Após “Hook: A Volta do Capitão Gancho (1991)” e trazer os dinossauros para cinema como uma realidade próxima da nossa em “Jurassic Park: Parque dos Dinossauros” de 1993, em meio a isso ele se preparava para filmar seu projeto mais ambicioso, “A Lista de Schindler (The Schindler’s List)” em 1993. Baseado no romance “Schindler’s Ark (1982)” escrito por Thomas Kenneally, sobre o empresário alemão Oskar Schindler que ficou conhecido por salvar mais de 1.100 judeus em meio ao Holocausto Nazista. Reza a lenda que há uns dez anos antes, quando o administrador da Universal Studios Sid Shenberg e mentor de Spielberg, lhe presenteou com um exemplar do livro e dizendo que será seu maior filme. O projeto ficou na gaveta desde então.
Com tudo certo, ele pediu para seu velho amigo George Lucas o ajudasse na supervisão da edição final de “Jurassic Park”, enquanto inicia as filmagens de “A Lista de Schindler” na cidade de Cracóvia (Polônia). Assim estava tudo engatilhado para Spielberg nos trazer a história verídica de Oskar Schindler, interpretado por Liam Neeson (o mestre jedi Qui-Gon Jinn da saga Star Wars), onde era um inescrupuloso empreendedor que visava lucrar com os esforços de guerra na Alemanha nazista. Fazendo uso da mão de obra judia (quase escrava), onde aqueles que tinham posses perdiam tudo para o estado alemão, já que eram considerados uma raça inferior.
Mas o fanatismo de Göth pode colocar tudo a perder. Bem como sua personalidade sádica. Onde do alto de sua morada, usando um rifle, atira a esmo para os judeus no Campo. Apenas por pura “diversão” pessoal. Um dos principais alvos é a jovem Helen Hirsch (Embeth Davidtz, a mãe de Peter Parker em “O Espetacular Homem-Aranha, 2012”). Göth simpatizou com ela, a levou para ser sua empregada e vítima de sua tortura física e psicológica. Daí a trama inicial para “A Lista de Schindler”, onde Spielberg surpreende a todos com uma realidade dos fatos que chega a assustar o espectador mais desavisado.
Acertadamente filmado em Preto & Branco, vimos as atrocidades cometidos pelo exército alemão com a complacência de seus oficiais ao povo judeu. Influenciados pelo discurso autoritário de Hitler. Onde o pior do ser humano é bem exemplificado. O desprezo pela vida do seu próximo. Onde cometiam atos em favor de uma fala utópica e sem sentido algum a um povo que estava lá ser como os alemães. Isto é, fazer com que uma nação nasça com noções de justiça e igualdade para todos. Sem a dita “raça ariana” propagada por Hitler.
Umas das sequencias mais comoventes, quando o gueto é destruído. Em meio as mortes, à distância ao pé de um pequeno monte, Schindler vê uma criança perdida. Ela está usando um vestido vermelho e está à procura dos pais. Junto a isso, corpos dos mortos são jogados em uma fogueira. O cheiro é insuportável e sua fumaça é vista por quilômetros. DETALHE: é o único momento que a película ganha cores com o vestido da menina. Passado certo tempo, Schindler reencontra a criança. Agora fazendo parte dos corpos a serem incinerados.
Outra parte marcante, é quando Oscar e Itzhak conseguem os documentos para libertarem a todos na fábrica. A lista que dá título ao filme. Porém, devido a uma falha de comunicação, todas as mulheres e crianças são enviadas a Auschwitz-Birkenau. Lá é conhecido é como o campo de extermínio judeu. Fazendo com que Schindler corra contra o tempo, para poder salva-las do pior. Assim temos uma nova faceta do “Peter Pan” Steven Spielberg, onde equilibrou a inocência e a aventura de seus trabalhos anteriores como “E.T. O Extraterrestre (1982)”, para exibir um olhar mais crítico e político em filmes como “Amistad (1997)” e “O Resgate do Soldado Ryan (1998)”. Por este ultimo levou para casa sua segunda estatueta do Oscar como “Melhor Diretor” daquele ano. A primeira foi com “A Lista de Schindler”, reconhecida pelo seu mérito e empenho.
Comentários
Postar um comentário