Miles Davis (26.05.1926 – 28.09.1991) sempre foi conhecido
pela sua personalidade e temperamento fortes. Buscando seu lugar ao sol no
mundo do jazz e se tornando um dos seus mais influentes músicos. Ao tocar seu
trompete encantava multidões. Sua jornada como de todo grande ídolo, teve seus
altos e baixos. Se destacando com míticos álbuns como “The Birth of Cool (1950)”, “A
Kind of Blue (1959)” e “Bitches Brew (1970)”.
Miles inovou o jazz. Levando a máxima
como o gênero ficou mundialmente conhecido, a níveis inimagináveis: “O jazz não é quadrado, permite improvisações
que quebraram sua estrutura musical linear”.
Pensando
nisso, o Máquina de Combate do Universo Cinematográfico Marvel Don Cheadle levou adiante seu projeto
pessoal, “Miles Ahead (2015)”, que ganhou o titulo por aqui de “A
Vida de Miles Davis”. O filme não é exatamente uma cinebiografia como bem vimos recentemente em “Bohemian
Rhapsody: A História de Freddie Mercury (2018)” e “Rocketman (2019)” sobre sir Elton John. Sendo exibido em festivais de cinema ao redor do globo, ele não chegou a passar em circuito nacional. Cheadle optou por mostrar o período em
que Miles se isolou do mundo e de todos por mais de cinco anos. Isso ocorreu
entre 1974 e 1980.
Don assumiu o papel principal e se tornou Miles na sua essência.
Como todo isolamento, ele fica meio paranoico, o uso contínuo de drogas e álcool
só piora sua condição. Em sua mansão, grava dia e noite em busca da melodia
perfeita. Indo do tom de voz rouco até a arrogância que lhe era característico.
Em meio a isso, ele tem flashbacks do seu passado glorioso e conhecendo a
mulher de sua vida, Frances. Interpretada por Emayatzy Corinealdi.
Ao seu lado, o jornalista da Rolling Stone, Dave Braden (o cavaleiro jedi Ewan McGregor). Que vai atrás de Miles para
entender seu sumiço e cada passo dado ao lado dele descobre mais do que
imaginava. Ao assistir “A Vida de Miles Davis” temos a sensação
de estarmos ouvindo um dos seus discos. Uma estrutura narrativa quebrada, onde
a improvisação toma conta da cena. Não que isso seja um descredito. Pelo contrario,
só enriquece sua trama.
Uma alma
atormentada com o fracasso no casamento e o sucesso crescente pelo seu talento
natural para a música. Um bom exemplo disso é quando pega o álbum “Someday My Price Will Come (1961)”
ilustrada por uma foto de Frances na capa. Miles está comprando drogas do
traficante pessoal de Dave, que barganhando por elas autografando a coleção de
seus discos que este possui. Os dois
estão em busca das demos gravadas por Miles e roubadas durante uma festa em sua
casa. Elas marcaram seu retorno ao mundo da música e mais uma vez, revolucionou
o jazz. Don está perfeito no papel,
parece que estamos ao lado de Miles em sua jornada pessoal.
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