O
cinema em nossa terra brasilis sobre de um mal atualmente. Comedias iguais e
pior ainda, sem graça alguma. Franquias como “Até
que a Sorte nos Separe” e “Minha Mãe
é uma Peça” deixam uma marca que o cinema brasileiro nada se cria, apenas se
repete. Uma das poucas exceções são os dramas “Que Horas Ela Volta (2015)” e “Aquarius
(2016)” juntamente com os filmes biográficos do pugilista José Aldo, “Mais Forte que o Mundo: A História de José
Aldo (2016)”; da pimentinha Elis Regina, “Elis (2016)” e do sindico Tim Maia, “Tim Maia (2014)”, por exemplo.
Saindo
da curva atual, temos os jovens cineastas Juliana Rojas & Marco Dutra
surgidos com o suspense “Trabalhar Cansa
(2011)”. Também se destacaram em seus trabalhos individuais como o sobrenatural
“Quando Eu Era Vivo (2014)” de Dutra e a comédia surreal “Sinfonia da Necrópole (2016)” de Rojas. Juntos novamente nos trazem o
suspense com ares de terror “As Boas Maneiras (2017)”. A película
tem cativado publico e critica nos festivais que foi exibido.
Entre
eles o Festival de Cinema de Austin, o LGTBTQ+, Festival do Rio, com sessões concorridas
e esgotadas na ultima edição da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo no
ano passado. Aqui temos a história da jovem Ana (Marjorie Estiano), filha de um rico fazendeiro de Goiás que veio
para São Paulo. Após se desentender com toda família e viver sozinha na cidade
grande. O motivo: uma gravidez inesperada.
Sem qualquer
experiência, precisa de uma babá para cuidar do futuro bebê. Ao mesmo tempo,
fazer serviços como cozinhar, limpar e arrumar o apartamento de alto padrão
que Ana vive. Uma das entrevistadas, a auxiliar de enfermagem negra Clara (a
portuguesa Isabél Zuaa) chama sua
atenção. Apesar da pouca experiência e sem grandes referencias, ela é
contratada por Ana.
Aos
poucos, Clara vai compreendeu sua patroa. Apesar da distancia social e
cultural, as dois vivem isoladas no apartamento, onde criam um vinculo. Sua rotina consiste em visitas
regulares ao ginecologista e passeios no shopping. Clara descobre o motivo da gravidez e o
isolamento da família. Enquanto isso, o bebê cresce dentro de Ana de forma
acelerada.
Clara
repara que Ana é sonambula, por causa da gravidez. E isso ocorre sempre em
noite de lua cheia. Percebendo também que ela fica mais agressiva e não recorda
do que faz no dia seguinte. Até que chega o grande momento, o bebê nasce. O que
deixa Clara transtornada. O que ela vê não é uma criança normal. Mas uma
criatura que parece ser um monstro.
Assim
temos o mote inicial de “As Boas Maneiras”. Onde a ideia
inicial foi de um sonho de Marco Dutra, sobre duas mulheres criando uma criança
monstro. Desenvolvida ao lado de Juliana Rojas, com o bebê sendo um lobisomem. Como
em seus trabalhos anteriores, a crítica social está presente neste conto com
ares de cinema fantástico e terror. A diferença
de classes bem representadas por Ana e Clara. A primeira vive num mundo cheio
de riqueza e luxuria. Já a segunda, mal consegue pagar o aluguel do barraco que
alugou no extremo sul da cidade de São Paulo.
Indo além, onde a discriminação
racial entre as classes é bem explorada no seu ato final. Com Clara criando o
filho de Ana, que ganha o nome de Joel (Miguel
Lobo). Questionando quem é e o porquê ela o isola do resto da comunidade em
que vivem. Ao mesmo
tempo, cheio de referências de clássicos como “Alien: O Oitavo Passageiro (1979)” e “Um Lobisomem Americano em Londres (1981)”. Bem como dos cineastas o
franco-americano Jacques Tourneur (1919 – 1977) e o mestre do terror Dario
Argento.
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