O
legado musical do “The Boss” Bruce Springsteen é algo imensurável. Compatível a de seus ídolos, o Rei do Rock Elvis Presley e o poeta folk Bob Dylan. Seja
nas letras engajadas recheadas de politica, dor e amor de Dylan juntamente com a postura
onipresente de Elvis nos palcos. Springsteen captou o melhor deles, colocando
isso em suas canções como marca registrada. Focando no ser humano em seus
conflitos internos. Onde um homem decide se será bom e/ou mal para o resto de sua vida. Somando
as desilusões que ocorrem em na jornada pelo amadurecimento. Esse é o maior
diferencial nas letras de Bruce, onde ele conta a própria história em seu
repertorio.
Com a nossa
busca incessante pela felicidade e sabendo aproveitar cada momento. Isso impactou
o jovem paquistanês Javed que vive com os pais e as irmãs na cidade de Luton,
localizada no interior da Inglaterra. Estamos em 1987, ele tenta provar aos
pais que não está deixando de lado suas origens, ao focar em seus estudos para
se tornar um bom cidadão britânico. Como todo jovem da sua idade, sofre com o
bullying e o preconceito na escola. Até que em determinado momento, conhece Roops.
Que é um grande fã de Bruce e lhe deixa duas fitas cassetes com canções deles
para inspirar Javed em sua poesia. No caso os álbuns "Born in the U.S.A. (1984)" e "Darkness on the Edge of Town (1978)".
Ele
escreve, desde pequeno, poemas que mais tarde se tornam canções para o amigo de infância Matt. Este tem um grupo de pop rock, influencia pelo movimento new wave inglês formado
pelo Duran Duran, Culture Club, Pet Shop Boys e o pop gótico do The Cure. E ao
escutar Bruce, Javed se espanta com o conteúdo de suas canções. Elas são um
reflexo com o que está vivendo no momento. Desde a paixão por sua colega de
classe Eliza e exibindo sua angustia por não ser quem almeja ser, diante de
seus pais. Javed quer ser um grande poeta como seu ídolo. Com isso em mente, o
jornalista Sarfraz Manoor escreveu o
roteiro do longa “A Musica da Minha Vida (Blinded
by the Light, 2019)”. A partir da sua reportagem “Greetings from Bury Park: Race, Religion and Rock’n’Roll”, com o auxilio
dos roteiristas Paul Mayeda Berges &
Gurinder Chadha.
Juntos,
contam sua história pessoal sobre a paixão pela musica de Bruce e idolatria
pela sua persona. Gurinder assumiu a
cadeira de diretor por sua experiência em documentários e filmes como a comedia
“Driblando o Destino (2002)”. Para viver Sarfraz temos Viveik Kalra como Javed.
Aqui nos traz uma ode aos anos 80. Reproduzindo perfeitamente o figurino e a
cenografia da época. Como por exemplo, as casas em seus tons pastéis e quadrados. Focando na paixão de
Javed pela música de Springsteen, o que inspiraram a ser um poeta. Sucessos como “Dancing in the Dark”, “The
River”, "Born to Run", “Badlands” e "Hungry Heart" interagem com
os momentos vividos por Javed em sua jornada de descoberta musical e
especialmente pessoal.
Como
seus pais Malik e Noor, temos Kulvinder Ghir
e Meera Ganatra respectivamente, o
melhor amigo Roops é Aaron Phagura e
sua paixão escolar Eliza é interpretada por Nell Williams. Contando com a participação de Hayley Atwell, a eterna Peggy Carter do Universo Cinematográfico
Marvel, é a professor do colégio miss Clay. DETALHE: a diretora Gurinder mandou o roteiro para Bruce e mais tarde, recebeu uma telefonema
do próprio, aprovando o que vai ser filmado. Onde inclusive cedeu uma canção inédita, “I’ll Stand By You”. Composta para
ser tema de um dos filmes do bruxo Harry Potter, mas que inexplicável foi recusada pelos produtores da franquia. Até hoje, Bruce desconhece o motivo para tal.
“A
Música Para Minha Vida” vai muito além do tributo a musicalidade de Bruce
Springsteen. Exibindo quando um material de qualidade pode influenciar uma
pessoa a conseguir atingir seus objetivos e a felicidade plena. Deixando
bem claro que suas canções não possuem somente o cunho da terra do tio Sam e sim
mundial. Onde a história de vida do "Boss" interage com aqueles que estão do outro lado
do globo terrestre.
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