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"ERIC CLAPTON: UMA VIDA EM 12 COMPASSOS"


A vida de um rockstar sempre atraiu a atenção do grande publico. sem esquecer seu grande numero de fãs. Por exemplo, os Rolling Stones, os Beatles e o camaleão do rock David Bowie foram alvos de documentários ou filmes ficcionais sobre as lendas que os cercam. Oficialmente temos “Crossfire Hurricane (2012)”, a série de TV “Anthology (1995)” e “David Bowie: The Last Five Years (2017)” respectivamente. Com isso dito, estava faltando algo sobre um dos maiores heróis da seis cordas de uma guitarra. 

Estamos falando do slowhand Eric ClaptonEm 2017 foi lançado “Eric Clapton: Uma Vida em Doze Compassos (Eric Clapton: A Life in 12 Bars)”. Produzido e dirigido por Lili Fini Zanuck. Ela e Clapton têm uma amizade de longa data. Ela produziu o show “Eric Clapton & Friends Concert (1999)”, evento criado pelo próprio para angariar fundos para a instituição Crossroads Centre. Fundada por ele para cuidar de dependentes químicos na ilha Antígua, no mar do Caribe. E trabalharam juntos do drama policial “Rush: Uma Viagem ao Inferno (Rush, 1991)”, onde Clapton compôs sua trilha musical.


Narrado por ele e utilizando entrevistas dadas pelo biografado ao longo de carreira. Zanuck nos traz um retrato honesto e revelador sobre a persona de Eric. A sinceridade no seu tom de voz, nos fazendo entender seu jeito tímido e reprimido por dentro. Por exemplo, a descoberta quando criança que seus pais eram seus avós na verdade. E a irmã mais velha, é sua mãe verdadeira. Que abandonou tudo para viver no Canadá e lá fez uma a vida com uma nova família. Ele nunca conheceu seu pai. Isso o influenciou profundamente.



O blues foi importante para Clapton. Com ele, encontrou um modo de expressar seus medos interiores e curar suas feridas quando jovem. Ele conta com entusiasmo quando ganhou seu primeiro violão e os primeiros discos de mestres do Blues como Muddy Waters e Robert Johnson. 

Os primeiros anos como musico ao lado do grupo The Yardbirds e sua saída por achar que eles estavam se vendendo ao deixar o blues, para produzir canções pop como o hit “For Your Love”. Todo seu entusiasmo ao entrar na John Mayall and the Bluebreakers. E posteriormente formar o power trio Cream com Ginger Baker (bateria) e Jack Bruce (vocais & contrabaixo).


Apesar do sucesso meteórico, a relação entre eles passava por problemas. Em especial entre Baker e Bruce. Clapton preferiu se distanciar deles e assim só “tocam profissionalmente”. Até a derradeira turnê de despedida. Em meio a isso, Eric monta o grupo Blind Faith com Steve Winwood (vocais & teclados), Rick Grech (contrabaixo) e seu velho conhecido Ginger Baker. 

Foi um tiro curto, a convivência entre eles não era pacifica. Gravaram o álbum homônimo e fizeram alguns shows. Eric entra de cabeça no mundo das drogas. Se afastando da música até ser resgatado pela dupla Delaney & Bonnie. Com quem tocou como guitarrista convidado. Junto a eles, superou o vicio em drogas. 

E nas suas palavras, substituiu um por outro. No caso, o álcool. Com o gás renovado, grava seu primeiro disco individual autointitulado “Eric Clapton” em 1970. Posteriormente decide montar o grupo Derek and the Dominos. Junto a isso, a amizade com o beatle George Harrison. A afinidade musical e pessoal entre eles exibe sua cumplicidade. Com quem gravou o belo solo de guitarra da clássica “While My Guitar Gently Weeps” do antológico “The White Album (1968)”. 


E uma das melhores partes do documentário, quando Clapton se apaixona perdidamente pela esposa do amigo, Pattie Boyd. Contando com depoimentos dele e Boyd, com uma sinceridade de arrepiar. A paixão era correspondida. Porém, ela estava presa ao casamento com George. E a origem da maior canção composta por Eric, a mítica “Layla”. Sua base foi um conto persa “The Story of Layla and Majnun” de Nizami. A história de um amor proibido entre um homem e uma princesa prometida pelo pai a se casar com outro homem.


A veracidade dos fatos estão presentes em “Uma Vida em Doze Compassos”. Como o vicio em álcool quase destruiu a carreira de Clapton. Onde ouve-se gravações dele brigando com o publico. Por estar tão alcoolizado, não conseguiu tocar direito nos shows. Em 1979, ele consegue se unir a Pattie. Posteriormente se separam, devido seu caso extraconjugal com Lory Del Santo. Que lhe deu seu primeiro filho Conor. 


Um dos momentos mais emocionantes do documentário, a morte súbita de Conor. Que caiu do 53º andar do prédio em que viviam. Inspirou Clapton a compor “Tears in Heaven” para superar sua perda e a criar a Crossroads Centre. Isso também desperta o sentido para a palavra família dentro dele. Onde conseguiu constituir uma e ser a estrutura para sua vida atualmente. 

Uma Vida em Doze Compassos” exibe Clapton como uma alma inquieta em busca daquilo que conquistou. Apesar de sofrer de uma neuropatia que atinge seu sistema nervoso. Causam dores implacáveis e afetam seu estilo de tocar guitarra. Mesmo assim, continua a subir aos palcos para encantar a todos com sua musica. Que nas suas palavras, “Salvou sua vida”. 

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