O ultimo sábado (30 de maio de 2020), a NASA financiada pelo programa Crew Commercial, lançou a capsula SpaceX Falcon 9 com os astronautas Robert Behnken e Douglas Hurley com destino final a Estação Espacial Internacional. Isso não acontecia desde 2011. Por isso vamos discutir um dos maiores clássicos da ficção cientifica na sétima arte, “2001: Uma Odisséia no Espaço (2001: A Space Odyssey, 1968)”, baseado na renomada obra de Arthur C. Clarke. Sendo adaptado para o cinema pelo próprio ao lado do mestre do cinema Stanley Kubrick, que também assumiu a cadeira de diretor.
Optando por dividir o conto em quatro partes: I. A Aurora do Homem; II. AMT-1; III. Missão Júpiter e IV. Júpiter e Além do Infinito. Na primeira parte, vemos homens no período da Pré-História lutando pela supremacia de território e de água. A primeira aparição do misterioso Monólito Negro. Juntamente, a antológica cena em que o homem pré-histórico descobre que o osso de um animal pode ser usado como uma arma, tendo como som de fundo “Also Sprach Zarathustra” de Richard Strauss. E ao joga-lo para cima, o osso se transforma numa nave intergaláctica com destino à estação Clavius na Lua. É a transição para a segunda parte. Um passeio espacial ao som de “Danúbio Azul” de Johann Strauss II.
Conhecemos o Dr. Heywood R. Floyd (William Sylvester) chamado para investigar atividades estranhas próximas à Clavius. Descobre que há uma epidemia relacionada ao mesmo Monólito visto pelos homens na Pré-História. Com um diferencial, ele estava enterrado no asteroide lunar desta vez. Indo até ele com outros cientistas que chegam até tirar um foto à frente dele. Ao fazerem isso, ouvem um sinal de radio muito forte. Dai um salto no tempo, de dezoito meses após o ocorrido em Clavius, para a terceira parte.
Com a nave Discovery One em sua primeira viagem tripulada, rumo a Júpiter. À frente da missão temos David Bowman (Keir Dullea) e Frank Poole (Gary Lockwood). Eles contam com a inteligência artificial Hal 9000 (Douglas Rain faz sua voz) para auxilia-los a pilotar a Discovery, bem como seus controles internos. Assim Hal os informa que há um defeito na antena externa de comunicação. Ele foi programado para analisar as emoções humanas e além de ser autossuficiente para completar a missão. Dave e Frank suspeitam das intenções de Hal e acreditam que a falha na antena tem haver com isso.
Fazendo com que eles tentem desligar Hal para assumir a Discovery manualmente. Antecipando os movimentos dos dois, ele corta o cabo de oxigênio de Poole que está na capsula fora da nave para tentar desativa-lo. Fazendo com que fique a deriva no espaço. Já Dave tenta resgata-lo e voltar para nave. Apesar das tentativas de Hal, Dave chega ao núcleo de sua memoria eletrônica para desativa-lo. Ao fazer isso, um vídeo gravado pelo Dr. Floyd se inicia. Nele diz que há dois monólitos. Um na Terra e outro em Júpiter. Onde sua origem e seu proposito são um mistério.
A Parte Final começa com Dave saindo da Discovery em uma capsula em direção ao planeta e a outro Monólito em sua orbita. Ao se aproximar, é levado para um corredor cheio de luzes cintilantes. Que o deixam aterrorizado e atordoado. De repente está num quarto estilo Luis XVI (neoclassicismo europeu). Tem visões de si em diversas fases de idade até estar deitando em uma cama, bastante envelhecido. Ao seu lado, o Monólito. Ao olhar para ele, se enxerga como um feto humano e comtemplando a Terra. Assim temos o mote de “2001: Uma Odisséia no Espaço”.
Kubrick nos traz um discurso sobre a humanidade e os mistérios do universo. E como os dois estão interligados. Quando vemos o homem na Pré-História que para sobreviver precisa impor a lei do mais forte para ser o líder da sua tribo. Juntamente com sua reação ao estar próximo do desconhecido (ex: Monólito). Mesmo tendo em mãos o que há mais moderno em termos de tecnologia, ainda não sabemos, como reagir à sua presença. O primeiro instinto é o de uma ameaça iminente. Apesar dele não apresentar nenhuma reação quanto a isso.
“2001:
Uma Odisséia do Espaço” é um espetáculo visual. As naves e a estação
espacial são um deslumbre para os olhos. Tudo de acordo com a visão de Kubrick, que imaginou cada detalhe. Isso
graças aos designers cenográficos Anthony
Masters, Harry Lange e Ernest Archer que souberam
interpreta-la e respeita-la. Revolucionou as películas scifi com seus efeitos
visuais que tiveram supervisão de Douglas
Trumbull. Onde este literalmente entrou na cabeça de Stanley. Mais tarde trabalharia com o mago Steven Spielberg em “Contatos Imediatos do Terceiro Grau
(1977)”. Sua influencia foi definitiva
para o “Criador” George Lucas ao
escrever sua ópera espacial “Star Wars”.
Em 1984 tivemos sua continuação, “2010: O Ano que Faremos Contato (2010: The Year We Make Contact)”. Kubrick dá lugar a Peter Hyams. Que também assina o roteiro ao lado de Arthur C. Clarke. Baseado no seu romance de mesmo nome lançado em 1982. Focando no pós dos eventos de “2001”, vemos o Dr. Heywood Floyd interpretado pelo veterano Roy Scheider (o chefe Brody de “Tubarão, 1975”), atormentado pela perda dos astronautas na missão da Discovery em Júpiter. Até que surge a oportunidade perfeita para superar isso.
Em uma missão conjunta com a então União Soviética, a Nasa vai até Júpiter para recuperar a Discovery presa na orbita de uma de suas luas. É a chance de Floyd descobrir o que aconteceu. Ao lado dele temos o cientista Walter Curnow (John Lithgow, o Winston Churchill da serie Netflix “The Crown” desde 2016) e a comandante da nave russa Leonov, Tanya Kirbuk (Helen Mirren, Oscar de Melhor Atriz por “A Rainha, 2006”).
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