Um dos
maiores ídolos do cinema está chegando aos 89 anos em maio deste ano, Clint Eastwood está de volta à frente
das câmeras no drama baseado em fatos reais “A Mula (The Mule, 2018)”. Voltando a atuar depois de “Grand Torino (2008)”, ele é o
floricultor Earl Stone que não acompanhou a evolução dos tempos e perdeu seu
negocio e suas posses. Um habilidoso cultivador de lírios, ele rodou o país
para divulgar seu trabalho e ser um dos mais conhecidos do ramo. Por causa
disso, se afastou da família. Em especial da esposa Mary, feita pela veterana Dianne West (conhecida por trabalhar
com Woody Allen nos anos 80) e da filha única Iris (Alison Eastwood, filha do lendário cowboy).
Uma vida
dedicada ao trabalho e ao seu ego. Nas convenções que participava era
constantemente chamado de James Stewart, por se parecerem. Apesar de tudo, a única
da família que permanece ao seu lado é a neta Ginny (Taissa Farmiga de “A Freira,
2018”). Na festa de noivado dela, recebe um convite inusitado. Um dos
convidados vê em Earl um meio de ganhar com a presença dele. Oferecendo um
trabalho como motorista. Ele deve ir a uma oficina mecânica, pegar uma encomenda
e entrega-la em um hotel. E o mais importante: sem perguntas e não deve saber o
que está levando.
Ele próprio
é o álibi perfeito. Uma pessoa idosa, idonia e melhor ainda, branca. Em seu
primeiro trabalho, apesar do nervosismo, Earl consegue finaliza-lo. Com o
passar do tempo, vai pegando gosto pela coisa e chamando atenção. Em especial,
pelo chefão do cartel de drogas do México Laton (Andy Garcia, o Terry Benedict da franquia “Onze Homens & Um Segredo”). Ao mesmo tempo, a força tarefa DEA contra
o trafico de drogas nos EUA busca meios de impedir que isso continue ocorrer. O
agente encarregado pelo caso é Colin Bates (o sniper americano Bradley Cooper) tendo ao seu lado, o
agente Trevino (Michael Peña, o
amigo sem noção do Homem-Formiga). Assim temos o mote para “A
Mula”.
Baseado
no artigo do New York Times “The Sinaloa
Cartel’s 90-Year-Old Drug Mule (11.06.2014)” escrito por Sam Dolnick, sobre o veterano da Segunda Guerra Mundial Leo Sharp
quando ele transportou drogas para o cartel mexicano nos anos 80. O conto foi
adaptado por Nick Schenk, que
trabalhou com Eastwood em “Grand Torino”.
Clint está bem à vontade no papel e não escondendo a idade. Exibindo toda a malandragem
do personagem saindo de situações extremas. Quando o cerco está se fechando,
ele consegue escapar do agente Bates e ao mesmo tempo, descobre quem está no
seu encalço.
Deixando
a cara de turrão de lado, para ser uma pessoa afetiva com estranhos. E não sabe
se relacionar com pessoas próximas como Mary e Iris. Só se soltando quando está
com Ginny. Eastwood aproveita para
deixar a mensagem para a geração da neta e da filha. Cada vez mais dependentes
das tecnologias, no caso smartphones. Por exemplo,
na sequencia quando vai ajudar uma família afro-americana. Já que o marido não sabendo
trocar um pneu e nem consegue acessar o google para descobrir como se faz isso. Junto
a isso, o preconceito racial, onde a geração dele não sabe se expressar quando
está ao lado de pessoas de cor. Mesmo com as melhores intenções.
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