reeleição de Nixon. Por isso, a segurança pessoal deles é colocada em risco. Mesmo assim, a sede deles pela verdade fica acima disso. 

O diretor de fotografia Gordon Willis capricha nos tons sombrios para os encontros entre Bob e o "Garganta Profunda" nos estacionamentos de shoppings. Bem como no figurino usado por Dustin e Robert feitos a dedo por Bernie Pollack. Completam o elenco, os veteranos Jason Robards (“Philadelphia, 1993”) como editor do “Post”, Ben Brandlee (onde ganhou o Oscar de Melhor Ator Coadjuvante daquele ano); Martin Balsam (“12 Homens & 1 Sentença, 1957”) é Howard Simons; Jack Warden (“Enquanto Você Dormia, 1995”) faz Harry M. Rosenfield e Hal Holbrook (“Na Natureza Selvagem, 2007”) é o “Garganta Profunda”. 


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