Filmes
sobre presidentes norte-americanos ganharam um novo contexto depois que Oliver
Stone realizou sua trilogia sobre eles. No caso, “JKF: A Pergunta que não Quer Calar (1991)”, “Nixon (1995)” e “W (2008)”.
O primeiro discute as varias teorias sobre o assassinato de John F. Kennedy; o
segundo é sobre um dos mais folclóricos presidentes dos EUA Richard Nixon e o último
exibe o retrato de um filho (George W. Bush) tentando criar seu próprio legado
como seu pai (George H. W. Bush) fez. Assim tivemos uma ideia de como funciona os
bastidores da Casa Branca, do FBI, da CIA e da tão falada Segurança Nacional.
Como
isso em mente, Adam McKay, que
realizou o excelente drama sobre finanças “A
Grande Aposta” em 2015, nos traz “Vice (2018)”. Que fala sobre um dos políticos
mais influentes na terra do tio Sam, Dick Cheney. Ele foi um dos
Vice-Presidentes mais poderosos da história norte-americana. Sua influencia foi
determinante para os rumos da América. Em especial, depois dos atentados do fatídico
Onze de Setembro de 2001.
Se aproveitando
da inexperiência de George e do acordo entre eles. Onde cuidaria de assuntos “mais
mundanos” (palavras de Cheney) como politica exterior, corrida armamentista e supervisionando
a politica interna. Bush seria somente o rosto da presidência. Para ser Dick
temos o cavaleiro das trevas Christian
Bale. Como sempre incorporou o papel de corpo e alma. Ganhando peso e
fazendo exercícios para engrossar o pescoço. Ainda imitou perfeitamente o
timbre vocal. Já como o Presidente sem noção, temos Sam Rockwell (Oscar de Melhor Ator Coadjuvante por “Três Anúncios para um Crime, 2017)”.
Aqui
McKay traz Dick como um sujeito sem
qualquer perspectiva de ser quem se tornou. Um jovem imaturo e beberrão, que
foi expulso da faculdade por causa disso. E sendo constantemente despedido. Até
que sua vida sofre uma virada com a ameaça da sua mulher Lynne (Amy Adams, a nova Louis Lane do
cinema). Ele arranja um estagio na Casa Branca em 1969 durante a presidência de
Nixon e vai trabalhar para o secretario da Economia, Donald Rumsfeld (o virgem de 40 anos Steve Carell).
Ao lado
de Rumsfeld, Cheney ascende na Casa Branca. Exibindo toda sua perspicácia, vai
deixando sua marca na politica. Sem chamar muita atenção para si. Apenas aparecendo
no momento certo. Juntamente com o apoio incondicional e conselhos de Lynne. Que
sempre desejou estar no poder, mas por saber que a mulher não tem o valor que
merece. Deixa para o marido tomar a frente e conquistar tudo o que deseja para
si e sua família.
Em “Vice”,
vemos as presidências após a morte de Kennedy. Como a renúncia de Nixon, sendo
a hora de Cheney mostra a que veio. Aproveitando quando Ford (1974 a 1977) é
presidente. Ele é nomeado chefe de Gabinete e Rumsfeld é nomeado Secretário da
Defesa. Sai de cena com a eleição de Carter (1977 a 1981). Consegue ser o
representante do estado de Wyoming. Mais tarde é nomeado Secretário de Defesa
na admiração de George H. W. Bush (1989 a 1993) durante a Guerra do Golfo. Com a
eleição de Bill Clinton, ele se afasta e se torna CEO da firma multinacional
Halliburton.
Tendo
seu melhor momento ao lado de W. Bush (2001 a 2009), quando vislumbrou que poderia ser o que
desejava. Como bem vimos na “Guerra ao
Terrorismo”. Com as caçadas a Bin Laden e a Sadam Hussein. Christian está simplesmente espetacular na sua caracterização do
personagem. Vai muito além dos trejeitos, da excepcional maquiagem e do modo de falar.
Ele se dirige à câmera
como se estivesse na nossa frente e nos convence com seus argumentos. Com um
nacionalismo levado à décima potência. Muito bem assessorado por Adams e Carell. Competente como sempre e
traduzindo perfeitamente aquele velho ditado “Atrás de um grande Homem, Há uma grande Mulher”. O segundo
encontrou seu timing dramático. Saindo da sua zona de conforto como comediante.
E Rockwell está hilário como W. Bush.
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