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ROGER WATERS Está de Volta Em Nossa Terra Brasilis Com A Turnê "US + THEM"


Roger Waters se notabilizou por ser o celebro do Pink Floyd, responsável pela opera rock “The Wall (1979)” e um dos idealizadores do antológico “The Dark Side of the Moon (1973)”. Depois que o fundador e líder, o guitarrista Syd Barrett, ter pirado o cabeção literalmente no mundo das drogas, coube a Waters tomar a frente da banda. Sua genialidade musical se equivale ao seu temperamento difícil. O que gerou atritos entre os outros membros do PF, David Gilmour (guitarra e vocais), Rick Wright (teclados e vocais) e Nick Mason (bateria). Após o lançamento de “The Final Cut (1983)”, ele foi desligado do grupo. E sem direito de resposta.

Partindo assim para uma consistente carreira solo, onde revive o clássico repertório do PF com canções autorais. Seus trabalhos individuais que mais se destacam são “The Pros & Cons of Hitch Hiking (1984)” e “Amused to Death (1992)”, que contaram com a participação nas seis cordas da guitarra do God Eric Clapton e o veloz Jeff Beck respectivamente.  Ele fez sua primeira turnê em nossa terra brasilis no ano de 2002. Em 2005, fez as pares com Gilmour, Wright e Mason no concerto beneficente LIVE 8. Foi a primeira e a ultima vez que estiveram juntos num palco em mais de 20 anos.


A partir daí de 2006, Waters iniciou uma turnê mundial em que tocava na íntegra “The Dark Side of the Moon”. Já em 2009, um projeto ambicioso recriar no palco a ópera rock “The Wall”. Um palco gigantesco é montado durante a execução de suas canções. Foi uma das maiores e mais lucrativas turnês  de todos os tempos. Ela durou ate 2013. As duas passaram em nosso país tupiniquim. As comentamos nos links:

THE DARK SIDE OF THE MOON

THE WALL

A alma inquieta de Waters nos traz mais uma surpresa. A opera “Ça Ira (2005)” que ganha os palcos teatrais mundo afora em 2013. Sendo a primeira incursão dele na música clássica e erudita. E novamente se faz presente no Brasil. Ela foi apresentada no Teatro Municipal da cidade de São Paulo.  Sabia mais no link: https://cyroay72.blogspot.com/2013/05/roger-waters-ca-ira-ha-esperanca.html . Com isso dito, Roger está entre nós novamente com a turnê “Us + Them”. Ao contrário das últimas passagens, ele traz canções dos álbuns “Wish You Were Here (1975)” e “Animals (1977)”. Junto ao seu trabalho individual “Is This The Life We Really Want (2017)”. O primeiro em mais de 25 anos. Sendo que o último foi “Amused to Death”.



Desta vez estamos no Allianz Parque na Zona Oeste da cidade de São Paulo, a primeira de duas (09 e 10 de outubro) apresentações por aqui. Iniciando pontualmente às 21h com um interlúdio musical com aproximadamente 15 minutos, ilustrado por uma imagem paradisíaca. Uma mulher admirando a beleza da praia à beira-mar. As luzes são apagadas uma a uma e a imagem do telão vai mudando continuamente. Vozes ao fundo e o som quadrifônico ecoa por todo estádio com Roger e banda subindo ao palco e emendam “Speak to Me / Breathe”.


Seguida da pulsante “One of these Days” e a contagiante “Time”. Daí é a vez do duo vocal Lucius (Jess Wolfe & Holly Laessig) mostrarem seu talento em “Great Gig in the Sky” e na sequencia, a potente “Welcome To The Machine”. Agora é o momento para o último trabalho de Waters ser apresentado com “Deja Vu”, “The Last Refugee” e “Picture That”. E fechando com a balada arrasa-quarteirão “Wish You Were Here”. A primeira parte do show é encerrada com um medley de “The Wall”, com “The Happiest Days of our Lives”, o hit “Another Brick in the Wall Part II” e sua Parte III.


Após um intervalo de cerca de 30 minutos, onde vemos mensagens contra o racismo, o neofascismo e o antissemitismo, o palco se transforma em uma enorme fábrica.  Relembrando a clássica capa de “Animals”, é a deixa para “Dogs” e “Pigs (Three Different Ones)”. Continuando com “Money”, a climática “Us and Them” e a nova “Smell the Roses”. O porco inflável que faz tanto sucesso nos shows marca sua presença. 


E fechando com “Brain Damage” e “Eclipse”. A mitológica capa de “The Dark Side of the Moon” é reproduzida por efeitos de luzes. Uma pausa para conversar com o publico e apresentar a banda, Waters não perde a oportunidade de comentar sua posição politica. Que é a favor dos direitos humanos, contra o sofrimento do povo da Palestina e o preconceito entre raças. 


Ciente do nosso momento politico, surge no telão gigante os dizeres “Ele Não”. Slogan daqueles que não desejam Jair Bolsonaro como Presidente do Brasil. Dividindo os presentes. Muitos são contra o candidato e outros poucos a favor de sua eleição. É a deixa perfeita para o Bis final com a acústica “Mother” e a apoteótica “Comfortably Numb”. Encerrando uma noite que seria mais que perfeita se não fosse o conturbado período de eleições em nosso país.

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