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"DOUTOR SONO", a continuidade do conto "O Iluminado" de Stephen King


Passados 39 anos, estamos de volta ao universo de “O Iluminado”, obra do renomado escritor Stephen King. Lançado originalmente em 1977, ganhou sua versão para o cinema em 1980 pelo mestre do cinema Stanley Kubrick. Após muita controvérsia, a película não rendeu o esperado e mostrou todo descontentamento de King com a visão de Kubrick sobre seu conto. Depois de certo tempo, o filme ganhou a relevância merecida. Hoje considerado um dos melhores filmes do gênero terror e um dos principais trabalhos de Stanley. Comentamos no link: https://cyroay72.blogspot.com/2019/11/o-iluminado-de-stephen-king-pelo-olhar.html

Em 2013, King soltou a continuidade da história de “O Iluminado” com “Doutor Sono”. Onde temos o filho de Jack Torrance, Danny, agora adulto e ainda atormentado com o que viveu no hotel Overlook. Recentemente seus trabalhos ganhado adaptações para a sétima arte. Como “Torre Negra” em 2017, “Cemitério Maldito” em 2019 e mais recentemente com a versão definitiva do espirito maligno na forma de palhaço Pennywise em “It”. Agora chegou a vez de “Doutor Sono (Doctor Sleep, 2019)” ser visto em uma sala de cinema. Adaptado e dirigido por Mike Flanagan, responsável pela serie Netflix “A Maldição da Residência Hill (desde 2018)” e um dos especialistas do gênero terror atual com “O Espelho (2013)” e “Hush: A Morte Ouve (2016)”.


Agora ele nos traz Danny adulto, feito pelo cavaleiro jedi Ewan McGregor, vivendo amargurado e viciado em álcool e drogas. E ainda assombrado com visões do passado. Depois de uma crise, resolveu mudar os rumos de sua vida. Indo para uma cidade no interior dos EUA e lá conhece Bill Freeman (Cliff Curtis de “Megatubarão, 2018”). Que o leva para uma reunião dos Alcoólicos Anônimos local e começa uma nova vida, passando a se chamar “Dan”. Consegue um emprego como enfermeiro com o médico responsável pelo AA, John Dalton (Bruce Greenwood da série de TV “The Resident” desde 2018), na clínica dele para pacientes paliativos.

Com seu dom, Dan os auxilia em sua passagem final. Ganhando deles, o apelido “Doutor Sono”. E tem seu último encontro com Dick, assim como ele, são “iluminados”. Este já faleceu e Dan conversa com seu espirito, que o alerta sobre a presença de outros como ele. E que precisa mostra sua força interior para lutar contra um inimigo invisível. Que estão em busca de pessoas “iluminadas” para saciar sua fome “espiritual” pela vida eterna. Quando não acham, atacam crianças por seu espirito puro.


Em meio a isso, se comunica telepaticamente com a jovem Abra Stone (Kyliegh Curran). Ela também é “iluminada”. Por isso viu a última vítima de um grupo chamado “Verdadeiro ”. Estes são liderados por Rose, a Cartola (Rebecca Ferguson, a espiã Ilsa de “Missão Impossível: Efeito Fallout, 2018”). Sendo ela, a ameaça que Dick disse a ele, antes de se despedir. Que Dan precisa se unir à Abra e juntos acabarem com Rose e seus seguidores. Assim a trama básica de “Doutor Sono”. Flanagan optou por adaptar o conto bem próximo do original, com algumas liberdades artísticas para dar continuidade do que foi visto em 1980. Não que isso seja um demérito. 

Pelo contrario, temos uma historia cativante, cheia de reviravoltas com pitadas de aventura e suspense. Como Kubrick, escreveu o roteiro (além de fazer o trabalho de edição), mergulhou no mundo de “Doutor Sono”, dando um entendimento melhor sobre os “iluminados”, onde compreendemos a persona de Dan. A dor e o medo não o deixam enxergar, quem deve ser. McGregor caiu de cabeça nisso, sua atuação está perfeita. Já Kyliegh representa a juventude atual, cheia de atitude e consciente de seu dom. ela se torna a força motriz do filme. Exibe segurança e certa prepotência. Despertando o dom de Dan, o fazendo entender o que é necessário fazer.


Ferguson está ótima como antagonista. Exibindo sensualidade, carisma e cruel, neste ultimo faz com gosto. No ato final, Flanagan nos leva a uma viagem no tempo, estamos no Hotel Overlook. O embate entre Rose, Abra e Dan é de encher os olhos e arrepiar os pelinhos do corpo. A reconstituição dos seus interiores é excepcional. Preferindo refazer toda sua cenografia ao invés de utilizar imagens excluídas do longa de 1980. E no seu decorrer há referencias para o espectador mais atento.

Isso é visível nos flashbacks de Dan. O pós dos eventos de “O Iluminado”, ele e a mãe Wendy foram morar na Flórida. Que são vividos por Roger Dale Floyd e Alex Essoe respectivamente. E nos encontros com Dick Hallorann que lhe ensina como derrotar os fantasmas do Overlook que ainda o atormentavam. Este é feito por Carl Lumbly. Anteriormente, ele foi vivido pelo veterano Scatman Crothers. A semelhança entre eles é de cair o queixo. E a expectativa se Jack ia ou não aparecer. Eis que surge numa conversa com Dan no bar do hotel. Ele é interpretado por Henry Thomas (sim, o garoto Elliott de “E.T. – O Extraterrestre, 1982”).

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