O “The Boss” Bruce Springsteen é um dos mais ativos músicos da atualidade. Seja
fazendo grandes turnês com shows de duração mínima de três horas ou lançando
álbuns consecutivos. Como ocorreu entre 2012 e 2014 com os discos autorais “Wrecking Ball (2012)” e “High Hopes (2014)” e a coletânea “Collection: 1973 – 2012 (2013)”. E
anunciando no final do mês de abril, seu primeiro trabalho em cinco anos, “Western
Stars”, a ser lançado em junho deste ano. Gravado sem sua banda, a E
Street Band, conforme dito pelo próprio, uma volta às suas origens. Onde toca
todos os instrumentos.
Antes
disso, ele realizou uma temporada na Broadway com o espetáculo “Springsteen
on Broadway (2018)”, onde revisou seu clássico repertorio. Subindo
todas as noites no teatro Walter Kerr em Nova York. De 03 de outubro a 16 de
dezembro de 2018, Bruce abriu seu
coração, relembrou os momentos de sua vida e como isso serviu de inspiração
para suas canções. Ao contrário da empolgação de seus shows, sendo uma
apresentação mais intimista. Nascido na cidade Freehold em Nova Jersey. Onde
ele comenta a religiosidade em sua família, os conflitos vividos com o
autoritarismo do pai e a sensibilidade da mãe.
Mais
tarde descobre que o pai Douglas sofria de esquizofrenia paranoica. Já que este
o criticava por ser igual à mãe. Isso acabou o influenciando, já que recorreu à
terapia pessoal e consequentemente o uso de remédios. No caso recorrente, sofrendo de depressão. A esposa Patti Scalfa,
com quem está casada há 27 anos, divide o palco e estórias. Como a do
nascimento do primeiro filho deles, Evan. Após uma turnê que atravessa os EUA
de costa a costa, Bruce está em casa e curtindo a gravidez de Patti eis que
surge Douglas.
Bruce diz brincando “É o estilo dele!”. Com o pai bebeu e comeram algo, depois comenta
com o filho: “Você tem sido muito bom
para todos nós. Se isso tiver alguma relevância, não fui muito bom com você!”.
The Boss analisou isso como um
pedido de desculpas e um dos momentos mais importantes da sua vida: “No fundo, ele estava me dizendo para não
repetir os erros dele comigo com os meus filhos”.
A
mãe Adele é lembrada com muito amor e carinho. Uma mulher amorosa,
bem-humorada, graciosa, meiga, justa e de fé. Apesar de sofrer de Alzheimer, em
seus últimos dias, Bruce diz que ela gostava de dançar: “Quando estávamos com ela, sempre fazíamos questão de sempre haver uma
música para dançarmos”.
Relembrou
o primeiro show que fez, inspirado por Elvis Presley, no quintal da sua casa
com uma guitarra alugada por 25 dólares. Depois teve aulas do instrumento, mas
logo se aborreceu e preferiu “as escolas
da vida”, palavras do próprio. Tocando em bares de esquina e no deserto.
Comenta que dirigiu por mais de 72 horas, aos vinte e poucos anos, de uma ponta
a outra pelo país, sem licença para dirigir.
O
pai é mais uma vez citado. Desta vez como fonte de inspiração. Usando a imagem
deixada por ele como seu guia para o estereotipo do cidadão norte-americano. Brincando
a respeito, comenta: “Canto sobre
fábricas sem nunca ter tido na vida, um emprego honesto. Inventei tudo!”. E
completou: “Se pudesse fazer um pedido,
queria que meu pai estivesse vivo para ver isso.”.
Em meio a isso, temos as míticas “Growin’ Up”, “Thunder Road”,
“Born in the USA”, Dancing in the Dark” e “Born to Run”, The Boss as entoa acompanhado de violão, piano e gaita. Em determinado momento, Patti sobe ao palco para dividirem o
microfone. A quem chama de “rainha do seu
coração”. “Springsteen on Broadway” é um retrato honesto e sincero de um
dos artistas mais influentes do entretenimento.
Poucos
têm a coragem de se abrir do modo que Bruce
fez e deixar à mostra sua verdadeira persona. Um ser humano, como você e eu,
cheio de duvidas e medos. Mas isso é a motivação do seu talento que emociona a
todos, com canções que falam diretamente aos fãs.
Comentários
Postar um comentário