Pular para o conteúdo principal

Roger Waters e a Ópera "ÇA IRA: HÁ ESPERANÇA"

Em temporada no Theatro Municipal de São Paulo desde o último dia 02 de maio, temos a ópera “Ça Ira: Há Esperança”, composta pelo ex-líder do Pink Floyd, Roger Waters.  Em sua primeira aventura na música erudita que se destaca por sair do conceito rock’n’roll, aprimorado nos antológicos álbuns do Pink Floyd, “The Dark Side of the Moon (1973)” e “The Wall (1979)”. Baseado no Libreto de Étienne & Nadine Roda-Gil, que comemorava o bicentenário da Revolução Francesa. Waters conta que o casal entrou em contrato para ele compor o tema musical do mesmo e que no final acabou se tornando uma peça musical com duas horas e meia para as 50 páginas do Libreto. Isso tudo aconteceu no ano de 1988. 

Infelizmente, o projeto não foi adiante. Substituído por uma parada estilo Disney nos Champs-Elysées, palavras de Roger Waters. Pouco tempo depois disso, Nadine falece. Em 1995, numa papo informal com ÉtienneRoger se diz pronto para levar “Ça Ira” a frente. Porém, precisa de ajuda. Assim chama Rick Wentworth, regente e diretor musical, que já trabalhou com sir Paul McCartney; e Peter Gelb, gerente geral da Metropolitan Opera de Nova York. Onde este conseguiu persuadir Waters a gravar “Ça Ira” em francês e em inglês.

Desse modo, começou a jornada de “Ça Ira” pelos palcos do mundo. Desde o coração industrial da Polônia até chegar ao Amazonas (por acaso, você se lembrou de “Fitzcarraldo” de 1982, clássico do cineasta alemão Werner Herzog, apesar da mente megalomaníaca de Waters não chegou a tanto). Ao contrário da primeira passagem em Manaus e a segunda no Rio de Janeiro, desta vez a produção e elenco são formados por cantores líricos e profissionais brasileiros mais a participação da Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo & Coral Lírico, regidos por Rick junto ao maestro assistente Luiz Gustavo Petri.


Dividida em dois atos, o destaque fica para as performances da soprano Gabriella Pace como Marie Antoinette, o barítono Leonardo Neiva é o narrador, o tenor Marcos Paulo como o padre revolucionário, a soprano Lina Mendes é Marie Marianne (a voz da liberdade & da razão), o barítono Eduardo Amir (o causador de problemas), o tenor Giovanni Tristacci (oficial do exército), o barítono Leonardo Pace (Louis XVI, vulgo Louis Capet), o barítono David Marcondes (escravo revolucionário) e a mezzo soprano Keila de Moraes (Marie Thérèse). Com concepção e direção cênica de André Heller-Lopes junto ao assistente Menelick de Carvalho; a cenografia feita por Renato Theobaldo & Beto Rolnik; o figurino criado por Rosa Magalhães; iluminação de Fábio Retti; direção de movimento de Luiz Bongiovanni e visagismo de Anderson Bueno & Claudinei Hidalgo.

Criam a atmosfera perfeita para o espetáculo de acordo com a visão de Waters. Ao seu final com todos sendo ovacionados e aplaudidos de pé pelo público presente, eis que surge Roger Waters puxado por uma das cantoras, com um sorriso tímido e de orelha a orelha, para sentir o calor das pessoas após uma apresentação espetacular em nossa terra brasilis. Ontem foi a terceira (07.05.2013) e no dia 09 às 20:00 horas, a última. Este que vos escreve, foi no dia 04 (sábado).  Com um pequeno detalhe, todas com ingressos esgotados.


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Visita a "CASA WARNER"

Aberta desde 01 de setembro, a exposição que celebra os 100 anos dos estúdios Warner Bros. , chamada “ Casa Warner ”. Localizada no estacionamento do Shopping Eldorado (Zona Oeste) na cidade de São Paulo. Ela nos traz seus personagens clássicos dos desenhos animados Looney Tunes como Pernalonga, Patolino, Frajola e Piu-Piu. Em especial, “ Space Jam (1996)” e “ Space Jam : Um Novo Legado (2021)”, ambos com as estrelas do basquete Michael Jordan e LeBron James respectivamente. Além da dupla Tom & Jerry. Filmes que marcaram a história da Warner também estão lá. Como a reprodução do cenário do clássico " Casablanca (1942)" estrelado por Humphrey Bogart e Ingrid Bergman. Somado aos heróis do Universo Estendido DC que já estão na entrada da exposição. A  Liga da Justiça surge em tamanho natural como estatuas de cera. O Cavaleiro das Trevas está representado pelo seu Batmóvel do antológico seriado estrelado por Adam West e ao seu lado o furgão Máquina do Mistério da turma do ...

Visita à "SPACE ADVENTURE"

Aberta em 26 de agosto deste ano, a primeira exposição com material da NASA na América Latina, a “ Space Adventure ”. Localizada em um espaço no estacionamento do Shopping Eldorado na cidade de São Paulo, ela tem atraído pessoas que se encantam com os mistérios do espaço bem como a viagem espacial. Lá encontramos desde as primeiras vestimentas usadas pelos astronautas até o traje utilizado por Neil Armstrong no primeiro voo tripulado para a Lua em 1969. Junto a uma réplica do modulo lunar que ele, Buzz Aldrin e Mike Collins comandaram na Apollo 11. Lá vemos os primeiros projetos da NASA, como os instrumentos de navegação para os protótipos, Mercury e Gemini. Junto ao foguete Saturn V, este sim utilizado para os voos tripulados até a Lua. Inclusive possui sua versão em escala de miniatura, onde vemos cada um dos seus três estágios, chamados S-IC (primeiro estágio), S-II (segundo estágio) e S-IVB (terceiro estágio), usavam oxigênio líquido (lox) como oxidante. Sendo composta de três pa...

Simplemente "TINA"

O que pode ser dito sobre Tina Turner ? Conhecida como a Rainha do Rock e a dona das mais belas pernas do mundo da musica. Hoje aos 81 anos, não faz mais shows como antigamente. Aproveita a aposentadoria para cuidar da sua saúde. Após sofrer um derrame, vencer o câncer e uma insuficiência renal onde precisou se submeter a um transplante em 2017. Sobreviver e lutar pela vida faz parte do dicionário pessoal de Tina.  Desde o casamento abusivo com Ike Turner e a traumática separação, onde precisou começar do zero sua carreira. Ainda tendo que lidar com  o preconceito da indústria fonográfica, que não acreditava no seu talento sem a presença de Ike. Na época, tinha 39 anos.  Comprovado em 1984 com o sucesso mundial do disco “ Private Dancer ”. Dai sua carreira deslanchou de vez, consolidada com o tema musical composta para “ Mad Max: Além da Cúpula do Trovão (1985)”, “ We Don’t Need Another Hero ( Thunderdome )”. Onde inclusive atuou fazendo a vilã da película, Auntie Enity....